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lost in wonderland

lost in wonderland

España // Sa Calobra y Alcúdia

Novembro 20, 2018

desta vez só não ficamos com mais pena de deixar aquele paraíso porque nas manhãs acordávamos com o barulho das obras de mais uma mansão de pedra, ali nas redondezas. não é lá muito fixe.

mas antes de nos fazermos à estrada, ainda estivemos na galhofa com a dona antónia. a senhora tem sempre histórias do arco da velha para contar, de cenas com a malta que lá pernoita (e às vezes acaba por não pernoitar), e escangalha-se a rir enquanto as contas. nós achamos piada e ainda puxamos mais por ela. é esta descontracção genuína que adoramos nos espanhóis.

fiquei espantada, quando ela a contar sobre uns hóspedes espanhóis que pelos vistos não se calaram a noite toda, usou a expressão "teca teca teca teca".. pensava que isso era uma cena tuga. pelos vistos não é muhahahah tão bom!

neste dia percebemos porque é que não há muitos turistas em deià. aquilo não tem sitio para estacionar, ponto! e paga-se taxa para levantar guito no multibanco, que filhaputice :P

dissemos adeus à adorável vila de deià, e seguimos para este, visitar os sítios que ficaram para trás no ano passado.

depois de muitas curvas e contra-curvas pela espectacular estrada de montanha, eis que finalmente surge a indicação para o primeiro destino do dia, sa calobra.

estrada até lá é brutal! é uma serpentina do inicio ao fim, curvas super apertadas, estreita, com um declive que dá vertigens (desce 800m em 12km), e com um tráfego de autocarros de excursão completamente insano. não é tão assustadora como a estrada para o cabo de formentor (que tem muito menos visibilidade), mas mete a adrenalina a bombar igualmente.

não perdi tempo a tirar fotos, mas encontrei nas interwebs este belíssimo exemplo. não consegui identificar o autor, mas estou-lhe muito agradecida!

sa calobra

a-d-o-r-e-i!!!

lá embaixo, o único parque de estacionamento custava 5 cêntimos ao minuto... EEEEEK!! comecei a fazer contas... 3€ à hora.. ok, vamos tentar não ficar aqui muito tempo, que isto é mais caro que deixar o carro no estacionamento dos restauradores. bom, ao menos deu para sacar umas piadas fixes:

"homem, o teu OCD em deixar a mala do carro arrumada ja nos custou 25 cêntimos!!"

ficamos lá cerca de duas horas, só chegar e voltar do anfiteatro natural onde termina o torrent de pareis da custa quase 2€, não é brincadeira. o acesso a este local faz-se por grutas, também bastante congestionadas naquela altura do ano.

bem, aquilo é bonito e é de louvar o esforço daquela malta para conseguir preservar aquele santuário natural, apesar das hordas de turistas que lá vão todos os dias. mas para praia não é grande coisa.. cascalho em vez de areia, e o acesso ao mar faz-se por uma garganta estreita bastante concorrida. a água é de um azulão incrível, mas infelizmente estava super badalhoca.. ainda fiz umas tentativas de ir ao banho, mas aquelas manchas de porcaria (pastos misturados com lixo) tavam-me a meter um certo nojo..

e como estava um calor brutal, só queria era estar à sobra, por isso, volto a agradecer ao estranho que tirou esta espectacular foto (eu não teria tirado melhor) lá do sítio,

torrent de pareis

bom, podia ser que no destino seguinte, a praia de formentor, a água tivesse mais limpinha.

quase duas horas depois, chegávamos finalmente lá. a praia de formentor parece as praias da arrábida, serra por ali abaixo, com um bocadinho de areia na orla, só que a água tem uma temperatura decente.. quer dizer, podia estar um bocadinho mais quente que não lhe ficava mal. mas aquelas semelhanças todas estava a causar-nos uma certa dissonância cognitiva lol e também estava apinhada, como a praia dos coelhos em agosto.

também o comodismo ali sai caro: o parque mais próximo da praia custava 5 cêntimos ao minuto. havia outro que estava praticamente dentro da praia e custava 7 :P

como a tarde estava bonita, acabamos a tarde a lavar as vistas no imponente miradouro de es colomer.

es colomer es colomer es colomer

e dali fomos conhecer o alojamento número dois, num pequeno hotel de charme, no centro histórico de alcúdia. o quarto era fixe, o tinha um wc enorme, e vista para um pequeno pátio cheio de plantas.

nessa noite tava-me a apetecer italiano, então seguimos a dica do host do hotel, e comemos uma pasta deliciosa. depois do jantar demos um longo passeio pelo centro histórico, e quando começou tudo a ficar deserto, regressamos à base. aquilo ali é super calmo, nota-se que é zona procurada essencialmente por famílias, e a partir da meia noite, morre completamente.

e foi então que o nosso quarto de charme perdeu o charme todo - o homem atravessou-se à frente de uma barata.. enorme!! PQP, tão e matar aquilo? blargh...

España // Fornalutx y Palma

Novembro 03, 2018

o dia começou com o farto pequeno-almoço que a dona antónia serve aos seus hóspedes, naquela sala com uma vista fantástica sobre a vila. desta vez só não veio fruta, mas ainda bem, não é coisa que aprecie comer logo de manhã, e é sempre chato estar a mandar comida para trás.

tal como previsto, preguiçamos valentemente neste dia. primeiro fomos turistar até fornalutx, uma das aldeias típicas mais bonitas de maiorca, que da outra vez ficou para segundas núpcias por falta de tempo.

ao contrário de deià, que se revela majestosa a quem cruza a estrada que atravessa a serra tramuntana, fornalutx é mais pequena e discreta. fica no coração da cordilheira, ao fundo de uma encosta, orientada para o sul. o casario irregular em pedra dourada, dilui-se na paisagem, e é banhada por uma luminosidade incrível.

a aldeia em si é a principal atracção. apesar de ser invadida por vagas incessantes de visitantes, é um dos poucos sítios que visitamos que não está descaracterizado pela intensa exploração turística da ilha. os seus habitantes conseguem a proeza de mantê-la impecavelmente preservada e cuidada.

fornalutx

são necessárias pelo menos duas horas para simplesmente nos perdermos por ali, e apreciar sem pressas o charme das ruas labirínticas a transbordar de plantas, e as fachadas rústicas. é o paraíso na terra para os instagrammers.

fornalutxfornalutxbuganvílias

dali não se consegue ver o mar, apenas as imponentes muralhas naturais, que abraçam todo o cenário.

fornalutx fornalutx

de seguida, íamos cortar a serra ao meio pelo túnel de sóller em direcção a palma, com intenções de ir à decathlon tratar do que tinha falhado dia anterior, e mais tarde ajavadar nas tapas. pelo meio ainda estivemos duas horinhas na praia em can pastilla, e repetimos o episódio dos chuveiros do ano passado. até o carro ficou estacionado exactamente no mesmo sítio :D

as tapas no bar españa são absurdamente deliciosas, diria mesmo as melhores que já comemos em espanha. das duas vezes que lá estivemos, apanhamos sempre aquilo a abarrotar e tivemos que esperar por poiso. ok, só esperarmos mais porque queremos sentar-nos ao balcão, em frente à montra das tapas, e vamos deixando passar a malta a frente para as mesas vagas. é da forma como apanhamos sempre as tapas fresquinhas da cozinha hi hi hi saímos de la a rebolar!

tapas tapas

de regresso às montanhas, antes de irmos para a deià voltamos a passar em port de sóller, para conhecer a outra parte da baía. o extremo da marina está reservada aos barcos dos ricaços. havia lá com cada traineira, que mais parecia um transatlântico em ponto pequeno.

nas imediações, uma festa num bar improvisado, feito a partir de um contentor pintado de branco, e decorado numa combinação bipolar entre o náutico e o boho-chic, passava música lounge ao estilo de ibiza, para entreter a malta do papel.

