meus amores, a peneda é dura, mas lindaaaa!!!
viemos de lá cansadíssimos, cheios de escaldões e arranhões, mas vivos e inteiros. YAY!
como o parque natural da peneda-gerês é enorme, decidimos partir a sua exploração em várias fases, de modo a ficarmos a conhecer aquilo como deve de ser.
então decidimos começar pela parte da serra da peneda e de castro laboreiro, lá bem no topo de portugal. já tinhamos passado lá em dezembro de 2007, mas como tava mau tempo não vimos nada. então, marcamos três noites num hotel mesmo no coração da serra.
dia 1
não devia contar, porque já saímos tarde de casa...
entramos no parque já passava das oito, mas como ainda era dia, deu logo para termos uma perspectiva da serra da peneda. deslumbrante, magnifica, de cortar a respiração, ficamos mesmo, mesmo com vontade de explorar aquilo de uma ponta à outra.
mais uns kms e chegamos finalmente ao hotel. faltavam 10m às 9 da noite..mesmo a tempo de jantar!
entrei em pânico quando descobri que não tinha sinal no iphone e a pen 3g da tmn também não acusava nada....não admira, tavamos num vale gigantesco, rodeado de montanhas altissimas...mas fui salva pelo wifi do hotel he he he
apesar de levarmos o guia (livro), perguntamos no hotel pelos trilhos e aconselharam-nos um guia (pessoa). gostamos da ideia, mas só havia disponibilidade para dali a dois dias. então decidimos que iríamos fazer um trilho sozinhos, depois no dia seguinte fazíamos geocaching e no terceiro e ultimo dia logo se via se fava para fazer mais algum trilho, com guia.
...e fomos dormir!
dia 2
decidimos fazer o trilho provavelmente mais famoso da zona, que começava logo por trás do hotel, e aproveitar para fazer uma cache que ficava mais ou menos no caminho.
vestimo-nos a rigor, mochilas às costas e cá vamos nós. até aqui tudo bem!
o pior veio logo a seguir, ao começar a subir a encosta, dolorosamente íngreme.. levamos quase uma hora a subir, já que tivemos que fazer mil paragens para eu me ajustar à roupa, ao peso da mochila e ao calor. não foi nada fácil, a minha sorte foi que quase lá em cima, o percurso atravessava um riacho e molhei-me toda, roupa e tudo!
chegamos lá em cima e ficamos deslumbrados com a paisagem, conseguiu compensar o esforço da subida. a lagoa, que apenas conhecia de fotos, é abslutamente fantastica. aquilo lá em cima parecia um mundo à parte!
depois fomos à procura da cache, mas andamos lá às volta e nada, e o tempo passava e eu queria era fazer o trilho, que já vinhamos a seguir desde o principio. então desistimos de procurar a cache e seguimos caminho.
depois de atravessarmos a montanha, tivemos que descer, e subir novamente outra montanha...para trilho de dificuldade média, aquele tava-nos a sair bem duro e cansativo, e a água estava a chegar ao fim...comecei a ficar desconfiada que nos tinhamos enganado algures, mas o certo é que tinhamos sempre vindo a seguir as marcas...
acabamos por ir parar a um povoado, onde finalmente conseguimos beber uma água fresquinha, e onde a senhora da taberna nos disse que aquele caminho por onde viemos continuava por ali acima. ora, eu já tava mais que cansada, queria era fazer-me à estrada, e estar no hotel antes das nove. então ela sugeriu-nos que fossemos a corta-mato por um caminho que eles usavam, até à gavieira, que tem ligação por estrada à peneda.
ficamos a saber também que aqueles povoados chamam-se brandas, e é onde as pessoas passam os verões, por causa do gado e dos pastos, e o inverno é passado nas inverneiras, mais abaixo no vale. basicamente, ali, as pessoas têm duas casas, a de verão e a de inverno. isto aprende-se sempre algo com os locais :)
então lá continuamos pelo trilho que nos foi indicado, e quando finalmente chegamos à gavieira, mais abaixo no vale, eu dizia que morria. eram cinco e meia da tarde, e ainda tínhamos uns quantos km's pela frente até à peneda...tipo, alguns 8 ou 9!
