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lost in wonderland

lost in wonderland

1 down, 51 to go!

Janeiro 09, 2021

a primeira semana de 2021 entrou a matar, e espeta-nos nas trombas uma das lições de vida mais valiosas — que as nossas ações têm consequências.

o capitólio foi tomado à força por uma multidão atiçada pelo messias das teorias da conspiração. o que mais me chocou naquele triste espetáculo, foi a.. ingenuidade daquelas pessoas. estavam convencidas que estavam no seu direito de invadir nada menos que a sede do governo do próprio pais, para “começar a revolução”... 😶
vandalizaram, saquearam, cagaram (literalmente) as intalações, enquanto partilhavam selfies e faziam livestreams para as redes sociais (a largar trilhos de dados que as identificavam), como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. depois estavam muito indignadas com a resposta das autoridades. mas o que é a malta acha que acontece numa revolução?

friendly reminder que existem pessoas entre nós, que não têm problema absolutamente nenhum em explorar as nossas crenças e fragilidades para benefício próprio, e estão-se completamente a cagar para o que nos acontece — danos colaterais, é isto que somos para essas pessoas. e no fim ainda gozam com a nossa cara. foi isto que sucedeu a muitas daquelas pessoas. foram para lá iludidas com as narrativas com que se identificavam, e muito provavelmente ficaram com as vidas arruinadas.

in other news, os números da peste estão fora de controlo porque as pessoas não se conseguem comprometer com uma coisa tão simples como… ficarem quietas em casa. foi-nos pedido que tivéssemos cuidados redobrados durante o natal e ano novo, e o que é que a malta fez? andou tudo ao molho, com fé em deus.

como é que a nossa espécie conseguiu chegar aos dias de hoje, é um feito que me surpreende cada vez mais…

meme

4 down, DONE!!!

Julho 14, 2020

foi no dia 3 de janeiro, ainda muita gente andava a curar a ressaca da passagem de ano, que tive a primeira demonstração da bosta que este ano ia ser.

regressávamos do trabalho, quase, quaaase a chegar a casa. trazíamos um colega connosco, a quem damos boleia com muita frequência. também é daquelas almas que fica até às tantas no escritório, e acabamos por sair quase sempre juntos. como ele vem para os nossos lados, é um pequeno desvio que não nos importamos de fazer.

parei numa fila de trânsito, que desde há vários meses se gerava naquela zona, por causa dumas obras de santa engrácia, que nunca mais tinham fim. o homem e o colega conversavam animadamente, eu estava atenta ao fluxo do trânsito, mentalmente a esfregar as mãos por estar prestes a enfiar-me no pijama e passar o resto da noite a vegetar no sofá, quando a sensação mais surreal da minha vida acontece.

não é fácil meter aquele filme por palavras.. num momento estava tudo na maior das descontracções, noutro somos atravessados por uma força esmagadora, acompanhada dum estrondo ensurdecedor. lembro-me de ter sido projectada para a frente, de ser violentamente travada pelo cinto de segurança, e de não conseguir respirar durante vários segundos. os músculos devem-se ter contraído todos ao mesmo tempo, que corpo ficou tão rígido que era doloroso.

desorientada, olho para o homem, que estava em total estado a pânico, a perguntar o que tinha acontecido. estávamos os três completamente atordoados.. ninguém se apercebeu o que tinha acabado de acontecer, até que um de nós teve a clareza de notar que tínhamos tido um acidente.

nisto, apareceu-me uma pessoa ao lado, a bater no vidro. eu, cheia de tonturas, mais para lá do que para cá, baixo o vidro a ver o que ela quer. pergunta se estamos bem, e diz-me que lhe bati.

"bati?" oi.. como é que isso é possível? sempre que paro atrás de alguém na estrada, costumo deixar a uma distância generosa, tipo 2 ou 3 metros.. diz-me ainda que tentou arrancar mas que não foi a tempo. e eu ainda tava presa na primeira parte, "a sério que bati?" jura?

assim à vista desarmada, não tinha ferimentos, mas comecei a sentir uma dor intensa nos gémeos, e se já estava a ver tudo a andar à roda, senti-me a perder as forças, como quem vai desmaiar. o colega diz que é melhor sairmos do carro, não vá haver combustível espalhado e o cenário incendiar-se. saltamos os três para fora do carro como se tivesse transformado em lava naquele momento.

quando saí fora do carro e vi que tinha um camião porta-contentores enfiado na traseira do meu carro, pensei em voz alta "FODA-SE..... como é que estamos vivos, caralho??"

