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lost in wonderland

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O pedinte

Fevereiro 24, 2017

tinha que ir à lavandaria, e como era coisa para demorar algum tempo e estávamos esfomeados, passamos numa pizzaria e trouxemos o jantar (na verdade, era o almoço). enquanto a máquina lavava, devoramos a pizza e as delicias de queijo nas calmas, com um pé no carro (estacionado à porta) e outro na minúscula lavandaria, que estava apinhada.

andávamos por ali as voltas, a queimar tempo. às tantas vejo o homem regressar da esquina, muito vagarosamente. vinha de copo de papel em riste na mão esquerda, com um semblante distante e algo consternado, como quem vagueava pelo universo enquanto repensava todas as decisões que tinha tomado na vida até aquele momento.

para ilustrar melhor a cena, estava encasacado e com o gorro enfiado até às cuecas por causa do frio.

"andas a pedir?" perguntei-lhe, a gozar.

ignorando-me completamente, chega ao pé de mim e confidencia,

"fui despejar a cola na sarjeta, para meter o copo no lixo, e aquela mulher que vai ali.. perguntou-me se tinha fome.. se queria o frango assado que ela tinha acabado de comprar.."

explodi a rir. não pela cena em si, mas pela validação. ou não tivesse eu acabado de sugerir que ele parecia um pedinte, e uma pessoa tinha acabado de oferecer-lhe comida.

ele ficou petrificado e sem saber o que responder. já eu fiquei tocada pelo gesto.. cum caneco, ainda existem pessoas decentes neste mundo, oferecer comida a um completo estranho na rua :)

mas agora que penso nisso.. se não tivéssemos comprado a pizza, podíamos ter jantado franguinho assado à borla LOL (kidding)

Down the memory lane... 1997

Fevereiro 22, 2017

este foi (até então) o ano mais marado da minha vida.

não sei se terá sido motivado pela saída da adolescência (fiz 18 nesse ano), essa fase obscura da nossa existência, se foi o vício que me fez sair da casca, mas parece que vi "a luz" e comecei a sentir-me viva pela primeira vez na vida. só sei que foi granda reviravolta, a todos os níveis.

tanto que até os professores notaram. era aquela miúda tímida, com ar enfezado, que se arrastava pelos corredores e entrava na sala muda e saía calada. sentava-me sempre nas filas de trás, ao lado da janela e passava metade das aulas a olhar para a rua, perdida no vazio. não queria saber de nada nem de ninguém.. e no ano seguinte (a repetir o 10º ano), era ameaçada de ir prá rua porque não calava nas aulas. parecia que tinha levado uma mega injecção de adrenalina.. andava eléctrica, não parava quieta, nem calada. nem parecia a mesma pessoa. a única coisa que não mudou é que continuava a detestar a escola com todas as minhas forças muhahahah

não tinha uma vida muito fácil naquela altura, e estou genuinamente surpreendida por assim de repente, ter começado a recordar aqueles tempos com mais nostalgia do que alguma vez acreditei ser possível.. quando ouço músicas que ouvia naqueles tempos, e tenho aquelas trips temporais, até fico com o estômago enguiçado.

e o receio de me esquecer destes tempos esta-se a tornar numa cena.. daí que tenho que começar a registar as memórias que ainda vou conseguindo trazer ao de cima.

isto de envelhecer é interessante. não é fixe.. mas é interessante.

Tempo vs Prioridade

Fevereiro 20, 2017

há uns tempos tropecei numa citação do wall street jornal que atingiu como um bofetão na tromba,

Instead of saying "I don't have time" try saying "it's not a priority," and see how that feels. Often, that's a perfectly adequate explanation. I have time to iron my sheets, I just don't want to. But other things are harder. Try it: "I'm not going to edit your résumé, sweetie, because it's not a priority." "I don't go to the doctor because my health is not a priority." If these phrases don't sit well, that's the point. Changing our language reminds us that time is a choice. If we don't like how we're spending an hour, we can choose differently.

basicamente, é substituir o "não tenho tempo" por "não é uma prioridade". o ser humano é perito em arranjar artimanhas para não enfrentar a realidade, e a linguagem é nossa cúmplice. mas se fizermos alguns ajustes, a coisa muda imediatamente de perspectiva. porque quando dizemos que "não temos tempo", estamos a arranjar uma desculpa, mas quando dizemos "não é uma prioridade", estamos a fazer uma escolha. a frustração vem a seguir, quando aplicamos a teoria na prática...

por exemplo, tenho uma porrada de exames para mostrar ao médico que os pediu, só tenho que ir levantá-los e marcar a consulta. não custa nada, não demora, porque raio não arranjo tempo para isto? porque não "é uma prioridade"? fdx, claro que é!! é a minha saúde crl!! e cada dia que deixo passar, o sentimento de culpa dobra, porque admito que esta situação é fruto da minha má gestão de tempo e prioridades :P

claro que isto não se aplica a tudo, mas é um bom exercício, para analisarmos se estamos a dar bom uso ao nosso tempo - que btw, é escasso e precioso.

