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lost in wonderland

lost in wonderland

Lost in... no Alentejo

Abril 30, 2018

provei e comprovei,

não há sitio mais bonito em todo o portugal para apreciar na primavera que pelo alentejo!

o final de abril e início de maio naquelas bandas, é simplesmente mágico. os campos verdes ficam cobertos de branco, amarelo, azul, roxo, cor-de-rosa, vermelho.. ou todas as cores à mistura. a brisa sopra fraca, impregnada com o aroma das flores silvestres.

campos papoilas glossopappus macrotus rosmaninho maior malmequer

o gado deleita-se com a erva viçosa que cobre os pastos, as cegonhas e as aves de rapina deslizam preguiçosamente pelos céus. os insectos andam doidos, os pássaros andam doidos. no silencio puro nas planícies, ou nas águas espelhadas das albufeiras, o tempo parece que pára.

ouguela ouguela albufeira do caia albufeira do caia

queria muito ser capaz de articular palavras que conseguissem descrever a dimensão da sensações que experimento ao perder-me pelo alentejo nesta altura do ano, mas não me é fácil.. não se explica, sente-se.

a felicidade está nas coisas mais simples. na delicadeza das pétalas de um malmequer, numa espiga de trigo embalada pela brisa numa seara infinita, na solitude da idílica paisagem, iluminada pelo sol resplandecente, na harmonia do canto dos pássaros... e nisto somos inundados por uma paz interior arrebatadora, por um calor reconfortante.. fechamos os olhos, inspiramos fundo, e deixamos tudo para trás, para apreciar aquele momento em toda a sua plenitude.

espiga de trigo searas searas olivais

álbum completo no sitio do costume

Back to Geocaching

Abril 28, 2018

depois de uma pausa de quatro anos, diz que voltamos (outra vez) a fazer geocaching.

já tínhamos parado entre 2012 e 14, provavelmente pelos mesmos motivos, tricas com a comunidade. não concordávamos com a aprovação de algumas caches, os reviwers deixam a malta plantar caches demasiado perto umas das outras ou nos sítios mais parvos, como paragens de transportes públicos e estações de serviço, locais sem interesse absolutamente nenhum, que só serviam para alimentar fuçanguice dos números. e claro, quando reclamávamos, nós é que estávamos mal. nunca plantamos uma precisamente por ainda não termos encontrado um local que valesse realmente a pena, e que não tivesse outra num raio de vários km. porque para nós, deve existir um bom motivo para levar as pessoas irem a determinado sitio, atrás daquilo.
também não tinha graça os comentários parvos que às vezes recebíamos dos donos das caches, quando o log não lhes agradava. e começamos a perder a pachorra.

mas quisemos recuperar a ideia fundamental desta actividade: ter desculpa para ir passear, e descobrir sítios que de outra forma, nunca iríamos lá.

nestes quatro anos em que estivemos parados, o número de caches subiu estupidamente. há que manter o foco, não ligar aos números, e saber escolher muito bem as que realmente interessam.

algum geocacher por aqui? :)

Se eu não fosse assim.. #5

Abril 27, 2018

isa regressa do almoço e ao contornar a rua do escritório, sente um cheiro intenso a erva daquela que ainda não é medicinal mas um dia pode vir a ser. isa topa um colega a fumar à porta.

isa berra do fundo da rua, para o dito colega ouvir (no gozo, claro!),

"EEEEEEK QUE CHEIRO A ERVA.. Ò QUIM, ÉS TU?"

...quando topa que está a passar ao lado de um carro estacionado em cima do passeio, com a janela aberta, de onde vem aquela fumarola toda...

ooooops!

ps. o quim não se chama quim, é um nome fictício para proteger a identidade do moço, os meus colegas não têm culpa que eu seja assim :D

Lost in... Aldeias Históricas II

Abril 27, 2018

arranjei forma de encaixar as restantes aldeias histórias na rota das últimas férias. quatro delas são "próximas", sendo possível visitá-las num dia, bastava escolher alojamento num sitio estratégico... ou achava eu! cinco aldeias, em dois dias. não há fotos delas que andei muito preguiçosa nestes dias. ficou registado na memória :)

castelo rodrigo ergue-se imponente na paisagem, cravada em penedos de xisto. ao chegar lá em cima, a primeira coisa que sobressai é a vista. a nordeste estende-se até à porta do douro internacional, vê-se perfeitamente o enorme desfiladeiro que nos dá as boas vindas ao parque. a este, os olhos alcançam facilmente espanha.