por falar em bares, fomos fechar a noite ao mítico sa fonda. estava lá uma cota que o homem jurava a pés juntos que era a elizabeth fraser dos cocteau twins (e não só). eu, depois de ver as fotos também estava convencida, e quando vi que ela ia passar pela nossa mesa, disse ao homem para meter-se com ela. mas não era ohhhhhh

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España // Madrid III y Mallorca

Outubro 30, 2018

[zomg, daqui a nada tamos no final do ano e eu ainda não despachei os posts das férias 😱]

o terceiro dia começa logo a partir da meia-noite, e foi loooooooooongo. quase tão longo como vai ser esta posta muhahaha

então às 00:01 de domingo, estávamos a curtir o concerto de depeche mode à distância. havia que guardar com a vida os lugares porreiros que sacamos para ver NIN em todo o seu esplendor. estávamos junto da grade do corredor central, a cerca de 10 metros do palco. podíamos ter ido mais para a frente, mas sucede que nos dois últimos concertos que fiquei na linha da frente, quase que dei cabo dos ouvidos.. portantos neste queria estar num sitio onde o som não saísse demasiado forte (custo a acreditar que escrevi isto.... 😭), o mais centro possível do palco, para ter a mesma intensidade de som em cada ouvido. basicamente, triangulei ali a posição perfeita para ouvir o trent reznor e a sua electrónica desconcertada a guinchar, sem ficar surda.

anyway, agradeci aos deuses da música por aqueles dois palcos monstruosos do madcool estarem tão próximos um do outro, bombarem um som tão poderoso, e terem dois ecrãs gigantescos com uma qualidade do caneco, um de cada lado do palco. dava na boa para ver os concertos ao longe. e porra, que o som saia tão limpo que nem parecia música ao vivo. se o pavilhão atlântico tivesse apenas metade daquela qualidade...

o concerto depeche mode parecia numa mais ter fim. os gajos esmifraram o repertório de êxitos todo, desde os mais antigos até os mais recentes. foi épico (nada a ver com aquele que vi há uns anos no pavilhão atlântico), todàgente a arrebentar com as goelas para acompanhar as músicas.

às vinte prá uma, com uma pontualidade britânica, nine inch nails tomam de assalto o palco principal, em calças e t-shirts pretas, todas carcomidas pelas traças. a multidão passou-se, tudo a berrar, a assobiar, e a agitar as mãos no ar. eu tava com as expectativas no crl, ou não fosse por causa daquele concerto que estava ali, a 600km de casa.

desde a primeira música até à última, deram aquele que foi o melhor concerto do ano (década?) para mim.. assim como uma surpresa :D

o trent reznor é um animal em palco. agarrado ao microfone como se a sua vida dependesse dele, esgoelava-se numa angustia dilacerante, a exorcizar os demónios que se apoderam da sua alma. ao fim de meia hora já estava encharcadíssimo em suor. cabelo a escorrer água, cara e pescoço a escorrer água, todo ele parecia uma cascata, mas até ele tava a curtir a cena. lá pelo meio elogiou a recepção tão calorosa da malta, o ambiente do festival, e até as bandas que tinha visto por ali. pareceu genuinamente excitado com aquele concertalho que estava a dar.

emanava uma energia incrível do palco, produzida pela mistura do som, das luzes, e dos ecrãs. mas emanava uma energia ainda maior da multidão. 10 fãs por m², completamente histéricos, aos saltos, aos berros, a produzir um calor humano insano (a noite tava quente, mas não assim TÃO quente). eu até me benzia por temos segurado aqueles lugares, sempre conseguia respirar.. e que cada vez que soprava uma brisa era como se fosse uma dádiva dos céus!! mesmo assim, também eu estava a escorrer água por tudo quanto era poro. faço ideia de estivesse no meio daquela massa compacta de pessoas, sem ar fresco, e sem estar a um braço de distancia do segurança gostoso que andava a distribuir garrafas de água à borla. top👌

hipnotizada com aquela doidice toda, a dada altura tive uma reacção inesperada (não, não desatei a chorar como em kraftwerk). dei por mim de volta ao sudoeste, perante aquele palco imponente onde vi os melhores concertos da minha vida. as saudaaaades que tinha daquela sensação!! já me tinha esquecido o quão gosto de curtir música naquele ambiente, a céu aberto, numa planície sem barreiras a travarem o som. só que ali ainda era melhor, por estar alta calor, e eu estar de t-shirt e calções..

estive anos à espera daquele concerto, e não fiquei desiludida não senhora!! não sei como foi o de lisboa, mas aquele foi um assombro!!

o som esteve perfeito, e a setlist bastante compostinha. para partir aquela merda toda sem arranjo possível, só faltou mesmo a only. entretanto descobrimos que ele cantou a perfect drug num concerto lá pelas americas e o homem ficou todo choroso, com pena de não ter tido esse privilégio também.

quanto a mim, fiquei genuinamente espantada por saber que ainda consigo aguentar hora e meia aos saltos lol

agora tínhamos uma hora para queimar até ao concerto de underworld, e aproveitamos para ir fazer uma bucha. tava de apetites a churros, portanto fomos à procura da barraca de churros. que festival de música é que não tem uma barraca de churros e farturas? ainda por cima em espanha!

pois que este não tem, confirmamos no posto de informação… whaaaaaat? a sério? não pode… tou chocada!  tive que me contentar com um waffle afogado em nutella (blargh).

underworld trouxeram-nos aquele electro pimba olskool deles, mas já os ouço à tantos anos que me dá uma certa sensação de conforto, e tornaram o recinto numa discoteca gigante. estávamos num sitio muita fixe (ie, encostados à grade lol), que a organização decidiu abrir o recinto VIP para todos festivaleiros, mas nem todàgente reparou e não estávamos afogados em pessoas. quando acabou, lá prás quatro e meia, eu tava toda estropiada.

despedi-me do festival com intenções de voltar, e agora tinha que andar alguns dois km até à estação de metro auuuuuuuuch o homem veio o caminho todo a meter-se com a malta. até com uns putos japoneses falou :D

metro só para o centro de madrid. aeroporto só dali a uma hora, quando a linha abrisse.. bahhhhhhh, como não me apeteceu esperar, só queria era ir para o aeroporto ver se ainda arrochava uns minutos, voltamos à superfície e chamamos um uber..

(e depois aconteceu isto lol)

chegados à zona de embarque do aeroporto, aproveitamos para.. er, tomar o pequeno-almoço - no mac donalds, a única coisa aberta aquela hora. de seguida, ir ao wc tentar parecer um bocado mais apresentáveis, lavar as trombas, escovar os dentes e tal. aproveitei também para trocar os calções pelas calças, não fosse o avião estar gelado.

passar pelas brasas antes do voo foi pa esquecer, não houve tempo.. e eu que desta vez ia tão bem preparada bahhhhhhh mas assim que assentei o cú no avião, botei a máscara dos olhos e pimbas, parti choco até maiorca. parece que finalmente apanhei o jeito à cena de dormir durante os voos!

mal metemos o pé fora o aeroporto, até demos dois passos para trás com um bafalhão quente e húmido ao estilo tropical que faz no sul da ilha. puf! se já estava aquele calor às 9 da manhã, à tarde íamos conseguir fritar ovos na testa.

mal sabia eu, que o verão este ano decidiu tirar férias de portugal, e repetir maiorca foi uma daquelas ideias peregrinas que saiu bastante iluminada [eventualmente o verão, chegou a portugal, atrasado comò raio, mas até então, o tempo estava deprimente].