E que tal de concerto ontem à noite?

Fevereiro 16, 2017

opá, fraquinho..

ok. posso ter ido com as expectativas altas, à espera que 2008 se repetisse. mas desta vez, parecia um DJ set, apenas percussão e muita coisa samplada.. que foi feito daqueles concertos com tanta cangalhada no palco que quase não havia espaço para os cantores andarem aos saltos dum lado pro outro? houve vários percalços com o som, e a qualidade deixou um bocado a desejar, com os graves a abafarem completamente aqueles detalhes delicados das músicas, umas pausas um bocado bruscas entre as músicas, jogo de luzes morno, pouca energia vinda do palco.. não sei.. já a multidão tinha energia para dar e vender, mas isso não foi suficiente para tornar o concerto mais longo.. pouco passou de uma hora :/

já para não falar da irritação que foi levar com os fotógrafos às voltas no fosso durante UMA HORA!! a meterem-se constantemente na frente, a tapar a vista do palco, e a dar cabo a experiência de quem lá chegou cedo para puder apreciar o espectáculo de perto. quatro ou cinco músicas ainda se admite, mas aquilo foi demais.. eu sei que era a estreia da tour e a apresentação do álbum novo e o caneco, mas também vi que estavam constantemente a tirar as mesmas fotos, não havia grande coisa para registar..

anyway.. há 17 anos que sigo os thievery corporation de perto, e continuam a ser uma das minhas bandas favoritas, apesar de achar que os últimos álbuns se têm afastado um bocado daqueles sons melosos que me fizeram morrer de amores por eles. mas têm uma característica que adoro, há um fio condutor que passa pelos álbuns todos, e que transmite uma sensação de continuidade muito agradável. são poucas as bandas que arriscam isto ♥

Sabes que estás a ficar velha quando... #2

Fevereiro 15, 2017

já te falta paciência para alinhar em programas do dia dos namorados, nem sequer nas vésperas, porque tal como tu, muita gente começou a antecipar a celebração para fugir às enchentes do dia 14 e aos programas pirosó-lamechas, e está tudo apinhado. e se há coisa pouco romântica é jantar num sitio barulhento, cheio de confusão, ter um serviço apressado, esperar montes de tempo pela comida, yada yada...

este ano foi mesmo, sair do trabalho, passar pelo supermercado que estava completamente vazio, perder a cabeça na secção da peixaria e trazer meio kg em três camarões, um pacote de salada, aproveitar a desculpa da ocasião para trazer umas batatinhas levemente salgadas da tyrrell’s (putas de boas), pão de alho, pimentos padrão, queijo da ilha, e umas molhangas. o homem ainda trouxe uma garrafa de vinho para ele, e eu trouxe hortelã para a minha limonada.

siga os dois pra cozinha. enquanto ele tratava da saúde aos camarões, fiz a limonada, preparei os padrões, fui adiantando a mesa, e controlei os timings, para que ficasse tudo pronto ao mesmo tempo. jantamos nas calmas, na companhia da gatifonga, ao som da minha playlist maravilha do shazam. bliss!!

depois, fiz uma cena altamente romântica.. troquei o homem pelo trabalho o resto do serão muahahaha. não chegamos a encher a banheira como planeado porque a barrigada foi deveras potente lol

Dia dos apaixonados II

Fevereiro 14, 2017

AHA!! hoje tenho desculpa para escrever um post lamechas sem ninguém apontar o dedo :D

tão eu e o homem trabalhamos juntos, e não é raro ouvir "não sei como conseguem, eu não era capaz!" acompanhado por uma expressão facial algures entre o surpreendido/chocado..

a sério que não compreendo o espanto, o que não falta por aí são casais/famílias que partilham o local de trabalho, e nunca vi problema nenhum nisso. aliás, só vejo vantagens... mas eu sou suspeita!

para nós, ser colegas é algo natural. talvez porque tenhamos começado como colegas de curso, o que assentou bem as bases da coisa. estávamos habituados a estar 24/7, e quando o curso acabou e cada um foi para o seu lado trabalhar, foi esquisito. felizmente, cinco anos depois voltávamos a ser colegas. desde 2010 que trabalhamos juntos, e estamos na mesma equipa já lá vão 4 anos.