chegamos ao hotel as sete da tarde, completamente R-O-T-O-S. mortos. assassinados! todos tortos, cheios de arranhões, suados que nem cavalos, e imundos. foda-se!
a mim, doia-me TUDO, desde dos ombros, por causa da mochila, ao peito por causa do peso e do cansaço, às pernas de alto a baixo, e aos pés, ossos, músculos, pele, tudo!! por fim já nem andava, arrastava-me....e como recompensa da minha resistência, ainda tive que subir alguns 100-120 degraus que dão acesso ao santuário (e ao hotel).. acho que nunca antes na minha vida tinha palmilhado tanto... foda-se!
cheguei ao quarto, larguei tudo o que tinha em cima, enchi a banheira, espuma com fartura, e enfiamos-nos lá dentro até a pele ficar toda engelhada...ai que beeeeeeeeeem que soube!!!
é que bem vistas as coisas, não foi brincadeira nenhuma...começamos a andar eram dez e meia da manhã, e só paramos às sete da tarde...subimos e descemos montanhas enormes e ainda andamos bastante pela estrada..pelas minhas contas foram para cima de 20km... nem sei como é que consegui aguentar aquela estafa toda...e se bebi água lolll acho que nunca tinha bebido tanta água num dia só!
dia 3
este foi o dia que dedicamos ao geocaching. saímos logo de manhãzinha do hotel em direcção a castro laboreiro, onde as caches se concentravam quase todas.
decidimos começar pela do castelo. estacionamos o carrito lá na vila, e começam os preparativos: calçar os tenis, encher-nos de protector solar, que tinha ficado esquecido no dia antes e às contas disso apanhamos um escaldão mesmo com o céu nublado, encher as garrafas de água (andávamos com um garrafão de 5l no carro pa abastecer as garrafas), preparar os mapas no iphone, já que a falta de rede é uma constante lá praquelas bandas, mochilas, máquina fotográfica, e bora lá que se faz tarde!
nem 5 metros tinhamos andado, quando ao passar por um casal novito que também estavam estacionados ali, nos pergunta: "vão fazer a cache do castelo, é?" bueda fixe!! esta malta conhece-se à distancia, tá visto!
a vista do castelo era fenomenal! deixei o marido à procura da cache e fui tirar fotos he he
pouco depois chegaram os outros dois geocachers e andavam os três a procura, enquanto eu curtia a vista :)
depois dessa, ainda fizemos outra juntos. não teria sido tão complicado encontrar se tivéssemos rede, mas andar "sem sinal" no iphone é uma grandessissima merda...para o geocaching e não só..uma pessoa farta-se de andar às voltas...
a que acabou por ser a última cache do dia, fui eu que a encontrei. num sitio muita bonito, com montes de cascatas. o marido teve um ataque de caganeira que até pulava, e eu tratei de procurar a cache. depois disso, ele enfiou-se no rio para lavar os ténis que estavam cheios de lama. fiquei cheia de inveja de não me juntar a ele, que ainda se andou a divertir, apesar da água estar gelada...mas eu queria era fotografar as cascatas!
depois dessa ainda tentamos outra, mas ambos os iphones ficaram sem bateria, e nem o solio, nem os carregadores do carro quiseram colaborar...
decidimos continuar a passear para conhecer a zona toda e ainda fomos meter o pé a espanha, que era mesmo ali ao lado.
ao regressarmos ao hotel, e com aqueles dois dias a saber a pouco, decidimos ficar mais um dia, e fazer um trilho acompanhados pelo guia, ou neste caso, pela guia :)
nessa noite tivemos uma actividade particularmente interessante: caça ao carrapato!