tal como todas as outras aldeias, a sua história perde-se no tempo. vários povos ali viveram desde a idade média, e cujos vestígios estão inscritos em detalhes que conseguiram resistir ao seu passado tumultuoso. o castelo fazia parte da primeira linha defensiva dos limites do reino e foi palco de inúmeras invasões e batalhas. ainda assim, sobrevive até aos dias de hoje, como se de um único e grande monumento se tratasse, para manter a memória viva.

a traça medieval da aldeia está bem preservada, tem poucas ruínas a pedir restauro, e as ruas estão impecavelmente cuidadas e limpas. à parte das hordas de visitantes que chegam de autocarro, é um sítio muito pacato. talvez por não ter muitos habitantes, acaba por tornar-se algo impessoal, sem aquele feeling castiço das aldeias portuguesas.

almeida não está tão elevada no horizonte, mas está rodeada por uma fortaleza com um formato pouco habitual, em estrela de doze pontas. nunca tinha visto tal coisa. e a sua arquitectura é algo que mais facilmente encontramos no litoral, que no interior. era um impressionante sistema defensivo, a sua proximidade a espanha assim o exigia.

resguardada dentro das muralhas, a vila não tem um ar antigo. a fachada das casas é relativamente moderna, e são poucas as casas com paredes de pedra nua. não deixa de ser um sitio muito agradável para passear.

marialva debruça-se altaneira sobre o planalto. tal como as outras, as suas raízes vêm desde a pré-história, mas quase que se perdeu no tempo. a aldeia cresceu fora das muralhas, e nos últimos anos, as casas têm sido recuperadas. passaram a fazer parte de um núcleo turístico que está aos poucos a tomar conta do sitio, mantendo-o fiel às suas origens medievais, e preservando a sua história.

a única coisa que não achei piada aqui, foi a entrada no castelo ser paga. até agora ainda não tinha visitado uma aldeia histórica que cobrasse o acesso ao castelo. e muito sinceramente, não me apeteceu a pagar para ver ruínas - por muita história que tenham para contar, quando há tanto disso para ver gratuitamente por portugal fora..

gostava de ter gostado mais de trancoso como aldeia histórica, mas não achei nada de especial. é uma vila que cresceu para fora das muralhas, e dentro delas, os edifícios novos fundem-se com os antigos. não tem aquele charme medieval das aldeias mais isoladas, mas sim de típica aldeia portuguesa. o castelo está bem preservado, e a sul, a vista é interrompida pela cordilheira da serra da estrela, coberta de neve nesta altura do ano.

apesar passar sempre por belmonte quando vou para a serra da estrela, nunca me deu para parar. confesso que a vila não me despertava muito interesse. desta vez parei para riscar a última das aldeias históricas da lista.

pode ter sido muito importante para a nossa história, não duvido nem por um segundo, mas não cai na mesma categoria da aldeias outras que compõem a selecção. diria que é mais uma vila histórica, não se percebe bem onde começa e termina o centro histórico e não tem o charme de aldeia-monumento, a resistir estoicamente à eons no topo de um monte, isolada da civilização.

*

e assim dou por terminado o circuito das aldeias históricas de portugal. a parte I está aqui, piodão aqui, e linhares da beira algures por aqui. o que começou como curiosidade, tornou-se num desafio, que não descansei enquanto não ficou concluído, por aquilo que estas aldeias significam, e por aquilo que aprendi ao pesquisar sobre elas.

hoje podem parecer apenas ruínas abandonadas à sua sorte no topo dos montes, nos cantos mais recônditos de portugal, resquícios dos tempos de batalhas e conquistas que já ninguém vivo testemunhou, mas estão imbuídas de uma história incrível. daquela que determinou as nossas fronteiras, e demonstrou a coragem e determinação do nosso povo. recomendo *vivamente* conhece-las.

como as aldeias históricas se estendem por uma área considerável, e algumas em sítios bastante remotos, como é o caso de piodão, a melhor forma de visitar as aldeias é dividi-las por etapas, agrupado-as por proximidade, por exemplo,

- marialva / trancoso / linhares da beira
- castelo rodrigo / almeida / castelo mendo
- sortelha / belmonte
- castelo novo / idanha-a-velha / monsanto
- piodão

IMHO, três aldeias por dia é o cenário mais razoável. perdemos sempre muito tempo a visitar e fotografar todos os recantos, e a conduzir entre elas, e a parar noutros sítios pelo caminho, que nos agucem a curiosidade.

aqui fica o mapa, para terem uma noção da coisa,

 

Hoje foi um bom dia!