PUTA!

QUE!

PARIU!

se podia ter sido só um "beijinho", chapa amolgada e uns plásticos rachados, que o carro é tão alto que o outro nem aos faróis traseiros lhe chegava, podia.. mas não era a mesmo coisa... até porque pelos vistos, comigo as coisas nunca acontecem por menos. só levamos com algumas 15 toneladas pelas costas 😐

a traseira do carro simplesmente desapareceu. não sei como é que o colega que ia atrás não ficou feito num oito.. aliás, se calhar até sei, não tinha o cinto posto e vinha agarrado aos dois bancos da frente, porque se tivesse preso ao banco de trás, se calhar o resultado tinha sido outro.. mas que o habitáculo aguentou a colisão incrivelmente bem, não restam duvidas.

e de facto a matricula dianteira (a traseira estava dentro das entranhas do camião) estava rachada, por isso sim - bati no carro da frente. sabe lá o senhor que está no céu durante quantos metros fui arrastada com o embate.

[ele há coisas do demo.. por estas alturas, era para estar a publicar um post sobre o primeiro aniversário do meu bólide azul florescente, e o quanto gosto dele.. e em vez disso, tou a relatar o seu falecimento.. ]

o fulano que nos passou a ferro estava completamente - e quando digo completamente, digo COMPLETAMENTE histérico! parecia uma barata tonta, de um lado pro outro, numa estada de 3 faixas, com carros a passar de ambos dos lados, a berrar a sua triste sina aos deuses (porque aparentemente não foi a primeira vez que aquilo lhe aconteceu). amigue, se há aqui alguém que deva estar fodido com o universo, se calhar sou eu, não??

sempre imaginei que, no dia em que isto me acontecesse, ia sair do carro, a espumar-me toda de raiva e a gritar histericamente com a besta que me bateu, a chamar-lhe todos os nomes e mais alguns.. mas não.. estava perfeitamente calma.. zen quase!

ainda não havia seis meses que tinha o carro, mas estava zen. podia ter morrido ou ter ficado gravemente ferida, mas estava zen.. estava mazéra em choque, só podia!

bom, e agora? mékie? chamar a policia, chamar o reboque, assinar participações.. nisto passa por nós, uma das melhores pessoas que tenho na minha vida, que ao reparar no desgraçado do carro que tinha sido enrabado pelo camião, parou ali e ficou comigo até aquela provação acabar, ajudando naquilo que conseguia ❤️

não sei como, mas conseguimos sacar a tralha toda que tínhamos na mala - tipo, a mochila do homem com o portátil lá dentro, mais a minha mochila com os headphones novos, casacos, entre outras cenas, sem um arranhão.

entretanto o homem e o colega seguiram para o hospital ali perto. já eu, passei quase 3 horas ao frio e cheia de dores, a ter que tratar daquela cangalhada toda com a polícia e o reboque. o tipo do reboque, veio confirmar a quilometragem do carro comigo, não queria acreditar que ainda só tinha 7 mil km.. olha, somos dois!

duas faixas fechadas.. um trânsito medonho.. policia.. bombeiros.. reboques.. ca'puta de confusão.. 

no hospital, reparei que tinha um hematoma e uma raspadela na testa. olha que giro, não me lembro de ter batido com a cabeça em lado algum.. e por acaso até nem me estava a doer a cabeça. doía-me a cervical, a lombar, o peito, os gémeos das pernas, e a alma. a cabeça não. fiz TAC e tava tudo normal, assim como os vários RXs que fiz às outras partes. o médico que me atendeu era um porreiro, tantas PPMs (piadas por minuto) caneco!

cheguei a casa, enfiei-me finalmente no pijama e aterrei no sofá. era mais ou menos assim que tinha planeado acabar aquela noite.. excepto que mais cedo, sem o corpo todo dolorido, e com o carro na garagem.. 

tanto eu como o homem ficamos com dores horrorosas nos gémeos (ele custava a andar), que dias depois se transformaram em hematomas gigantes. já o colega não se queixou das pernas.. não percebíamos o motivo disto, até que me meti a ver vídeos de crash tests e descobri: levamos com o ferro de ajuste da posição do banco. ouch!

por três vezes já tive muito perto de bater a bota. quando levei com o taco de basebol na cara, uns centímetros mais a cima e não sei se estava cá hoje... quando estava prestes a me afogar numa praia deserta, se não fosse a minha irmã ter conseguido safar-se e ter-me jogado a mão.. e naquele dia, se o fulano tivesse demorado mais uns segundos a aperceber-se que o trânsito estava parado, e me tivesse batido com mais velocidade. é uma sensação de merda, quando nos apercebemos o quão fácil é ir desta para melhor, não recomendo.