desta vez sabíamos onde apanhar o transfer para a centauro. trigo limpo. tivemos que esperar uns minutos, que eu aproveitei para trocar as calças pelos calções antes que morresse sufocada. mesmo ali no meio a rua :D

desta vez o homem obrigou-me a reservar um juke, que ele adora o carro e era uma oportunidade para darmos umas voltinhas num. chegamos ao escritório da centauro, "ah e tal, upgrade, peguem lá um kuga" whaaaaaaaat??? nooooooo.. "não podemos ter o juke?” perguntou o homem, com uma réstia de esperança, numa mistura de espanhol com inglês. o moço da rent-a-car afastou-se para ver se tinha algum disponível, e voltou com duas chaves. querem um branco com o depósito a meio, ou um cinza com o deposito cheio? venha daí esse cinza, que não temos tempo para perder, amigo!!

ficamos com a sensação que quando se pede o pacote nem-penses-que-largo-aqui-mil-paus-de-caução eles fazem upgrade para um carro do grupo acima. parece que foi o que aconteceu no ano passado, nós é que não percebemos. da próxima já sei, peço um do grupo a baixo, a ver se tenho sorte :D

também fizemos outra descoberta, esta não tão agradável. se alguém devolve o carro minimamente em condições, o carro mão chega a ser limpo, segue logo para a pool de carros disponíveis.

mau!

não era nada de especial, tinha algum pó no tablier, areia na mala, restos de protector nos cintos, um papel de estacionamento, e uns panascos nos tapetes. vá, não tinha sido limpo, fuckers! mas não se preocupem, próximos condutores, vou certificar-me que depois de mim, o carro segue direitinho prá limpeza!

o carro era recente, mas aquele modelo tava despido até aos mínimos obrigatórios. não tinha sensores de estacionamento, nem cameras, nem hill assist, como o fiesta, mas... mas...

ZOMG, o auto-radio sincroniza com o android, pqp habeus  spotify. FUCK YEA!!!

o próximo passo do nosso plano traçado ao milímetro, formulado cientificamente com base na experiência anterior, era seguir directos ao centro comercial ao lado do aeroporto. ir ao supermercado buscar água e outras provisões necessárias (i.e. bolachas), protector solar e after sun, e mais qualquer merda que estivesse em falta; ir à decathlon a ver se desencantava uns calções de banho que fizessem matchi-matchi com o meu colete de forças top de andar a cavalo em pranchas; e um chapéu de palha fixe.

só que chegamos lá e demos com o nariz na porta... quer dizer, o centro comercial abria ao meio-dia, mas as lojas e o supermercado estavam fechados ao domingo…nop… nós não sabíamos que ao domingo, grande parte do comercio em maiorca (e provavelmente em todas as baleares) pára..

mudança de planos on the fly, siga pro centro de palma, à procura de alternativas, alguma coisa havíamos de encontrar aberta. abancamos numa pastelaria e enquanto tomávamos o segundo pequeno-almoço do dia, tentei descobrir supermercados que abrissem do único dia sagrado da semana. havia o do el corte inglés, não muito longe. mas só abria às 11 da manhã, por isso demos umas voltas pelo centro de palma, nas calmas, a fazer tempo. mas no carro, com AC a bombar, que na rua o calor estava insuportável.. brincas!

tão lá conseguimos comprar umas quantas garrafas de água e um pano para limpar o pó do carro, que o homem não parava de cismar com a badalhoquisse do juke, e passamos numa farmácia para comprar o protector e cenas.

a parte chata é que eu estava a cair de sono, e ainda faltavam duas horas até podermos fazer check-in no hostal da dona antónia, na costa noroeste da ilha. tão ainda demos umas voltas por ali, até can pastilla morder o ambiente, e depois meti-nos a caminho de deià nas calmas. cheguei lá às duas em ponto!

a dona antónia lembrava-se de nós, mas continua com aquele ar desconfiado que só ela.

mais de 24 horas sem dormir, uma noite inteira aos saltos, um voo de madrugada, um calor abrasador, e os 85% de humidade de palma de maiorca.. nunca na vida precisei TANTO dum banho!!!

portanto, a primeira coisa que fiz mal fechei a porta do quarto foi enfiar-me debaixo do chuveiro - porque desta vez tínhamos casa de banho privada YAY nada como reservar alojamento com seis meses de antecedência e especificar exactamente qual o quarto que queremos!!

"i can think clearly now the dirt is gone" cantarolava eu, enquanto derretia a camada de nojeira que tinha agarrada ao corpo debaixo de água.

eram três da tarde e eu tava acordada há 30 horas, e já a sentir espasmos e chiliques pelo corpo todo. esparramei-me na cama, com a ventoinha apontada, e a janela escancarada. o homem juntou-se a mim pouco depois, e ferramos o galho a tarde toda.

acordamos para ir jantar, por volta das sete. xii, jantar tão cedo?? ah poizé, desta vez não nos lixam!! 

tinha dois restaurantes seleccionados, um italiano, e um mediterrânico. o italiano estava fechado. pimbas, paella!!

neste dia descobri que ADORO aioli.. zomg, é TÃO BOM!! ondé que aquela mistela andou a minha vida toda??

depois do repasto fomos dar uma volta até port de soller, onde consegui encontrar provavelmente o único tasco da ilha que vende churros com chocolate quente (não é, mas não consegui encontrar outro buáááá sacanas dos mallorquinos parece que não curtem daquela iguaria)

não fiquei grande fã do sítio. geograficamente está numa zona lindíssima, mas de resto, não tem grande charme. não é tão pitoresca como as aldeias mais isoladas, já está demasiado turist-y. mas como à noite até é um sitio bastante tranquilo, dá para dar umas passeatas bastante agradáveis.

de regresso a deià, descobrimos que o juke tinha um modo sport, tipo o turbo boost do K.I.T.T., brutalissimo para irmos parar lábaixo ao mar fazer curvas. diverti-me à brava naquela estrada :D

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España // Madrid II

Agosto 13, 2018

na sexta não acordamos muito tarde, para não falhar o pequeno-almoço. na sala de refeições do hotel era só malta com pulseira do madcool. cabrões, viram tame impala e justice e eu não... buáááá!!!

estava a dar o telejornal na tv, e eu ali à espera que a qualquer momento entrasse um directo a dar conta dos últimos desenvolvimentos sobre el atraco a la fabrica de moneda y timbre... la casa de papel much? muhahaha

tão e depois do pequeno-almoço, e já que tinham o dia completamente livre, foi a puta da loucura na capital espanhola, não?

HELL NO!! nem pensar que vou para a rua com este calor fdp.. fdx!!

fomos pró quarto e ficamos na ronha até perto das quatro da tarde, depois fomos (tentar) visitar a "fábrica nacional de moneda y timbre", aka sede central do consejo superior de investigaciones científicas. estivemos por lá um bocado, e estava sempre a aparecer malta, e a tentar entrar lá dentro, mas o segurança não ia na conversa. só conseguíamos ver uma nesga do edifício, meh. o homem metia-se na conversa com quase toda a gente que aparecia ali para fazer o mesmo.

dali regressamos à base, e voltamos à esplanada da noite anterior, para afinfar nas tapas. enchemos o bandulho com saladinhas e cenas frescas que estavam um mimo. depois fui à caça de um palmier coberto de chocolate para sobremesa. encontrei um enorme numa granier, mas não era tão bom (nem lá perto) daquele que comi em miranda do douro. depois demos mais umas voltas pelo bairro, e fomos descansar.

e acho que não fizemos mais nada nesse dia :D

a notícia da noite foi que os massive attack tinham cancelado o concerto em cima da hora, por causa de problemas relacionados com som. fixe, assim fico um bocadinho com menos de pena por não ir aos três dias do festival he he he

no sábado, depois do check out fizemos um pequeno desvio e atravessámos os barrios de castellana e recoletos, no distrito de salamanca. recoletos é a fuencarral para malta com carteira recheada, parecia a avenida da liberdade, lojas finórias porta sim, porta sim. mas muito gira, esta zona de salamanca, chique a valer.