estamos sentados lado a lado e ainda ninguém se magoou.. se bem que ele às vezes diz que tem medo de mim. admito que ele é muito mais paciente que eu, que não é raro ter ataques de fúria com as minhas cenas he he he

se levamos os problemas do trabalho para casa? podem ter a certeza que sim! se isso faz mossa na relação? de maneira nenhuma! a nossa vida pessoal e profissional pode estar completamente baralhada, mas é possível gerir a coisa.

mas assim sempre juntos, não se cansam um do outro? não! somos muito parecidos nos gostos e na forma como encaramos a vida. levamos tudo na descontra, estamos sempre a ter conversas parvas, sobre tudo e mais alguma coisa, e sempre a gozar um com o outro. diz o homem, que parecemos dois adolescentes cretinos com rasgos de seriedade lol

mas não é apenas a nossa personalidade descontraída que permite esta dinâmica. a nossa amizade e cumplicidade também pesam muito. enquanto equipa, só temos a ganhar. dentro e fora do trabalho. e sabemos que funciona bem, porque os nossos colegas mais antigos reconhecem-nos quase como se fossemos uma só pessoa :D

temos um entendimento muito próprio, muitas vezes nem preciso de lhe dizer como quero as coisas feitas que ele já sabe, e vice-versa. adivinhamos muitas vezes o que o outro está a pensar. é bué creepy e fixe ao mesmo tempo.

o homem é perfeccionista e um bocado workaholic, e obceca muito com o trabalho. é frequente apanhá-lo a programar a altas horas da madrugada, porque andou o dia todo encravado com qualquer coisa, e lembrou-se de repente da solução; ou porque descobriu outra mais eficiente. às vezes tenho que armar-me em polícia, porque não quero que ele frite os circuitos cedo demais.. mas por compreender melhor a necessidade que ele tem de fazer aquilo, não lhe dou cabo da cabeça. muito muhahahahah

e os problemas pessoais, não vão para o trabalho? a cena é, estamos sempre juntos.. não há disso. por estarmos perfeitamente cientes dos stresses um do outro, e conseguimos apoiar-nos melhor. quando chega ao fim do dia estamos ambos de rastos, ninguém se põe a medir a pilinha do cansaço ou da frustração.

quando é para desligar, é para desligar. é por isso que levo as férias e as escapadinhas tão a sério. apesar de nunca ser a 100%, porque muitas das conversas rodam à volta do nosso ramo. but then again, não imagino as coisas de forma diferente.

e espero que assim continue, durante muuuuuitos mais anos. tipo, até à reforma!!

Arrival

Fevereiro 12, 2017

peeps be advised: não me contive nos spoilers, se ainda não viram o filme, voltem cá mais tarde!

para ser honesta, apesar de ter sido um dos filmes mais aguardados do ano passado, não estava com grande pressa em vê-lo. primeiro porque a premissa do filme pareceu-me algo desinteressante, e segundo porque não vou à bola com o renner, e muito menos com o whitaker (ninguém o mandou aceitar entrar naquela piada de supremo mau gosto que é o battlefield earth, deixo-mo com uma bandeirola vermelha por cima da cabeça). não tinha a certeza que a adams sozinha tinha filme para mim.

eis que doze misteriosas cápsulas alienígenas surgem em pontos aleatórios do globo.

só que esta não é a típica invasão extra-terrestre que todos tememos, em que os ETs entram logo a matar, cheios de pressa para nos liquidar e começar a sacar os recursos naturais da terra. é que - sejamos realistas, porque raio estes moços se davam à chatice de percorrer milhões de km's se não fosse para deitar as mãos ao planeta? até a própria historia da civilização humana sugere este comportamento...

não.. estes ETs, apesar do aspecto assustador (a fazer lembrar polvos gigantes) parecem pacíficos, e são extremamente pacientes com os humanos. os militares suspeitam da agenda destes visitantes, mas apesar de terem o arsenal bélico pronto a ser utilizado contra eles, dão-lhes o beneficio de dúvida. são então criadas equipas especiais para tentar estabelecer uma forma de comunicação.

a personagem interpretada pela amy adams, louise banks, uma especialista em linguística, é recrutada pelos militares americanos, para a complexa tarefa de descodificar a língua dos alienígenas, e questioná-los sobre o motivo da visita. e já agora, impedir que rebente uma guerra mundial. coisa pouca :D

já vi muitos filmes do género, mas poucos abordam o tema da comunicação, quanto mais dedicar o filme *todo* a isso. normalmente os ETs são uns porreiros, e chegam cá já a saber falar inglês. ou usam aquele conveniente deus ex machina, comunicam por telepatia. e siga para bingo!