Abril 25, 2018

feriado a meio da semana, plano giro para passar o dia no alentejo profundo.

mal ligo o carro, a oxigénio começa a passar uma música que não ouvia há 20 anos, já nem me lembrava dela, e que me mandou à velocidade da luz para o passado, até aos tempos em que o vício batia forte. tenho a certeza absoluta que se encontrasse as minhas mixtapes na altura, ela estaria lá, com a voz do locutor da ant3na colada à música no final. fiquei arrepiadíssima com as memórias que aquilo me trouxe ao consciente :D

o dia esteve brutal, praticamente verão, com a temperatura a bater nuns deliciosos 30ºC, e com pouco vento. passei por sítios lindos, que ainda não conhecia. vi paisagens gigantes, que me encheram a alma. fartei-me de fotografar. 

depois de um dia atrás de caches em sítios fantásticos, a primeira caracolada do ano aconteceu, já ao final da tarde, no meio de uma praça, num quiosque chamado paródias, cheio de malta da terceira idade em animada cavaqueira, a empurrar tremoços com jolas.

até agora - e de longe - o dia mais bonito do ano ♥

Dia 6 // Longroiva a Lisboa

Abril 25, 2018

só mais 5 minutos, vá láaaaaa....

quarto

seguir ao pequeno-almoço fomos dar uma voltinha para desmoer, antes de voltar a atacar a piscina. não fomos longe, apenas circundamos o complexo do hotel e das termas, meter o bedelho nas fontes de água, para descobrir donde vinha o pivete a ovos podres.

fonte fonte fonte

era desta fonte, e de outra mais acima :D o homem enfiou o dedo lá dentro e arrependeu-se... e não foi pela temperatura da água lolão

depois arrumamos a bagagem e siga demolhar, que nem dois bacalhaus secos na véspera da consoada. ficamos uma hora enfiados na piscina, só com a cabeça fora de água. aquilo não podia ser muito bom para a pele.. afinal de contas, a água é tratada com cloro e cenas.. digamos que saí de lá com a pele mais branca e luminosa do que entrei muhahha

no último dia de férias visitamos as três últimas aldeias históricas que faltavam.

mas já que estávamos ali, primeiro fomos conhecer longroiva. fizemos a primeira cache desde há quatro anos no topo da aldeia, perto do castelo. a app agora tá muito moderna, toca um sonzinho para avisar-nos que estamos perto da cache. "antigamente" tínhamos que andar a chafurdar, especialmente mau quando os telemóveis tinham uma recepção de satélite manhosa, às vezes com um desvio de 10-20 metros.

o castelo serve de cemitério, é um bocadinho creepy entrar lá dentro. a vista é porreira, though. alta sitio para ter como ultima morada :D

uns kms a sul, subimos até marialva. a segunda cache do dia meteu-nos a circundar o castelo. a aldeia é uma paz d'alma, sitio bom para passar uns dias muito descansados. não fomos visitar o castelo porque não me apeteceu a pagar a entrada.

marialva

seguia-se trancoso. terceira cache do dia também nos meteu a circular o exterior das muralhas do castelo. andava lá outro casal às caches, mas estavam do lado errado a muralha. não sei se perceberam a dica. a vista da torre de menagem para a serra da estrela é qualquer coisa.

trancoso

já de saída, passamos numa loja da casa da prisca e trouxemos um pedaço de paio de lombo fatiado TÃO BOM, e um queijo de cabra curado apimentado de meio kg TÃO BOM, levaram sumiço do frigorífico em menos de nada!