fomos a uma decathlon, que o homem andava a chatear-me para arranjar uma mini-mochila igual à dele, para dividirmos a carga. também entrei em duas pepe jeans, para ver se safava uns calções muita giros que estavam em saldos no site, mas tive azar..

ali apanhamos o metro para o terminal 4 de barajas, para largar as malas no depósito de bagagem. fizemos isto muuuuuito nas calmas, que tínhamos uma porrada de horas pa queimar até à hora do festival. depois apanhamos o metro para os nuevos ministerios, e fomos ao el corte inglés, que eu ainda não tinha desistido dos calções da pepe. e lá sempre estava mais fresco que na rua lol

por volta das seis, já aborrecidos de não estar a fazer nada, metemo-nos a caminho do festival. supostamente devíamos ter apanhado a linha rosa, mas às tantas reparei que estávamos a passar numa estação onde tínhamos estado no dia anterior.. e não pertencia à linha rosa.. oh crap!! 

entramos na cinzenta por engano, que por acaso era uma linha circular.. e por acaso nós até tínhamos tempo para queimar.. 💡"em vez de voltarmos para trás, continuamos aqui confortavelmente sentados, a carregar os telemóveis". e foi assim que circulamos madrid por baixo de terra. a paisagem não é nada de especial, mas recomendo a viagem em caso de necessidade de carga na bateria do telemóvel 😂

tren cargador  
só ideias boas, estes espanhóis!

chegamos ao festival às sete da tarde e mesmo assim, ainda estava um calor dos infernos. ainda bem que não fomos mais cedo.. also, da próxima LEVAR um cabrão dum chapéu!! ainda foi um *certo* esticão entre a estação de metro e o recinto, e pelo caminho havia mangueiras espalhadas prá malta se refrescar. já disse que os espanhóis só têm boas ideias, não já? :D

fomos carregados com calças e blusas de manga comprida para usar durante o festival, não fosse ficar frio durante a noite... and guess what, nem saíram da bagagem. fomos como todàgente: de calções e t-shirt, e nem dava para ser de outra forma. vá lá que andei a controlar a temperatura nas duas noites anteriores, se não tinha falecido sufocada em tecido. nem casaco levamos. ok, eu levei uma blusa de manga comprida na mochila, que vesti por volta das três da manhã, mas foi só isso!

madcool

o recinto era enorme, a fazer lembrar o sudoeste (quando ainda era fixe), mas em melhor! com dois palcos gigantes, relva artificial, estações "húmidas" (estruturas que pulverizavam água para ajudar a malta a suportar o calor), e tantas de opções para comer, que era complicado escolher.

wet station

consegui perceber porque é que os massive cancelaram o concerto, o som que os palcos principais mandavam era monstruoso!! a primeira vez que estive num festival que usava esta técnica, os palcos estavam orientados de forma que o som não se cruzava, mas ali era impossível estarem dois concertos a acontecer em simultâneo (o que supostamente nem é para acontecer).

madcoolmadcool

assim que o sol se pôs, a temperatura ficou perfeita. venham saí esses concertões, crl!!

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España // Madrid I

Agosto 07, 2018

"ah e tal, butes comprar os voos prás duas da tarde, para fazermos tudo nas calmas."

a gente até tenta.. só que não.

ditam as regras da casa, que os preparativos para viajar fazem-se sempre na véspera. quando são dois ou três dias é na boa, quando é uma semana inteira num pais estrangeiro, se calhar não é a ideia mais sensata. mas nós somos como somos, e pelos vistos não há volta a dar.

ninguém dormiu, como já se esperava. ainda por cima, tinha fisioterapia às oito da manhã e ainda faltava limpar a casa. nem deu para passar pelas brasas, chuinf..

escrevi na pedra que às 12h30, tínhamos que estar no aeroporto, para evitar as correrias loucas do costume para não perder o voo. portantos, porta de embarque fechava às 13h25... a que horas a isa e o seu homem chegaram ao aeroporto? a 20 minutos da porta fechar, pois claro!

VÁ LÁ que o controlo de segurança estava tranquilo e foi sempre a andar correr... é sempre, SEMPRE a mesma cena.. algum dia calha cocó!

abanquei no avião, saquei do tapa-olhos e arrochei logo, de tão podre que tava de sono. quando dei por isso, estávamos a começar a aterragem.

saímos de lisboa com 23ºC, chegamos a madrid estavam 33º... puta que pariu! não estava preparada para aquele calor, foi uma tortura esperar pelo cabify naquela fornalha, mesmo à sombra. mas hey... FINALMENTE VERÃO, fuck yeah!!! isa does the happy dance \m/

ficamos num hotel com uma localização interessante, enfiado num bairro residencial, numa zona muito pouco turística. o preço para as duas noites com pequeno-almoço incluído ficava muito em conta, e tinha metro quase à porta, era o que interessava. o quarto era pequeno e completamente despido de luxos, mas tinha uma disposição super prática e era confortável.

e o que fizemos nós mal assentamos arraiais?
aquilo que os espanhóis fazem aquela hora: la siesta!

e que rica sesta.. dormimos até às sete da tarde, malditas directas. se bem que, com aquele calor, a última coisa que me apetecia era andar na rua.

neste dia aprendi porque é que hordas de espanhóis empancam sempre junto às bilheteiras do metro de lisboa, ou arranjam sarilhos com os seguranças nos canais de acesso.

vamos a comprar os bilhetes na máquina, e quando o homem pensava que estava a pedir dois bilhetes, com 10 viagens cada, a máquina só cuspiu um cartão, com 20 viagens dentro. PÂNICO. fomos à bilheteira ver se dava para corrigir a cagada, quando a funcionaria nos diz que não há problema, que o mesmo cartão pode ser utilizado por várias pessoas... AAAAAAAAH isso explica tanta coisa lol

fazer binge watch da casa de papel uns dias antes de irmos para espanha teve uma consequência inesperada, e não foi o curso intensivo na arte de insultar em espanhol, foi ter a língua fresquinha no ouvido. desta vez não houve receios nenhuns em arranhar espanhol, espero que os nuestros hermanos tenham apreciado o nosso esforço :D

o homem queria ir ajavadar no pez tortilla, então foi o primeiro sítio que atacamos em madrid. tal como da outra vez, o minúsculo tasco estava apinhado mas conseguimos um espacinho no balcão. and again, éramos os únicos estrangeiros lá. mandamos vir tortillascroquetas.

o barulho que aquelas duas dúzias de almas produziam era tal, que houve ali um momento em que senti-me a abandonar esta dimensão lol

dali fomos ver como estavam as modas na fuencarral, passamos pela confusão da gran via e da puerta del sol, e depois fomos comer a sobremesa ao san ginés. e tava feita a visita ao centro de madrid!

madrid

ao voltar para o hotel, demos uma volta pelo bairro, à procura dum supermercado aberto para comprar água. em vez disso, acabamos por aterrar na esplanada dum tasco, que estava cheia de cotas animados. não alinhei nas cañas, mas dei-lhe forte na água com gás. a noite tava tão quente que nem apetecia comer, só beber.

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¡Hola, España!

Julho 27, 2018

era uma vez umas férias de verão que estiveram para não acontecer... se não tivessem sido marcadas com seis meses de antecedência!