durante a tarde, o marido tinha tirado dois carrapatos que se tinham alojado nas pernas dele. não admira, já que andamos metidos dentro de pastos e ervas altas...só que à noite ele continuava desconfiado, meteu-se à caça, e encontrou outro! é um autêntico íman de bixos..deve-lhe correr mel nas veias, carrapatos, mosquitos...todos lhe querem chupar o sangue!
eram minusculos!! juro que nem sabia que eles podiam ser assim tão pequenos...peguei na lantena do geocaching e passei-lhe o corpo a pente-fino.. e ainda lhe encontrei outro...pequenos como a merda, e clarinhos, para piorar as coisas...
depois foi a minha vez de ser passada a pente-fino, e apesar de eu não os costumar atrair, até eu tinha um cravado numa perna, que mais se parecia com um pelo encravado...uma merda mesmo..nunca mais vou pro campo sem as pernas cheias de repelente de insectos :P
dia 4
...e ainda bem que decidimos ficar mais um dia, pois foi de facto, o melhor dos três dias!
a nossa guia, a sylvie, que conhece as serras dali de trás pra frente, levou-nos a fazer o trilho que éramos para ter feito no primeiro dia e que nos enganamos e fomos dar uma granda volta. segundo ela, aquele que estávamos a seguir, era coisa para levar uma semana...UMA SEMANA??? se eu não quisesse ter voltado pro hotel mal chegamos à branda, havia de ter sido giro, havia...nunca mais confio nas marcas dos trilhos :P
com guia é definitivamente mais fixe. acho que nunca mais faço um trilho sem guia, porque eles conhecem aquilo tudo, e vão-nos explicando montes de coisas, e têm historias divertidas, e dão conselhos valiosos. e tivemos sorte, que a nossa guia era e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r!!
depois de termos chegado à lagoa e descansado um bocadinho, pegamos nela e fomos encontrar a tal cache que tinha ficado por fazer. ou seja, levamos a guia a fazer geocaching. ela não conhecia e achou piada à coisa :)
depois de quase uma hora e meia às voltas, lá encontramos a desgraçada da cache. tava mesmo, mesmo, mesmo difícil e foi encontrada quase por acaso...a pista era vaga, a margem de erro do gps era enorme, e a falta de rede não ajudava nada...mas fez-se!
de regresso, o sol decidiu começar a aquecer e eu dizia que morria com o calor. assim que apanhei um riacho fui-me molhar toda. só não saltei lá pra dentro que não queria ensopar os ténis...
já tinha os ombros vermelhos dois dias dias anteriores e ainda fiquei pior...não havia protector que me safasse... apanhei um escalão e pêras... nunca mais faço caminhadas em manga cava..tamos sempre a aprender!
diz-nos ela que andamos cerca de 10km nesse dia. nada mal, mas não chega à metade que fizemos no primeiro dia MUAHAHAHAH! kidding, que aquela merda custou-me bastante.. eu já achava que não chegava ao hotel viva...
depois do trilho ainda fizemos mais uma cache, ainda acompanhados pela guia, e depois chegou a hora da despedida, que estávamos todos a morrer por um banho. andar pelo campo deixa-nos realmente labregos lol
mas pronto, ficamos com muita vontade de fazer mais trilhos com ela, até porque ainda existem muuuuuitos para fazer por ali e ela é a companhia perfeita. é que vamos mesmo voltar!
dia 5
foi o dia em que nos despedimos, com muita pena, da serra da peneda. o sitio é maravilhoso, as pessoas são 5 estrelas, o hotel é muito bom. de recordação trouxemos, para além do cansaço, dos escaldões, dos arranhões nas pernas, e do carro cheio de bosta de vaca barrosã, cerca de 1000 fotografias e alguns filmes, um mapa tridimensional do parque da peneda-gerês pelo qual eu me apaixonei, e muitos episódios para mais tarde recordar he he
e bolas....se bebemos agua! litros e litros de agua! eu diria que a água foi a estrela desta viagem.
adoro agua caraças, e morro de pena de não me ter atirado para dentro de um rio. mas fica prá próxima, tá prometido!
o resto das fotos tão aqui. enjoy!