...e a puta da burocracia para resolver um imbróglio destes? ZOMG!!

depois.. covid cenas, tudo aterrado, serviços administrativos estatais (e não só) que em plena pandemia não aceitam documentos nem assinaturas digitais, e foi preciso esperar por cartas, imprimir documentos para assinar, demoras para cá, demoras para lá, só em junho é que dei esta salganhada finalmente por terminada.

a minha seguradora portou-se TÃO MAL, mas TÃO MAL, que jurei nunca mais fazer seguro algum com eles. e adivinhem em qual é que fiz o seguro novo? na do culpado (como era para ter sido logo desde o inicio) lol!

mas nem tudo é mau, vá! carro novo, modelo actualizado de fresco, com umas melhorias bastante simpáticas. embora ainda tivesse que largar uns euros valentes para cobrir a diferença entre a indemnização da seguradora e o valor ligeiramente mais alto do carro. mas nota 20 para o pessoal da toyota, foram impecáveis, esperei menos de duas semanas pelo carro e consegui negociar as mesmas condições de crédito que tinha.

cabrão do universo, que não me deixou chegar aos 20 anos de encartada sem um acidente no cadastro 😡

3 DOWN, 1 to go!!!

Maio 19, 2020

quase, QUASE a dar a odisseia dos assuntos cabeludos por terminada. já lhe consigo ver o fim, FFFUUUUUU!

para estabelecer o compasso temporal deste episódio, importa referir que aconteceu num fim-de-semana em meados de novembro passado - já lá vão seis meses...

a nossa vida é uma balbúrdia tão grande, que às tantas cai no ridículo.. a sério!

tão gastamos o sábado todo a tratar de merdas, a ver se tínhamos o domingo completamente livre, que eu tinha posts para escrever e mails pa responder, e queria estar nas calmas.

isa: "ahh, tão fixe, temos o domingo todo livre"
universo: "hold my beer!"

por volta das seis da tarde, íamos a sair de casa, quando o homem assim que fecha a porta, diz

"...UPS!!!!"

a chave tinha ficado na fechadura... do lado de dentro...

ok.. don't panic!! não faltam chaves sobresselentes cá fora. vou ao carro buscar a minha. pode ser que a chave esteja direita na fechadura, e consigamos abrir a porta.

quando vivíamos em almada isto era o prato do dia, não faltam episódios de termos ficado fechados do lado de fora, e ter que pedir ao vizinho para deixar saltar a varanda. em lisboa nunca tinha acontecido, porque o canhão tinha - aprendemos nós às custas deste infeliz episódio - uma protecção, para evitar que acontecessem estas situações. só que uns meses antes, o homem trocou o canhão por outro mais xpto, com chaves anti-cópia e whatnot.. e quando lhe venderam o canhão novo, aparentemente esqueceram-se de mencionar esse pequeno "detalhe", e que existia outra versão do mesmo com a tal protecção.

porque já tínhamos testado, sabíamos perfeitamente que com a chave do lado de dentro, só conseguimos abrir a fechadura se a chave estivesse direita. um bocadinho de esguelha e já foste!!

foi o caso..

o homem deu uns safanões valentes na porta, com a chave metida, a ver se a chave do outro lado se mexia e nada.. andei a dar-lhe cabo da cabeça para arranjarmos uma fechadura biométrica toda croma, mas ele não quis saber de modernices de segurança duvidosa muhahahah agora se calhar tinha dado jeito, não? 😬

plano B

ok, vamos tentar abrir a porta recorrendo a certos e determinados truques, que envolvem cartões e cenas. pelo menos nos filmes costuma funcionar em segundos. meia-hora depois, todo suado e com os dedos descascados devido à violência infligida na porta, o homem dá-se por vencido e desiste.

plano C

telefonar ao piquete da empresa onde compramos o canhão. que nem demorou muito a aparecer, mas mal entrou no prédio, começou logo a ver a vida a andar para trás... a dele e a nossa!