...ya, aquilo que eu estou sempre a queixar-me que detesto fazer. juro pela minha rica saúde que nunca mais me vão ouvir a implicar com esse tema 😅

esta história começa quando decidi que queria ir ao concerto de nine inch nails no madcool, em madrid. andava há anos a deixar escapar oportunidades, e meti na cabeça que deste ano não passava! havia um zum-zum que eles também vinham ao alive, mas a coisa não atava nem desatava e não quis arriscar que os bilhetes do madcool esgotassem. mais a mais, não sou fã do alive, e o cartaz do outro enchia-me as medidas.

mas contas feitas, entre os passes para o festival, voos, alojamento, comida e transportes, ir aos três dias era um rombo enorme no orçamento... por isso, e com muita pena minha que já não ia ver tame impala, nem justice, nem massive attack, decidimos ir apenas ao dia de realmente interessava.

...só que o rombo acabou por ser ainda maior 😂

tão já que não íamos aos três dias do festival, tive uma daquelas ideias peregrinas. fui espreitar o preço dos voos de madrid para maiorca.. e gostei MUITO do que vi!

tão foi assim que numa fria noite no inicio de janeiro, compramos os passes para o dia de NIN, os voos de LIS > MAD > PMI and back, reservamos alojamento para cinco dias em três zonas de maiorca, e esquecemos o assunto.

fast forward até meados de junho.

tava a marcar um consulta quando "senti" que havia qualquer coisa de errado com a data que tinha acabado de aceitar, apesar do calendário mostrar-me que estava livre. como aprendi a desconfiar destas cismas, mandei uma mensagem ao homem para confirmar o dia que voávamos para madrid. o homem checka a data e... oh fuck!! 

a um mês de arrancarmos para espanha, descobrimos que fizemos cócó na data do primeiro voo muhahahah. ora, como alterar o voo tão em cima da hora estava fora de questão, restava-nos ficar um dia a mais em madrid... OH. QUE. CHATICE!!! lol felizmente ainda não tínhamos marcado o hotel, porque em janeiro não vimos nada que agradasse.

resumindo: oito dias por terras espanholas, três em madrid, cinco em maiorca. como já sabíamos ao que íamos, não fizemos planos. à parte dos sítios escolhidos para dormir (que isso convém ficar logo fechadinho para evitar stresses), íamos para onde nos apetecia e fazíamos o que nos desse na telha. as férias acabaram por ser bastante diferentes do habitual: tranquilas, super descontraídas, e muito.. muito.. preguiçosas!

to be continued...

Mallorca // Deià - PMI

Agosto 24, 2017

acordar com esta paisagem a entrar-nos pelo quarto a dentro é indescritível...

deìa

uma pessoa até fica emocionada :')

o pequeno-almoço não era buffet e a dona antónia serviu-nos um banquete digno da realeza. tivemos que implorar-lhe para deixar de trazer comida, que nem a mesa, nem os nossos estômagos tinham espaço para mais. várias qualidades de pão, bolos, doces, enchidos, queijo, tortilha, fruta, café, leite, sumos.. estávamos sentados perto da janela, e a vista que tínhamos sobre deìa era quase tão obscena como a do quarto, dois andares acima.

depois do pequeno-almoço estivemos um bocadito à conversa com a senhora, que apesar de ter aquele ar desconfiado, era simpática e bem humorada. desbobinou bastante sobre as dores do turismo na ilha. isto porque ficamos impressionados como a forma como ela lidou com um casal de franceses finórios, que ficaram ultrajados por não haver croissants para o pequeno-almoço. o drama, a tragédia, o horror, ui..

não são poucas as vilas rústicas, de casas de pedra dourada, empilhadas majestosamente pelas encostas da serra tramuntana. cada uma mais bonita que a anterior.. mas deìa leva a taça.

deìadeìa

é destino de malta endinheirada, nota-se logo a diferença. é tudo muito boho-chic e cheio de charme, tudo impecavelmente arranjado, florido e bem-disposto. desde as ruas, às pessoas que por ali andavam.

umas centenas de metros colina abaixo está a cala deìa, outro daqueles recantos mágicos. apesar de não ter um grão de areia, a malta acomoda-se por cima das rochas e deixa estar por ali.

cala deìa cala deìacala deìa

aqui demos numa de nerds profissionais. fomos ao c'as patro march, um barraco tosco plantado à beirinha da água, que não só faz derreter o coração de tão amoroso que é, como serviu de cenário para uma das cenas do the night manager, aquela da jantarada, onde o loki apanhou um camaçal de porrada para conseguir infiltrar-se no gang do dr house (no dia anterior tentámos passar pela mansão, mas os acessos até lá estão interditos pelos militares... bah)

cala deìa

eis a lista de locais que falhamos neste dia, só porque eu quis fazer praia em vez de passar o dia a conduzir: sa calobra (o homem não me perdoa esta lol), fornalutx, soller, estellencs, andratx, e magaluf (já que era para conhecer, era para conhecer tudo!). basicamente era acabar de circular a ilha, mas passamos por valldemossa e fomos a direitos para ses covetes, onde começa (ou acaba) es trenc. não fiquei muito melindrada com esta decisão.. afinal precisamos de deixar razões para voltar, né? :D

mais a mais, quem é que consegue resistir a isto?

praia es trec

por volta das seis da tarde, depois de termos percorrido a praia de uma ponta à outra, de mamar meio abacaxi que me soube pela vida, e de enchermos o bandulho de água salgada, iniciamos lentamente a retirada.

estávamos cobertos de areia e salitre, e não ia ser fixe passar a noite e apanhar o avião assim.. até porque com o calor e humidade, não tardaríamos a ficar impróprios para consumo he he he

ora deixa cá ver onde é que se consegue tomar banho por aqui.. umas pesquisas superficiais sobre onde tomar um duche quente nas redondezas do aeroporto não se revelaram bem sucedidas, por isso tivemos que improvisar. tão a ver aqueles duches à entrada (ou saída) das praias? foi nesses mesmo, em can pastilla. granda banhoca, ao final de tarde, em plena avenida, frente à playa de palma \m/

banho tomado, roupa fresca vestida, e bagagem arrumada, estava na hora de ir atestar e devolver o fiesta à centauro. agora sem ride, metemos as mochilas às costas e aproveitamos a boleia do shuttle de volta para o aeroporto, onde iríamos apanhar um autocarro para palma

porque gastamos uma pipa de massa em mistelas para o sol, e eu não estava a achar piada à ideia de deitar aquilo tudo fora praticamente cheio, tinha como missão encontrar um posto dos correos aberto àquela hora, para enviar aquilo para portugal. e encontrei, no el corte inglés. 

tiramos a senha, e enquanto aguardávamos pela nossa vez, o homem inteirou-se do preçário. custava alguns 30€ mandar a encomenda, tarifa fixa FFFUUUUUU.. sendo que tínhamos cerca de 50€ em produtos, era uma decisão tramada.. o homem sugeriu que por aquele preço, às tantas mais valia pagar bagagem extra no avião..

...e eis que eu me lembro que vamos voltar num charter, a bagagem de porão está incluída.. FUCK YEAH!! cagamos prós correios, e fomos ver onde se petiscava em palma. calhamos num tasco de tapas muito, muito fixe.

não nos demoramos muito mais por palma pois estávamos cansados, as mochilas pesavam nas costas, e a minha cara estava cada vez mais inchada por causa do cabrão do dente. além disso, não estava a achar o centro nada de especial. então, por volta das onze da noite, recolhemos ao aeroporto.

aeroporto de palma de maiorca

(yet another) funny story.. quando estivemos a fazer as marcações, não encontramos nada no booking para a última noite, estava tudo esgotado dentro dos nossos parâmetros. no airbnb também não havia grande coisa, e levamos nega no único que tinha aspecto. e eu disse ao homem, "cum cacete, não vou pagar mais de 100€ para dormir 4 ou 5 horas.. o check-in começa às 5h45, arroxamos no aeroporto e tá a andar de mota". o homem aceitou a sugestão, meio incrédulo e a duvidar que eu fosse achar piada a coisa.. só que achei.. e muita!