mas de facto, é uma questão é pertinente. uma civilização com origem noutro ponto qualquer do universo, vai ter características brutalmente diferentes das nossas. as barreiras não se resumem apenas à linguística, mas a T-U-D-O. se é que existe sequer entendimento possível..

em termos de acção, o filme anda perto do zero. é lento, emocional, cheio de silêncios dramáticos, muito técnico, e denso em detalhes - daqueles que não dá *mesmo* para desviar a atenção, se não perdemos o fio à meada. puxa muito pela nossa capacidade de interpretação, perspicácia, e leitura nas entre-linhas.

não há desfile de tecnologia futurista (as naves têm uma forma orgânica, nada tech-y), não há sequências de batalha, e muito menos fogo de artifício digital. os cenários e adereços são realistas, simples e enfadonhos, e guarda-roupa é básico. junte-se a isso a cinematografia, com aquele ambiente minimalista frio e escuro, envolta numa banda sonora que parece de outro mundo, misteriosa e inquietante, e temos um filme que foge completamente ao estereotipo dos filmes sobre invasões extraterrestres.

entretanto, algumas pessoas já aborrecidas de morte, começam a sair do cinema, a lamentar o dinheiro que gastaram nos bilhetes.

aquilo que me manteve colada ao assento, de olhos esgazeados no ecrã, a espumar do cérebro, não foi (apenas) a atmosfera do filme, nem as actuações, nem a música.. foram os conceitos que o filme invoca, alguns baseados em teorias e hipóteses que mais parecem saídos da ficção cientifica, mas existem e estão ao alcance da wikipédia, e as injecções de linguística de cair pró lado, ZOMG!! as nuances, truques e rasteiras da linguagem, que nem nos passa pela cabeça...



as revelações vão-se sucedendo, cada uma melhor que a anterior,

a primeira é que, ao contrario dos humanos, os ETs não falam da mesma forma como escrevem. a forma gráfica como escrevem é não-linear, sem direcção, sem principio nem fim, e levanta a questão: será assim que eles pensam?

além disso, a ideia da nossa escrita e fala serem redundantes, e que estamos a desperdiçar um segundo canal de comunicações é muito interessante.

entretanto a louise começa a ser atormentada por "alucinações", que ela não reconhece nem compreende, mas que nós, graças ao início do filme, já sabemos que são memórias sobre algo muito importante da vida dela. e tem um sonho bastante oportuno, sobre a teoria que diz que a língua que falamos determina a forma como pensamos, e afecta a forma como vemos tudo. e quando nos imergimos numa língua estrangeira, o cérebro é reprogramado para pensar de outra forma. só assim naquela de levantar a pontinha do véu para o que aí vem!

a segunda é que, os ETs vieram até à terra para nos oferecer uma "arma". e cada uma das doze cápsulas espalhadas pelo globo transmitiu uma parte dela, na críptica linguagem alienígena. se a humanidade quiser resolver o puzzle, vai ter que unir esforços. i see what you did there, joe alien lol

só que a complexidade da comunicação entre as duas espécies, leva a que as intenções dos ETs em "oferecer arma", sejam mal interpretadas, e uma guerra à escala global contra os invasores está para rebentar a qualquer momento. louise aproveita uma "visão" de como subir até à cápsula, agora estacionada a várias dezenas metros do solo, para avisar os ETs que correm perigo.

dentro do aquário dos polvos do espaço, louise fica a saber que um deles está a morrer, embora o outro não pareça muito afectado. ela pede ao gigantesco ser, que avise as outras cápsulas dos planos dos humanos, mas este diz-lhe que ela tem a "arma", para usá-la.. algo que a deixa super confusa. é então que ela finalmente pergunta o que é que eles vieram cá fazer. o joe alien informa-a que vieram ajudar os humanos, pois daqui a três mil anos vão precisar da nossa ajuda. ela, ainda engasgada com a informação de que estava na posse da "arma", fica completamente baralhada com a conversa do futuro.. quando o afável ET lhe diz que também ela consegue ver o futuro..

os flashbacks sobre vida dela que até então estávamos a ver, são na verdade flashforwards...

WHO-HO-HO-A... i like it. i like it A LOT!

aqui tive um vibe *tão* cloud atlas. uma salganhada de cenas que não fazem sentido, mas quando chega ao fim e temos a grande revelação, só não caímos de cu porque estamos sentados.

a terceira e última revelação é que, os ET’s não experienciam o tempo da mesma forma que nós, mas sim de forma não-linear, e conseguem ver o que está para vir. e que a "arma" que vieram oferecer é a sua língua, a chave para abrir o tempo, para que os humanos também consigam ver o futuro.