"pois, se for igual a uma situação que já tivemos aqui, vai-lhe sair caro" (as in porta nova caro)... FFFFFFOOOOOODASSSSSSE!!!!

ele bem tentou, e nada. tal não é a espécie, que mesmo só no trinco, NÃO! ABRE! só escavacando porta... o piquete foi-se embora sem ter conseguido fazer o serviço, e sem cobrar nada. menos mal.

plano D

partir o vidro mais pequeno de uma das janelas. mas.. não podia ser o homem a fazer isso, não fosse alguém topar a cena e chamar a polícia, e o homem ir parar à esquadra. não era assim que eu planeava acabar aquele fim-de-semana.

siga falar com os bombeiros. os bombeiros estavam confiantes que iam conseguir abrir a porta sem problemas nenhuns... já nós, não estávamos tão confiantes.. mas vá, siga que tá-se a fazer tarde.

os bombeiros não tardaram muito a chegar. o problema foi terem que esperar pela PSP, para testemunhar a abertura da porta. ainda tentaram pedir autorização para avançar, mas sem policia no local, nada feito.

nesta altura o nosso vizinho do lado já estava em casa, e confirmava o pior dos nossos receios, ia ser praticamente impossível enganar aquela fechadura..

uma hora depois, eis que a PSP aparece. a acção podia finalmente começar!

dois bombeiros latagões a violentar a nossa pobre porta... eu e o homem tivemos que ficar de costas voltadas, porque não podíamos aprender os métodos usados pelos bombeiros.. que suponho não serem muito diferentes daqueles que o piquete das chaves nos tinha demonstrado horas antes 🤷‍♀️

como eles já sabiam que não queríamos a porta arrombada, não tardamos muito a ouvir "olhe, vamos seguir com o plano b" i.e entrar por uma janela...

😭😭😭 um minuto de silêncio pela minha janela. cabrão do mercúrio retrogrado!

eu, que estava no interior do prédio, até me doía a alma com as porradas que os bombeiros tavam a dar no vidro, e aquela merda não havia maneira de partir. ecoava pela rua e sentia-se no prédio todo. pelos vistos, até os vidros são filhasdaputa..

10 minutos depois, entrei finalmente em casa. parecia um cenário de guerra..also, a primeira coisa que os bombeiros mal viram ao entrar, foi o estendal com a nossa roupa interior toda estendida.. oh gawd... 😖

e agora limpar esta merda toda... chão da cozinha estava coberto de vidros. não sei como é que as gatas não se cortaram.. deu uma trabalheira danada limpar aquele estrago todo. 

casa finalmente limpa, e janela isolada para não entrar frio nem vidros, nem as gatas irem para lá meter o bedelho. era quase meia noite.. PQP, lá se foi o meu domingo sem fazer a ponta dum corno 😫

agora vem a parte em que eu me vejo obrigada a concordar com os comentadores de bancada — ninguém gosta de trabalhar neste pais! é a única explicação para o tempo que demoramos até a janela voltar a ficar funcional.

ao fim de uma semana, e com vários contactos feitos para orçamentar a substituição do vidro, e nada.. radio silence. tornamos a contactar. uns afinal não faziam aquele tipo de serviços, outros não trabalhavam com aquele tipo de vidro, outros ficaram de enviar orçamentos que nunca chegaram.

passa-se uma.. duas semanas... sem novidades. dezembro é aquele mês que fica a meio gás e ninguém dá resposta. janeiro.. bom, janeiro foi para esquecer.. em fevereiro o homem retoma os contactos, e dispara mails para todas as vidreiras do país que trabalham com aquele tipo de vidro. teve UMA resposta. é que nem nos armamos em esquisitos. só que até mandarem alguém cá a casa, tirar as medidas ainda demorou umas semanas. depois mais umas semanas para mandarem o orçamento. sinalizamos o serviço, com previsão para dali um mês. entretanto, mete-se o coronapocalypse... OPÁ!! 

hoje, vieram finalmente instalar o vidro. já posso abrir a janela outra vez, YAY!

ao menos esta salganhada toda serviu para me deixar mais descansada da vida. mais rápido chega cá a policia do que conseguem meter o nariz dentro de casa. é preciso fazer a puta dum estradalhaço...

por fim, coisas que eu gostava de ter sabido - e podia ter sabido, se lesse com atenção as merdas que assino,

temos dois seguros que prestam assistência ao lar, e que têm especificamente um serviço de abertura de portas. em tendo isto na apólice, a primeira coisa de deviamos ter feito, era telefonar para a assistência, para ser o seguro a abrir a porta e/ou acartar com as despesas que resultassem disso.

como só nos lembramos do seguro depois do estrago feito, quando tentamos activar a apólice para cobrir os danos, eles responderam que nada feito, porque é considerado uma quebra voluntária. esquece lá que tenho provas da polícia e dos bombeiros como não foi, eles não querem saber. puxa da carteira e não bufes!

bom.. e com isto, acabaram-se-me as desculpas para não lavar os vidros 😔

Devs

Maio 05, 2020

sem spoilers, porque só vendo..