admito.. estava excitadíssima por passar a noite no aeroporto (com todo o respeito às as pessoas que ficaram presas em aeroportos por razões), é uma experiência pela qual nunca tinha passado, e que acabou por ser bastante educativa. 

estava mais calor na rua do que no edifício, mas como havia sempre carros e autocarros a passar e a descarregar pessoas, era um bocado caótico (aquele aeroporto não fecha, e há gente a (des)embarcar pela noite dentro, que colosso). então fomos lá para dentro. estiquei a toalha de praia no chão, usei a mochila como almofada, botei os tampões nos ouvidos e cá vai disto. não éramos os únicos, e topei formas muito criativas de fazer uma cama improvisada. desde os bancos almofadados do costa coffee, àquele casal que tinha cada um, um colchão insuflável. que rica ideia.

mais giro foi quando eles se foram embora, e deixaram lá os colchões encostados a um canto. o homem acordou-me da minha cama improvisada do chão e perguntou-me se estava interessada em fazer um upgrade. e foi deitadinha neles passei as últimas duas horas. maravilha. o homem não dormiu, passou a noite toda a trocar mensagens pelo whatsapp, com a mãe e a sogra (a gozar comigo, pois claro). 

e sim, conseguimos enviar a mochila minúscula cheia de frascos de cenas para o porão. botamos aquilo tudo dentro dum saco de plástico, não fossem os malões com 20kg de bagagem esmagar a nossa pobre mochila, e aquilo começar a babar creme por todos os lados. era um risco, mas antes isso que largar 30€ (lol cheap bastards).

e porque o homem não dormiu, e eu passei pelas brasas no chão do aeroporto, no domingo andámos o dia todo com a sensação estranha de estar a viver um dia suuuuuper longo.

maiorca soube a pouco, preciso de outra dose para conseguir tirá-la do sistema : /

that's all folks!

álbum completo no sítio do costume

Mallorca // Cala Ratjada - Deià

Agosto 22, 2017

se o dia anterior tinha sido ambicioso, este ia ser monstruoso..

acordámos numa ponta da ilha, e iríamos dormir quase no extremo oposto. foram quase 200km de estrada no terceiro dia de road trip.

pelo caminho tinha intenções de afogar o coiro em três praias. só que o vento decidiu dar o seu ar de graça, e o mar não estava grande coisa para ir a banhos. no fundo, foi a nossa sorte.. se não, não tínhamos chegado a deìa naquele dia. 

começamos por ir descobrir a cala agulla, ali nas costas de cala ratjada. é uma praia enorme, rodeada por uma mata de pinheiros, e abraçada por um cenário natural poderoso. fiquei cheia de pena por não a ter apanhado com o mar espelhado, deve ser ainda mais bonita.

cala agulla

cala mitjana está praticamente selvagem. paisagem quase intocada, não tem apoios, e chegar até lá é um desafio, principalmente para carrecos de cidade.. ia com o coração nas mãos, a benzer-me para que o fiesta sobrevivesse àquela provação sem grandes mazelas. depois de 1,3 excruciantes km's numa torrente de calhaus, eis que finalmente chegamos à praia. também ali o mar não estava para brincadeiras.. ainda assim, andava um grupo de idiotas corajosos a fazer placagens contra as ondas. não achamos esta cala nada de especial, gostei mais da paisagem até chegar lá.

dali seguia-se uma hora de estrada até à praia del muro. é uma zona muito bonita, mas está muito massacrada pelo turismo de massas. é a punta cana lá do sítio, cheia de resorts junto ao areal. 

como fica numa baía gigantesca, é mais abrigada e não estava tanta ondulação tanto como em agulla. claro que aproveitamos logo para ir tirar a barriga de misérias de água salgada morna.

playa del muroplaya del muro

e mais uma vez, foi um drama para sair lá de dentro. mas ainda tínhamos muito para ver e percorrer naquele dia.

a estrada de acesso ao cap formentor, a ponta mais a este de maiorca, não é aconselhável a pessoas com o coração fraco. para além de ser uma sucessão de curvas apertadas com pouca visibilidade, é estreita e uma boa parte da sua extensão é cavada na falésia, com o oceano a dizer "olá" a um braço de distância.. é também uma das estradas junto ao mar mais cénicas onde já conduzi, só que ia com os olhos de tal modo colados ao asfalto, que mal consegui apreciar o cenário.

os tomates que foram precisos para construir aquela estrada, fónix...

quando finalmente chegamos ao farol de formentor, havia fila. a fila era resultado de mais um exemplo de boa organização lá do sítio, para lidar com as hordas de turistas. porque o parque de estacionamento do farol é pequeno, havia uma pessoa a controlar a entrada. só entravam carros quando outros saíssem, e assim evitava-se o caos no pequeno estacionamento (que diga-se de passagem, podia ser perigoso). a parte fixe desta paragem forçada numa colina com uma certa inclinação, é que me levou a descobrir uma feature do fiesta que me agradou bastante: ponto de embraiagem assistido, meaning, quando largava a embraiagem, tinha uns segundos para acelerar, sem ter o stress de deixar o carro descair. vou mandar instalar isto no cascas :D

cap formentor

diz que o farol está situado a uma altura de 200 metros, a vista é impressionante. o tempo enevoado é que estragava um bocado a paisagem, o ambiente estava escuro e cinzentão.

de regresso passamos por duas calas que devíamos ter parado para visitar, cala figuera e cala formentor. mas já se estava a fazer tarde e ainda tinha pollença para ir descobrir, não queria perder mais tempo, até porque o mar agitado tira alguma piada à coisa.

podia ter parado no miradouro de es colomer, mas como estava apinhado, tinha que esperar que alguém saísse para eu estacionar. e não me apeteceu a esperar. não ajudou a tarde não estar nada de especial para vistas panorâmicas desafogadas. mas ficou marcado para regressar.

siga para pollença. pollença é uma cidade com uma dimensão considerável mas tem um centro histórico castiço, que vale a pena visitar. aproveitamos para tapear e depois fomos fazer aquilo que as pessoas vão lá fazer: subir os 365 degraus até el calvari, desfrutar da vista soberba sobre os arredores.

subida até el calvaridescida até pollença
de facto, o nome assenta muito bem.. é um calvário chegar até lá acima..

eis o que encontrei quando venci o último dos degraus,

chillin

descer foi mais fácil. todos os santos ajudam, já diziam os antigos :D

e agora.. uma hora sempre a direito por auto-estrada, ou uma e meia de curvas pela serra adentro? vou pela serra, sa'foda!

ainda bem que tomei esta decisão, se não mais tarde iria arrepender-me amargamente. a estrada que atravessa a serra tramuntana é uma das estradas de montanha mais deliciosas por onde já tive o prazer conduzir. não só está em excelentes condições, como é de facto muito agradável conduzir por lá, mesmo levando quase o dobro do tempo.

fizemos algumas paragens para apreciar a paisagem, que com a iluminação ténue do entardecer a reflectir naqueles maciços de calcário, criava assim uma atmosfera surreal.

serra tramuntanaserra tramuntana

chegamos a deìa ao anoitecer e fomos directos ao alojamento.

funny thing.. quando estivemos a marcar os alojamentos, à excepção do hotel da primeira noite que tinha realmente muito bom aspecto, não tínhamos fé nenhuma nos sítios que escolhemos para dormir. as opções não eram muitas, pois o nosso filtro na pesquisa do booking era agressivo: com pontuação acima de 8 e abaixo de 100€.. com tão poucos dias de antecedência não se esperavam milagres, mas tavamos naquela, "é só para dormir, por isso sa'foda!"

então, a caminho dos alojamentos, a conversa era sempre a mesma "será este o elo mais fraco dos alojamentos?", na expectativa de chegar lá e dar de caras com uma espelunca. falhou na segunda noite.. e falhou na terceira noite.. será que o barrete ia finalmente suceder na quarta noite?

