(antes de mais, nada do que eu escrever neste post consegue fazer justiça à ilha de são miguel..acho que não há palavras para descrever tamanha beleza. já tive em muitos sítios em portugal, mas nunca encontrei um tão belo antes...)
sábado!
acordamos cedo para esticar bem o dia. o sacana do tempo é que não colaborou mesmo nada, acordou bem cinzentão e ameaçador e assim se manteve o dia todo :P
saimos do hotel, fomos buscar o nosso carrito, um nissan micra, e partimos à descoberta!
seguimos para oeste, a caminho da lagoa das sete cidades.
apesar da estrada ser tramada, só curvas e sempre a subir, o percurso é lindíssimo!
chegamos ao miradouro da vista do rei e ficamos deslumbrados!
já tínhamos visto a lagoa em montes de fotos, mas nada nos tinha preparado para aquela grandiosidade. é de cortar a respiração!
pena o tempo estar escuro e cinzento, não dava para distinguir a diferença das tonalidades da água, só mais lá perto é que conseguimos.
depois continuamos em direcção à vila, comigo toda histérica, porque era a primeira vez que estava "dentro" de um vulcão e assim e assado lol
dali fomos a mosteiros. a minha primeira experiência a conduzir em ruas apertadas das povoações micaelenses, com carros estacionados a ocupar um dos lados da via lol valeu-me o tamanho e a agilidade do micra, se fosse com o cascas, tava bem lixada!
não chegamos a parar porque o dia tava mesmo desagradável, e retomamos a estrada.
quando contornamos a ilha na ponta da bretanha deu finalmente para ver a parte norte da ilha. tão grande, tão bonitaaaa!
o pior é que já eram quase 11 da manhã e ainda só íamos naquela parte..
primeiro pensamento do dia: fuck... subestimei o tamanho da ilha!
tudo planeadinho ao milímetro, pensava que dava para dar a volta à ilha e ir a todos os sítios que queria na boa...WRONG!
nesta altura começamos a ter que repensar os planos, porque era obvio que não chegávamos às furnas a tempo de almoçar. as distancias até podem não ser longas, mas as estradas são apertadas e cheias de curvas, não dá para andar rápido..mas then again, aquilo é demasiado bonito para se ver a correr..
seguimos nas calmas, por uma recta deslumbrante que terminou em rabo de peixe. o nosso objectivo agora era chegar à ribeira grande e almoçar n'o gato mia, aquele que foi o restaurante mais recomendado.
o restaurante, para além de ser moderno e bonito, é de facto, muito bom!
mal lemos a lista, que o dono prontificou-se a ajudar-nos com as escolhas "escolhem vocês ou escolho eu?" he he
as entradas pareciam ser todas deliciosas e dada à nossa incapacidade de escolhermos uma ou duas, acabamos por querer experimenta-las todas e pedimos apenas um prato principal.
como o mar não esteve em condições para a pesca, alguns peixes da lista não estavam disponíveis, e a nossa escolha recaiu numa telha mista de lulas e tamboril, e ficamos impressionados!
a telha em si (o conteúdo, vá), estava deliciosa, mas os acompanhamentos eram do melhor: vários tipos de migas, e uma tábua de acompanhamentos variadissimos que desafiava o paladar, entre o doce e o salgado. foi uma bela de uma experiência gastronómica!
para sobremesa pedimos gelados da quinta (gorreana): um de ananás e outro de maracujá, e omg, parecia que estávamos a comer a fruta mesmo. o marido disse que eram melhores que os santini he he
só não bebemos um cházinho ali porque estávamos fisgados na fabrica de porto formoso (li, erradamente, que a gorreana estava fechada ao fim-de-semana #fail) onde podíamos provar o chá.
então, saímos dali em direcção a porto formoso...
segundo pensamento do dia: são miguel é um jardim gigante!
...só que andei meio perdida na vila à procura da fabrica de chá e nunca mais a encontrávamos e começou-me a aborrecer..ainda por cima, ainda queria passar pela lagoa do fogo e ainda tínhamos que chegar as furnas, e tendo em conta que aquilo era maior do que eu pensava, arriscava-me a não conseguir chegar a todo o lado.. nem sequer quis ir à procura da gorreana..
só que depois quando regressamos à estrada, lá estava ela, a fabrica..não spotamos foi a placa que indicava que era para seguir em frente, não virar para a vila :P
bom, mas eu agora só queria era chegar ao cimo da montanha..
a lagoa do fogo é mais uma caldeira brutal da ilha de são miguel. giro, giro, tinha sido descer até lá abaixo, mas infelizmente não estávamos com tempo para isso.
continuamos a subir, até ao pico da barrosa, onde tivemos uma visão arrebatadora da parte oriental da ilha..era de encher a alma!