é capaz de ser uma das melhores séries de 2020 (mini-série, vá), mas não vai agradar a todàgente.. arrisco mesmo a dizer que serão poucos a chegar ao último episódio com uma sensação de assombro, e a ter que ir apanhar o queixo ao chão. é daquelas séries que nos deixam confusos, e dão origem a teorias sem fim, que levam a discussões apaixonadas nos reddits da vida. e (se forem como eu) nos fazem mergulhar de chapa na wikipedia, a ler coisas que mais parecem saídas do mundo da fantasia, mas que nos leva a questionar a realidade. é toda uma experiência existencial.

devs

pode não ser perfeita, mas está feita na perfeição. a cinematografia é a primeira coisa a tirar-nos o fôlego. visualmente, é uma obra de arte. é delicada, poética, hipnótica, quase irreal. logo a seguir a banda sonora, que é digna de um filme. é simplesmente soberba, tem tanto de sublime como de sinistra, e contribui bastante para o tom surreal da série. acentua cada cena, dando-lhe uma camada extra de ansiedade, ou mistério, ou serenidade, ou clareza.

o enredo não demora a ganhar contornos misteriosos, mas temos tempo para respirar e assimilá-lo. passa-se num ambiente tecnológico de ponta e quase de culto, como de um google ou apple se tratasse. um desaparecimento em circunstâncias misteriosas impele a personagem principal a investigar por conta própria, e a meter-se numa grande embrulhada, porque o motivo que levou a esse desaparecimento é aterrador.

explora uma série de teorias (beeeeem maradas) do domínio da mecânica quântica (interpretação casual, muitos mundos, hipótese de simulação), filosofia (determinismo, livre-arbítrio, existencialismo), e um notável cheirinho a religião. mas não perde muito tempo com explicações complexas.

o perfeccionismo é omnipresente, e os detalhes são obsessivos. tanto nos diálogos como nos cenários, tudo tem um propósito, um significado, ou ligação. nada é deixado ao acaso. existem muitas cenas contadas em meias frases, que se completam pelo ambiente ou pelas acções das personagens. não dá para perder frames.. o que às vezes consegue ser complicado, porque alguns momentos são sedativos. provavelmente vamos querer vê-la novamente, para termos a certeza que não deixamos escapar nada.

Loop do dia #16

Novembro 29, 2019

oiço beck há muitos anos, e gosto *muito* dele. tem tido uma carreira bastante consistente, e apesar de raramente gostar de um álbum na totalidade, as músicas que gosto, gosto a sério.

isto, porque o moço é dado a combinações muito arriscadas entre vários genros musicais, e a manta de retalhos que costuma resultar dessas experiências, é sempre uma cena muito diferente do habitual, por vezes até bizarra. umas vezes as músicas pegam à primeira, outras é preciso ouvi-las umas quantas vezes para se entranhar, outras simplesmente não funcionam.

para além dos dotes de composição musical, também não lhe falta inspiração para escrever as letras. ora muita maradas, tipo "o que é que andaste a fumar, pá?", ora profundamente pessoais e sentimentais, que vai raspar ao fundo da alma. e que cantadas naquela magnifica voz dele, ganham uma dimensão ainda maior.

para mim, o beck tem uma das melhores vozes masculinas do mundo da música. tem um controlo fenomenal na garganta, os tons saem-lhe sempre no ponto, e tem uma amplitude vocal incrível, e um timbre riquíssimo em texturas. tanto consegue soar a um cowboy velho, cansado da vida, com a voz a sair-lhe rouca, gasta, tremula e desafinada, como a um anjo louro resplandecente, cuja voz flui pelos céus suave, sedosa, e etérea. e nunca, nunca, perde a postura.

o resultado final, são músicas tão expressivas e envolventes, que não consigo ouvi-lo enquanto estou a fazer coisas que requerem concentração, porque acabo sempre a divagar nas paisagens sonoras que a música dele projecta na minha cabeça. algumas, parece mesmo que me abraçam a alma e fazem festinhas no coração. a música dele é uma viagem emocional.. intensa, imprevisível, hipnótica, desconcertada, melosa, angustiante. uma playlist com músicas dos álbuns todos dele em shuffle, é uma autêntica montanha russa!