a meio da estrada que atravessa deìa, o gps manda-me prá esquerda, por uma estrada íngreme, mal iluminada, e apertada que custava a passar um carro. "que raio de sitio para se abrir um hotel", barafustava eu, feita toupeira míope a tentar ver onde enfiava o carro. já transpirava por todos os lados..

eis que finalmente a estrada termina num pequeno parque de estacionamento. thank gawd, não queria mesmo deixar o carro a atravancar a passagem como encontrei tantos pelo caminho..

a dona antónia recebeu-nos com simpatia no hostal miramar, mas notei ali alguma desconfiança.. parecia que lhes estávamos a invadir a propriedade, ou assim. ficou intrigada da vida dela pelos nossos cartões de cidadão não terem data de emissão. será que recebe poucos tugas ali? já tava a ver que nos recusava a estadia. anyway, formalidades tratadas, levou-nos ao nosso quarto, no segundo andar da rústica mansão, típica daquela zona, com uma decoração genuinamente kitsch. tinha todo o ar de quinta da família convertida a alojamento. e eu a pensar cá para mim, "é hoje! é hoje! ainda por cima não tem wc no quarto".

quando a dona antónia nos apresentou aos nossos aposentos para aquela noite, ia-me dando uma coisa má.. até dei gemido involuntário.. a janela estava aberta, e fomos brindados uma vista inacreditável, que açambarcava a colina onde a aldeia se erguia, e estendia-se até mar. PQP, que vista.. perdão pelo palavrão, mas não encontro melhor adjectivo.. do caralho. não conseguia fechar a boca. nem afastar-me da janela.

quarto era muito fixe. pequeno, mas confortável. nop, definitivamente este quarto não era o elo mais fraco, apesar de não ter wc. no entanto, tinha um lavatório com algumas amenities, e mesmo em frente à porta tinha um cubículo com uma sanita, e ao fundo do corredor, um wc com lavatório, bidé e uma banheira minúscula com duche.

instalados, bora lá ver se alguém ainda nos dá de comer. descemos a colina até à estrada principal, e checkamos os restaurantes, fomos a todos. como eram praticamente onze da noite, já nenhum estava a servir.. queres ver que vamos prá cama de barriga vazia?

até que fomos salvos pelo sa fonda.

não.. não tou a gozar (e ter usado a expressão várias vezes no post não é mera coincidência muhahaha). este bar, provavelmente dos poucos em deìa, com aspecto de tasco onde a noite morre, decoração tacanha, mas descontraído, cheio de pessoas às gargalhadas, música fixe, e copos a partir (quando estava para subir para o terraço que dá acesso ao bar, alguém deixou cair um copo na rua e ainda senti os vidros a bater-me nas calças). mas o que eu gostei mais foi mesmo do nome. totalmente apropriado ao ambiente da casa.

o bacano do bar preparou-nos umas tostadas, de queijo, presunto e atum, com azeitonas e pimentos, que estavam à maneira. mais tarde, vim a descobrir que aquele tasco com aspecto duvidoso costuma ser frequentado por celebridades musicais. naice!

nessa noite dormimos com a janela escancarada, nada de mosquitos, apenas o som das gargalhadas, dos copos e da música que emanava sa fonda. foi dos melhores quartos onde ficamos alojados na ilha.

foi naquela madrugada que o karma finalmente se manifestou. tava tudo a correr demasiado bem para o meu gosto. aquela moinha que me começou ao fim da tarde num dente desvitalizado, amadureceu numa dor de dentes intensa, que me fez acordar a meio da noite. nada que um brufen não resolvesse rapidamente.

to be continued...

Mallorca // Colonia Saint Jordi - Cala Ratjada

Agosto 14, 2017

iniciamos o segundo dia de explorações perto de ses salines, num jardim botânico de cactos. como eu sofro de uma estranha atracção por cactos (acho que temos coisas em comum) tinha que ir visitar.

cactoscactos cactoscactoscactos cactos

mooontes de espécies diferentes, algumas só conhecia de fotografias, foi giro. caro, mas giro. passa-se lá uma manhã nas calmas.

dali seguia-se o cabo de ses salines, a ponta mais a sul de maiorca. foi uma feliz decisão de última hora, tomada na noite anterior enquanto esperava pela paella. só de ver as fotos dá-me vontade de chorar, editá-las foi um tormento. um momento de silêncio, enquanto apreciamos esta paisagem e a cor desta água,

cap ses salinescap ses salines cap ses salinescap ses salines

tavamos com uma vontade maluca de saltarmos para dentro do mar, só não o fizemos porque o vento soprava com alguma força, e tive receio que nos metêssemos em sarilhos.

o resto do dia seria passado a saltar entre calas. tinha oito assinaladas, mas depois de termos perdido uma hora à procura da primeira, cheguei à triste conclusão que não ia conseguir ver todas, tinha que escolher aquelas que não queria mesmo perder.

começamos pela cala màrmols, uma das mais bonitas. só que foi impossível chegar lá.. e não foi por falta de tentativas. andamos em estradas de terra batida só permitidas a moradores, e demos com o nariz em vários portões. às tantas desistimos.. sabia que tinha uma que era de difícil acesso, por azar era aquela mesmo. só se chega lá à pata por um trilho de 5km junto à costa, ou por barco.. meh, fica pra próxima.

seguia-se s'almunia e moro, pertinho uma da outra. ainda tivemos que palmilhar umas boas centenas de metros pois a malta que vive lá tem as ruas todas interditas a quem vem de fora. compreendo, eu se vivesse lá também não queria a minha rua atafulhada de carros.

s'almunia tem apenas um recanto minúsculo de areia, de resto é falésia. falésia fenomenal.

cala s'almuniacala s'almunia cala s'almuniacala s'almunia

ganhou o prémio de água obscena do dia. tal como no dia anterior em es trenc, não conseguíamos sair daqui. e finalmente consegui fazer override à minha firewall interna e comecei a mandar-me da falésia como o resto da malta. andavam dois grupos de gajas muitas malucas, que se atiravam de qualquer maneira, e havia um anão francês (que dizia ser nadador salvador) com mais tomates que os amigos de estatura normal do seu grupo, e que nadou até ao leito do oceano para ir resgatar a chinela de uma dama. tudo na galhofa, tudo a meter-se uns com os outros. tinha um ambiente brutal, esta cala.

o homem diz que não sabe nadar, mas isso não o impediu de ter ficado um par de horas enfiado na água, sem pé absolutamente nenhum.

a uns metros dali, na cala moro, a água estava mais fria e por ser muito mais apertada, tinha uma concentração de cerca de 4 pessoas por metro quadrado. é linda, linda, linda. principalmente vista de cima. não ficamos muito tempo aqui, pois ainda tínhamos muitas calas e muitos km pela frente e já se estava a fazer tarde.

cala morocala moro
linda. linda. linda. deixei um pedacinho do coração ali.

deixamos a cala llombards para segundas núpcias e seguimos para mondragó e s'amarador. as duas bem grandes, com praias de areia fina, e cheias de gente. o homem ainda foi ao banho, mas apesar da água estar mais quente que o ar, só me molhei até à cintura.

a caminho para a cala de sa nau, passamos por cala d'or (e pela cala ferrera), mas era tanta confusão de trânsito e gente pelas ruas que nem apeteceu a parar.

chegamos a sa nau quase ao anoitecer. também é muito bonita, mas como tem um pedacito de areia, é daquelas que enche pa cacete. demos as explorações por terminadas, e tivemos que deixar a cala varques para outra visita, com muita pena minha.

agora tinha pela frente uma hora de condução até cala ratjada, onde iríamos pernoitar. estava cansadíssima quando finalmente chegámos ao nosso destino.

não achei cala ratjada fixe. o centro parecia uma amostra de s'arenal. montes de gente, montes de confusão, barulho, praticamente só restaurantes de fast food, bares, enfim..