gosto muito de montanhas e gosto muito de mar...e ali tinha o melhor dos dois mundos: montanhas rodeadas de mar!
e aquele nem é o ponto mais alto de são miguel..
terceiro pensamento do dia: não volto aos açores sem uma grande angular...
dali descemos em direcção às furnas. ainda foi puxadote mas conseguimos chegar ainda de dia. só conseguimos foi ver as fumarolas da lagoa das furnas, as outras já não as encontramos.. e ou muito me engano, ou o parque terra nostra estava fechado. mas já era de noite, não dava para ver muita coisa anyway..
achei as fumarolas impressionantes!
foi a primeira vez que presenciei actividade vulcânica: a água quentissima a brotar violentamente da terra. o pivete a enxofre era tramado, e era impossivel não mandar umas piadolas labregas lol ^^
também era ali onde enterravam as panelas de cozido. o chão estava cheio de buracos, uns abertos, outros tapados (com cozidinho a fervilhar lá de baixo he he)
andamos um bocado pelas furnas a fazer tempo para a hora de jantar. odeio o inverno por anoitecer tão cedo, se não fosse por isso, ainda tinha dado para vermos muito mais coisas. mas aproveitamos para meter as mãos nos famosos bolos lêvedos, e sim, são realmente bons!
por volta das seis e meia fomos à procura d'o miroma, o restaurante onde nos tinham aconselhado para ir ao cozido.
a casa é muito castiça, mas à hora de jantar já só apanhamos a última dose de cozido, e apesar de ter achado os vegetais e as carnes muito macias, não fiquei assim tão impressionada como tudo isso com o famoso cozido das furnas...diria mesmo que o cozido da minha mãe é melhor lol mas pronto, hei-de lá voltar à hora de almoço para tirar as teimas :)
o chato não foi só ser uma dose, até porque ainda não tinha fome, o chato foi jantar as sete da tarde lol sete da tarde...onde é que já se viu, nós dois a jantarmos às sete da tarde!
sete da tarde...lol!
saímos dali francamente empanturrados, já só víamos um cházinho verde e o quarto de hotel pela frente...mas ainda tínhamos alguns 50km pela frente...
não chegamos tarde a ponta delgada, mas o dia foi realmente cansativo, mal caimos na cama, foi logo para só acordar no dia seguinte...
quarto pensamento do dia: temos que cá voltar brevemente!
domingo!
como ficamos picados por não ter ido às plantações de chá nem às de ananás, decidimos fazer uso da manhã de domingo para colmatar essa falha gravíssima!
então, fomos à rent-a-car perguntar se havia problema em manter o carro por mais um dia e devolve-lo no aeroporto. não havia..tava feito!
logo pela manhãzinha, fizemos check out do hotel, enfiamos com as maltas no micra e fomos directos para porto formoso. há uma estrada nova que atravessa a ilha e dá um jeitaço para se ir de ponta delgada à ribeira grande num instante.
o dia estava melhorzinho, as nuvens deixavam o sol espreitar e não choveu.
chegamos lá e guess what? a fábrica/museu de chá estava fechada ao domingo...xiii, que foi mesmo um golpe que não esperávamos...enfim. decidimos ir mais à frente a ver se encontrávamos as plantações de chá da gorreana.
...e sim, lá estavam elas!
...e a fabrica estava aberta, só não estava era a funcionar!
fiz o meu trabalho de casa mal algures, afinal a fabrica está sempre aberta, só que ao fim-de-semana não funciona. se fosse durante a semana dava para ver a malta a trabalhar..
andamos a ver a maquinaria e depois fomos provar o chá. ficamos fãs do orange pekoe ao primeiro gole, e viemos de lá carregados de chá he he he
ainda fomos ver as plantações de perto. a organização dos arbustos, faz das plantações de chá uma paisagem muito bonita. aquela não era muito grande, faço ideias aquelas plantações orientais gigantescas..
dalí fomos directos para a fajã-de-baixo, para ver as estufas de ananás e rezar para que não estivessem fechadas ao domingo.
não estavam e conseguimos visitar uma delas.
adorei as estufas, os ananaseiros, e os ananases. dizem que os ananases dos açores são os melhores do mundo e eu concordo! só o cheirinho deles....mmmmmm!
sabem quanto tempo demora o período completo da cultura do ananás, desde a plantação até à apanha? 18 meses...uau!
não trouxemos nenhum fresco, mas trouxemos licor e doce de ananás :)
e pronto, da fajã fomos para o aeroporto, que estava na hora de regressar...
(não, ainda não é o fim dos posts sobre a viagem he he he e as fotos estão todas aqui, não há mais porque o tempo não ajudou..)