isto tudo porque hoje, topei a voz dele numa música que estava a passar na rádio, e não conhecia. pensei logo “eeeek, temos álbum novo!!”. raramente consigo apanhar estas coisas com antecedência, que me falta tempo para stalkar todos os artistas que gosto. e mesmo que tivesse, era capaz de ser complicado à mesma lol

a música era lindíssima, e só não morri logo de amores logo à primeira audição, por causa dos detalhes de trap intragáveis 🤮. enfim, a gente já sabe que o moço gosta de brincar às colagens com os sons..

assim que cheguei ao trabalho, a primeira coisa que fiz a seguir a meter os cascos nos ouvidos, foi procurar o álbum no spotify. deparei-me com uma capa em estilo retro, com o titulo em katakana, a ler-se haipaasupeesu. TÃO. FIXE!

passei o dia todo a ouvi-lo em repeat. sendo que o álbum tem a duração de 40 minutos, é provável que o tenha ouvido algumas 10 vezes.

cheguei à conclusão que das 11 músicas do hyperspace, gosto muito de 6, que está de acordo com a média dos álbuns anteriores (às vezes são mais, às vezes são menos.. fora o colors, que não consigo gostar de nenhuma 😞 ). uma delas é a que ouvi na rádio, e que me arrebitou logo os pelinhos do ouvido, a chemical. ouvi-a em loop umas quantas vezes, a ver se conseguia reconciliar as nossas diferenças, mas não.. continua a provocar-me um desarranjo cá dentro, porque a música é mesmo MUITO bonita, mas aqueles sons atrapalhados estragam ali a coisa um bocadinho.. infelizmente a quantidade de rap neste álbum é um bocado indigesta.. IMO, tinha saído ainda melhor sem o pharrell williams a ir lá meter o bedelho, mas prontos!

ainda me falta é ver um concerto dele.. apesar de já ter vindo a portugal um par de vezes, ainda não aconteceu. pode ser que seja pró ano que vem!

Ai a prevenção, a prevenção

Outubro 30, 2019

vou ser mais uma que neste dia nacional da prevenção do cancro da mama, vos chagar a cabeça do quanto importante é manter um olho atento na saúde dessa parte tão bonita e tão cheia de simbolismo do nosso corpo, que são as mamas.

a prevenção [primária] consiste numa série de hábitos que podemos adoptar, para a baixar nosso risco de vir a ter cancro da mama. está mais do que provado que, excesso de peso, inactividade física, dieta pouco saudável e consumo de álcool e tabaco são factores que potenciam o desenvolvimento de vários tipos de cancro. a bem da nossa saúde, cabe-nos a nós, alterá-los.

isto não é novidade para ninguém, estamos cansados de saber isto, até porque se tornou numa fonte inesgotável de matéria para os meios de comunicação, especialmente os sensacionalistas, que produzem artigos sobre prevenção do cancro em barda.

não questiono, de modo algum, a importância da prevenção.. mas confesso que a minha experiência com o cancro da mama deixou-me um bocado sensível com este tema. agora quando me aparecem à frente artigos com títulos do género "10 alimentos que ajudam a prevenir o cancro" ou "alimentos anti-cancro", ou "15 hábitos que ajudam a reduzir o risco de cancro", para além de ignorá-los completamente, fico um bocado irritada..

irritam-me porque creio que este tipo de abordagem é demasiado ligeira, e não educa bem a população a respeito da doença (mas sintam-se à vontade para mudar o meu ponto de vista). uma pessoa faz tudo o que lhe dizem para prevenir o cancro, e no fim, é surpreendida uma sarna para se andar a coçar durante uns tempos. e depois a pessoa fica angustiada, a questionar-se o que é que raio andou a fazer de errado.. será que não comeu mirtilos suficientes? será que devia ter bebido batidos verdes? será que as 4 horas por semana que passa no ginásio é pouco? pois..