(not so) funny thing.. em espanha os restaurantes costumam servir até tarde, pois os espanhóis jantam a horas tardias.. menos em maiorca (e provavelmente no resto das baleares), os restaurantes têm os horários adaptados aos estrangeiros e deixam de servir demasiado cedo. às 10 e meia já não se conseguia comer em quase lado nenhum (fora nos fast food). hence, não houve tapas nem comida mediterrânea.. acabamos por ir a uma pizzaria, que por acaso ocupava o primeiro lugar do tripadvisor.

nessa noite descobri que os sapatos de água que comprámos podem ser muito práticos e confortáveis, mas não são grande coisa.. para além de levarem anos a secar (wtf, são sapatos de andar na água, deviam secar em três segundos), ganham um fedor a maresia podre de ir ao vómito. por muito que os lavasse, não conseguia acabar com aquele pivete (só me livrei dele depois de enfiá-los na máquina de lavar roupa). blargh!

to be continued...

Mallorca // S'Arenal - Colònia Sant Jordi

Agosto 10, 2017

acordei com o feeling de estar num gigantesco parque de diversões, com tanta coisa para ver e fazer que era quase overwhelming.. mal conseguia parar quieta durante o pequeno-almoço, cheia de fogo no cu para ir descobrir os recantos da ilha.

estava um dia perfeito de verão, que só por si, é coisa para me deixar histérica (como se eu já não estivesse o suficiente). quente, sem sopro de vento, e luminoso que quase cegava. tão bom que dava arrepios. mas first things first: comprar protector solar e mantimentos.

queriamos levar uma frutinha para a praia. queriamos.. pois não tardámos a descobrir que as mercearias de s'arenal têm uma oferta muito reduzida. praticamente só vendem álcool, refrigerantes, e snacks gordurosos. ainda entrámos numas quantas, e era tudo mais do mesmo.. mudança de planos, let's blow this joint e parar no primeiro supermercado que encontrarmos pelo caminho.

a primeira paragem do dia foi na cala delta, a primeira praia da lista... quer dizer, não sei se aquilo encaixa na categoria de praia.. é uma zona da falésia rente ao mar, onde as pessoas se estendem (desconfortavelmente) por cima das rochas e chapinham no oceano.

foi aqui que tivemos primeiro vislumbre das águas cristalinas azul turquesa do mediterrâneo (na praia de s'arenal a cor da água tinha um tom muito desmaiado). não via a hora de atirar-me lá para dentro!!

cala deltacala delta

foi também aqui que tive a minha primeira oportunidade de experimentar cliff jumping. tive - à vontade - meia hora a tentar ganhar coragem para saltar para dentro da água, tal como fazia a miudagem ali ao meu lado. uma altura praí de 2,5 metros, 3 no máximo, nada de especial, já me atirei de mais alto.. às tantas, desisti. o corpo simplesmente recusava-se a obedecer... parece que as pessoas quando crescem, activa-se-lhes uma firewall no cérebro que as impede de fazer disparates, e tornam-se numas cagadinhas.. bah!

foi ainda aqui onde nos apercebemos que havaianas (o único calçado que levamos para maiorca, tal não foi o nível de descontracção desta viagem) poderiam não ser o calçado mais apropriado para as pseudo-praias daquela ilha.. e tínhamos muitas daquelas no menu. ali todàgente calçava sapatos de andar na água, porque nadar com chinelas é uma coisa que simplesmente não funciona, muito menos andar a pé descalço por cima das rochas. ora bem, deixa cá ver onde é a decathlon mais próxima.

despedimo-nos da delta e fomos a um centro comercial ao lado do aeroporto, comprar os tais sapatos. deve ser um produto com muita saída, pois haviam montanhas deles logo à entrada da loja. só não havia o meu número na cor que queria, humpf..

aproveitamos também para ir ao hipermercado abastecer-nos de mantimentos e água. trouxemos uma garrafa de 0,75L de solán de cabras, e um garrafão de 5L de bezoya (a única marca que encontrei à venda em espanha que consigo beber sem ficar agoniada). a solán foi apenas pela garrafa (muito fixe, adoro a garrafa, por acaso), de plástico resistente ideal para ir enchendo com a do garrafão. à semelhança da maioria das águas espanholas europeias, tem um sabor horrível e serviu para lavar a fruta lol 

trouxemos também um protector solar resistente à agua, já a prever que iríamos passar mais tempo de molho do que estendidos ao sol, e o spray da isdin que tínhamos acabado de comprar dissolvia-se mal entrávamos na água. mais um after sun e um gel de aloe vera, a contar com escaldões. é o problema viajar com mochila às costas, não se pode levar estas merdas de casa..

compras feitas, seguimos a todo o vapor para a praia de es trenc. pelo caminho ainda paramos nas salinas, mas as visitas eram pagas. não me apeteceu pagar para ver salinas, não me pareceram muito diferentes das de tavira ou castro marim anyway.

salinas es trenc salinas es trenc

estivemos cerca de três horas nesta praia. delas, à vontade duas horas e meia enfiados na água.. era impossível sair de dentro do mar.. i shit you not, quando digo que precisei de alguns 30 minutos para sair de lá. parecia que havia uma força invisível a puxar-me de volta para dentro do caldinho, não me queria deixar ir. a água estava pura e simplesmente deliciosa, parecia uma piscina.. não, era melhor que uma piscina. era o céu. era o paraíso.

às tantas já tinha a pele das mãos e dos pés tão engelhada, que fiquei com medo de perder as impressões digitais permanentemente.. e eu preciso delas para desbloquear devices lol

declaramos es trenc a nossa praia preferida em maiorca, pelo cenário natural, pela cor e temperatura da água, pela areia branca fininha, e pela ...erm... o que acontece em es trenc, fica em es trenc ( ͡° ͜ʖ ͡°)

como estive demasiado ocupada a curtir a praia para tirar fotos, o google providencia para quem tiver curiosidade.

dali ainda fomos a ses salines, um vilarejo pitoresco ali perto. quase jantamos por lá, mas estávamos de tal modo desesperados por uma chuveirada, que fomos logo para a colònia de sant jordi, onde iríamos ficar alojados naquela noite. ao chegarmos ao hostal doris, demos de caras com um papel colado na porta, dirigido ao homem,

aviso na porta

fomos muitíssimo bem recebidos pelo staff do hostal, btw.

descobrimos que a colónia sant jordi é capaz de ser uma das localidades costeiras do sul menos turísticas.. quer dizer, também estava pejada, mas dá a sensação que é procurada por pessoal mais velho e pacato, que prefere o sossego à farra. nem sequer tem muitos bares, logo tem pouca confusão. é desafogada, tranquila, e absolutamente encantadora. 

nessa noite, seguimos a sugestão do host para ir tapear, que por acaso coincidia com o lugar cimeiro do tripadvisor.. só que o restaurante estava cheio, e já não aceitava mais clientes. acabamos num restaurante da marina (também sugerido), onde comemos a melhor paella de todo o sempre. foda-se, se gostei daquela paella.. ainda hoje babo-me toda só de me lembrar dela. PQP!! era enorme e devoramos aquilo tudo que nem dois leões esfomeados :D'

paella

depois do jantar, e já que a noite estava uma maravilha, seguimos outra sugestão do host, e fomos circular a vila pelo passeio marítimo. super calmo, mesmo juntinho ao mar, e aos apartamentos onde a malta chill'ava nas varandas enormes. inveja de quem ali vive, daquela mesmo verde e asquerosa.

e pela segunda noite caímos na cama como duas pedras. o protector solar funcionou às mil maravilhas, pois apesar daquele mar, sol e sal todo, o escaldão foi mínimo.

to be continued...

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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