à medida que a louise foi dominando a linguagem deles, a sua percepção do tempo expandiu-se e ela ganhou consciência de todos os instantes da sua existência. os eventos que ainda estão para acontecer revelam-se de forma cristalina. deixou de ter passado e futuro. tudo acontece ao mesmo tempo... 

isto é épico a tantos níveis!!!



e não tarda muito a dar uso à recém adquirida habilidade, com o general chinês.

o filme termina com a ela a aceitar o que o destino lhe reservou, apesar de saber que lhe espera tempos muito difíceis... e a nós também, com a quantidade de informação paradoxal que temos para digerir!

confesso que fiquei um bocado confusa com o conceito do tempo não-linear que o filme explorou. se por um lado passa a ideia que já está tudo determinado na nossa vida (se não, não era possível aceder a memórias de eventos que ainda estão muito distantes), por outro deixa implícito que podemos manipular o futuro.. andei dias a obcecar com isto, à procura que me fizesse sentido na cabeça. para mim, o mais lógico é, da mesma forma que não podemos mudar o passado, também não podermos mudar o futuro. além disso, jogo na liga daqueles que acreditam que a nossa vida e as nossas acções estão pré-determinadas, e não há nada que possamos fazer para fugir-lhes (e btw, não sou *de todo* religiosa). mas se deixar cair o conceito de passado e futuro, e ter apenas o presente, nesse caso consigo aceitar que seria possível manipular algumas coisas...

...se não, para que raio nos serviria a oferta dos polvos do espaço?

ainda não estou totalmente convencida, mas dou esta de bandeja.

só sei que esta história do tempo não-linear faz-me cócegas. desde que me conheço que embirro à brava com o momento presente, o passado e o futuro. estes "estados" sempre me fizeram uma confusão tremenda. como é óbvio, nunca cheguei a conclusão alguma.. talvez porque não há conclusão alguma para chegar. há umas quantas teorias sobre o tema, algumas delas sugerem que a malta devia estar sob o efeito de cenas fixes quando se lembrou delas :D

bom, para concluir, isto já vai longo e provavelmente muito desinteressante.. o arrival é um daqueles filmes de ficção cientifica inteligente, que faz uso de conceitos, teorias e hipóteses que nos metem a pensar, e a lamber páginas atrás de páginas, seja por mera curiosidade ou para aprofundar conhecimentos. mesmo sendo material tão denso, que no final ainda deixe mais questões do que aquelas que tínhamos antes. é o tipo de filme que divide opiniões, mas que entretém para lá da sala de cinema.

é soberbo a construir momentos de suspense, a narrativa é solida, e achei que o argumento joga (e muito bem) pelo seguro, ao dar apenas a informação essencial para transmitir as ideias, de forma muito clara para não dar margem a grandes dúvidas. apesar de um detalhe ou outro que achei mais confuso, não consigo criticar aspecto nenhum no filme, acho está muito próximo da perfeição.

e palmas para a amy adams, que foi brutal a dar-nos uma actuação deveras emocional. brilhou com uma série de emoções viscerais (desconforto, confusão, pânico, ansiedade, frustração), muito difíceis de fingir de forma convincente.

hats off!

Pergunta para queijinho

Fevereiro 06, 2017

se estivessem a entrar num parque de estacionamento, e estivesse por lá um senhor agente da autoridade todo grosso, o que é que faziam?

a) caprichavam na manobra de estacionamento, para impressioná-lo com a vossa destreza ao volante;

ou

b) uma aselhice qualquer para captar-lhe a atenção, mesmo arriscando um raspanete;

(eu não fiz nem numa nem outra, tá mais que visto que preciso de óculos, pois foi o homem que me chamou a atenção para o monumento... mas fiquei a pensar no assunto muhahaha)

Cenas

Fevereiro 03, 2017

ultimamente tenho andado "sensível" à lactose (ie, ao segundo copo de leite do dia, parece que os meus insides ficam possuídos pelo demónio). tenho fases, mas como não consigo abdicar (nem quero) do leite, troquei o meu matinalzinho magro do coração, por um mimosa igualmente magro, sem lactose, velho conhecido de "crises" passadas.

esqueci-me foi de um detalhe: leite sem lactose tem um sabor mais doce, e eu nos entretantos, perdi a tolerância a bebidas doces. resultado: andei o dia todo agoniada... a sério que prefiro os distúrbios na canalização a isto :P

MFW ainda faltam 5 1/3 pacotes de leite para poder voltar ao outro... FFFUUUUU!!!

Pág. 1/2

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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