é extremamente importante, para prevenirmos esta - e outras doenças também (por ex. cardiovasculares e diabetes), mantermos um estilo de vida saudável:

  • evitar o sedentarismo, e praticar exercício físico regularmente
  • manter um peso adequado
  • ter uma alimentação equilibrada e saudável
  • não fumar
  • limitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • evitar o stress
  • não apanhar sol nas horas de maior intensidade, e mesmo assim, usar sempre protector solar

isto é o básico, e existe evidência cientifica que garante que muitos cancros podem ser evitados apenas com alterações ao estilo de vida... mas isto só não chega. porque as pessoas podem ficar convencidas que, se levarem um estilo de vida e alimentação saudáveis, não ficam doentes.. e não é bem assim. para além de existirem vários pequenos factores que nem sempre conseguimos controlar (por ex, gravidez tardia ou não ter filhos, não ter amamentado, ter tomado contraceptivos hormonais ou terapia hormonal de substituição), existem outros que estão completamente fora do nosso controlo (por ex, menstruação precoce e menopausa tardia, tecido mamário denso, e factores genéticos).

e também porque à medida que vamos envelhecendo, o organismo vai perdendo a capacidade de se regenerar, causando erros genéticos aqui e ali, cada vez com mais frequência. e o nosso sistema imunitário, por mais fortalecido que esteja devido aos nossos cuidados, nem sempre consegue dar conta de todas as ameaças, sobretudo se forem tão sorrateiras como é o caso do cancro.

bottom line, não existe forma de nos prevenirmos *realmente* contra o cancro. tal como não existem dietas, nem super alimentos ou suplementos, que ajudem o sistema imunitário a eliminar as células cancerígenas sozinho.

por isso mesmo, torna-se necessário vigilância constante. conhecer bem o corpo, e suspeitar de qualquer alteração repentina. é imprescindível fazer o autoexame à mama uma vez por mês, mas nada substitui uma ecografia e/ou mamografia de rotina. a mamografia pode parecer um exame assustador, mas ter as mamas prensadas durante alguns segundos, a cada um ou dois anos, não é assim tão horrível como isso, é só desconfortável, e pode poupar a chatices tão maiores

fazer consultas e exames de rotina e participar nos rastreios é fundamental para apanhar a doença em estados iniciais. um diagnóstico precoce da doença pode fazer toda a diferença no prognóstico, pode inclusive evitar cirurgias mais extensas, e tratamentos longos e agressivos como a quimioterapia. 

e perdoem-me a franqueza.. mas não fazer exames de rotina com medo daquilo que podemos vir a encontrar, é uma desculpa idiota.

estima-se que nos últimos 30 anos, a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do cancro da mama reduziram a taxa de mortalidade em cerca de 35% dos casos. isto são as boas notícias, que podem (e devem) servir de encorajamento para sermos pro-activas na prevenção desta doença.

love your boobies

leitura recomendada:

O que provoca o cancro da mama? O que sabemos e do que suspeitamos

Programa de Rastreio de Cancro da Mama

[Programa de Rastreio de Cancro da Mama] Resposta às suas Perguntas

Mamografia: porque é tão importante

The Cancer Atlas: Risk factors

WCRF: Cancer prevention recommendations

e um vídeo (que já tem alguns anos, mas que continua bastante actual e está muito bom), para quem não quer perder muito tempo com leituras pesadas:

Prevenir o cancro da mama



REFERÊNCIAS:

WHO: Breast Cancer: prevention
WHO: Breast Cancer: early diagnosis
ASCO: Breast Cancer: Risk Factors and Prevention
European cancer mortality predictions for the year 2019 with focus on breast cancer
Decades-long drop in breast cancer death rate continues
The benefits and harms of breast cancer screening: an independent review
Delay in Breast Cancer: Implications for Stage at Diagnosis and Survival
Role of physical activity in onset, prevention and treatment of human neoplasms
Weight Management and Physical Activity for Breast Cancer Prevention and Control
Cancer Research UK: Reports that cancer is ‘mainly bad luck’ make a complicated story a bit too simple
Cancer Research UK: Food controversies 
What Are Superfoods and Are They Really Super?

A minha orquídea de estimação II

Maio 03, 2018

tá comigo há doze anos, e apesar de já ter estado à beira do falecimento várias vezes por negligência, a resistência dela nunca pára de me surpreender!

a última vez que me lembro dela florida foi em 2013, quando mudamos. depois ficou meio abandonada e cheira-me que deve ter entrado em depressão ou coisa parecida, que nunca mais floriu. há coisa de dois anos acabamos por trazê-la connosco, já nas últimas, a ver se ainda tinha salvação. o ambiente onde vive agora não é muito fixe para ela, mas contra todas as expectativas (e bastante desengonçada), este ano...

orquidea

tão orgulhosa da minha bixa 😍

Lost in... no Alentejo

Abril 30, 2018

provei e comprovei,

não há sitio mais bonito em todo o portugal para apreciar na primavera que pelo alentejo!

o final de abril e início de maio naquelas bandas, é simplesmente mágico. os campos verdes ficam cobertos de branco, amarelo, azul, roxo, cor-de-rosa, vermelho.. ou todas as cores à mistura. a brisa sopra fraca, impregnada com o aroma das flores silvestres.

campos papoilas glossopappus macrotus rosmaninho maior malmequer

o gado deleita-se com a erva viçosa que cobre os pastos, as cegonhas e as aves de rapina deslizam preguiçosamente pelos céus. os insectos andam doidos, os pássaros andam doidos. no silencio puro nas planícies, ou nas águas espelhadas das albufeiras, o tempo parece que pára.

ouguela ouguela albufeira do caia albufeira do caia

queria muito ser capaz de articular palavras que conseguissem descrever a dimensão da sensações que experimento ao perder-me pelo alentejo nesta altura do ano, mas não me é fácil.. não se explica, sente-se.

a felicidade está nas coisas mais simples. na delicadeza das pétalas de um malmequer, numa espiga de trigo embalada pela brisa numa seara infinita, na solitude da idílica paisagem, iluminada pelo sol resplandecente, na harmonia do canto dos pássaros... e nisto somos inundados por uma paz interior arrebatadora, por um calor reconfortante.. fechamos os olhos, inspiramos fundo, e deixamos tudo para trás, para apreciar aquele momento em toda a sua plenitude.

espiga de trigo searas searas olivais

álbum completo no sitio do costume

ZOMG!!!

Janeiro 16, 2018

15 anos


15 anos passaram desde aquela aborrecida semana de janeiro, em que achei que isto dos blogs era giro, e queria ter um também, ainda que não tivesse grande utilidade. nestes 15 anos muita coisa mudou na minha vida, e estou-me eternamente grata por ter criado aquela página de internet aparentemente inútil. se estou! de outra forma não teria este precioso registo de memórias, que o tempo haveria de apagar. entre outras constatações,

ter um blog há tanto tempo é não reconhecer aquela pessoa que escrevia aquelas coisas ao inicio - e ainda dizem que as pessoas não mudam.. nã, q'jeite. adoro quando vou vasculhar os arquivos, e esbarro em montes de cenas que já não me identifico nem um bocadinho. às vezes fico chocada, tipo "wtf.. quem é esta pessoa?? eu escrevi mesmo isto??" 😳

ter um blog há tanto tempo, das duas uma, ou é sinal de teimosia, ou de resiliência. em retrospectiva, já resistiu a pelo menos duas extinções anunciadas da blogosfera, e a várias modas. e ainda assim tem-se aguentado fiel àquilo que sempre foi, um reflexo de quem o escreve. nunca lhe quis dar uma direcção, nem torná-lo numa obrigação, porque sei que a partir desse momento, iria perder piada toda. o segredo da longevidade tem sido esse mesmo, não levá-lo muito a sério. escrevo as merdas que me apetece, quando me apetece, e como me apetece.

se bem que nestes últimos anos, admito que me contenho mais do que gostaria. os tempos são outros, existe muito mais exposição, e cada vez menos tolerância. as pessoas são mais rápidas a fazer juízos de valor, do que a tentar perceber ou contextualizar aquilo que estão a ler. e longe de mim ofender alguém com aquilo que escrevo por diversão.

mas quando me ponho a ler os primeiros anos,  bate-me umas brutas saudades daqueles tempos, quando escrevíamos o que nos apetecia (por mais estúpido que fosse), sem nos preocupar com o que pensavam de nós. a internet era um lugar muito diferente, muito mais descontraído.

anyway, o saldo é muito positivo. em 15 anos escrevi 2254 posts. o número pode não impressionar muito, mas noves fora nada, são cerca de 150 por ano. não é nada mau! e como a maioria deles são lençóis gigantes, tenho uma "certa" curiosidade em saber quantas palavras já debitei por aqui, deve ser um número giro. e ainda era mais giro se contasse com as páginas intermináveis de rascunhos que fui coleccionando ao longo dos anos, que nunca irão ver a luz do dia.

visitas já lhes perdi a conta há muito tempo. não ligo muito, diga-se de passagem, o que interessa são todos os que entraram na minha vida por esta porta.

e por isso mesmo, malta que continua a passar por aqui ano após ano, activos ou lurkers, quem está de parabéns são vocês, por irem me irem aturando os humores, /me bows 😍🙌

venham outros 15!!!

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
#12   #11   #10   #9   #8   #6   #5   #4

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