por fim, belmonte. também não visitamos o castelo, que era pago e já não estavam a deixar entrar ninguém, às cinco e pouco da tarde. demos umas voltas por belmonte atrás de caches. fizemos uma no moinho de azeite, a última do dia, que tinha uma vista soberba para a porta de acesso à serra da estrela que costumo usar, e a lembrar-me que há um ano que não ponho os pés na serra. devo estar doente, só pode lol

por esta altura já se ouviam estômagos a reclamar, e como não conseguíamos chegar a nenhuma conclusão sobre onde ir tratar do assunto, acabamos na cafetaria do intermarché lol a companhia era "interessante", e o lanche saiu muito barato lol

dali só paramos em lisboa. vinha completamente moída pelo dia inteiro passado ao volante, e mortinha para chegar a casa e encher-me de creme hidratante, que tinha a pele tão seca por causa do cloro que até sentia picadas. imagino que a minha sorte foi que tinha que me vir embora, se não passava a tarde toda dentro da água.. depois provavelmente iria precisar de vários transplantes de pele muhahaha

e assim terminou outra roadtrip épica. começou no extremo setentrional, atravessou o norte na diagonal, andou às voltas na beira interior, e ainda deu umas perninhas em espanha. as mudanças de paisagem são tão vincadas, que a cada dia de viagem pareciam férias diferentes \m/ não me canso de dizer, o nosso reino é lindo!!

deu para matar saudades de muitos dos sítios, mas a sensação que trago é que fiquei com mais saudades ainda. tou refém do nosso país, não me consigo fartar, estou sempre maluca para voltar lol com tantos países que quero conhecer, caneco...

álbum completo no sítio do costume

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Isa dá corda aos sapatos II

Abril 24, 2018

ontem tava uma noite tão boa, que caguei pró ginásio e fui dar uma corridinha na rua, aproveitar para fazer um test drive à musculatura do core desenvolvida graças ao trabalho árduo da PT :D

vesti o equipamento, tirei os ténis de corrida do mofo, enfiei-me no corta vento, e lá fui eu. só não levei música porque não tenho nenhuma armband onde enfiar um telemóvel de 5.5".

a última vez que corri na rua foi há dois anos e meio. já me tinha esquecido do quanto agradável é, em noites mornas, com um ventinho bom a soprar. não me quis esticar muito, pois não sabia como é que o corpo iria reagir, até porque correr na rua é um bocadinho diferente que correr numa passadeira no ginásio. fui nas calmas, a apreciar a noite, a certificar-me que respirava calmamente, a testar a passada e o comportamento das pernas e dos joelhos, notar se apareciam dorzitas. tudo ok. no final nem estava muito ofegante e recuperei rápido.

fiz 3km sem pausas, com uma média de 8 min/km, um bocadinho longe dos 6 min/km que já conseguia no último registo que tenho, mas a coisa há-de-se recompor :)

cheguei a casa, estiquei o tapete na sala, apaguei as luzes e ainda fiz meia-hora de yoga. bliss!

Ali prós lados do Beato

Abril 22, 2018

há umas semanas fizemos uma viagem debaixo de um temporal medonho, e ao passar por cima dos lençois de água que se formavam na estrada, o sacana do carro apetecia-lhe dançar. ficou decidido que tava na altura de levar sapatos novos.

pelo estado da coisa, seriam os quatro. uns porque estavam carecas, apesar de "só" terem 4 anos e 75 mil km, e os outros que apesar de ainda terem bom aspecto, já levam 7 anos e 120 mil km no cardado.. pneus é um tema sério, tenho um medo brutal de ter um acidente causado devido a um rebentamento, ou falta de aderência.

decidimos o modelo e tratei de identificar umas quantas oficinas para pedir orçamento, já a contar que o entreposto não tinha preços interessantes. ao homem coube a tarefa de pedir os orçamentos. meia hora depois tínhamos três valores muito díspares, sendo que um deles não dava grandes hipóteses aos outros.

o cascas vai a revisão, e ficamos a saber que só é necessário trocar dois, os outros ainda estão ali pras curvas. fuck yeah!! e como esperado, não tinham preço para nós, substitui-los lá ficava em quase 80€ mais caro que o nosso melhor orçamento, PQP!!

tão lá marcamos o serviço, e no dia seguinte deixei o homem na piscina e fui tratar do assunto. tive uma experiência deveras interessante naquela manhã.

cheguei uns minutos antes da hora, a tasca ainda não estava aberta. fiquei à espera no carro, num sitio onde não era suposto estar estacionada, mas os dois policias que estavam a uma dezenas de metros de mim, não me mandaram sair dali. a área estava toda vedada ao trânsito, o motivo não descobri. entretanto aparecem dois homens em cena, um com uma certa idade, e outro mais novo, e começam agilmente a abrir as portas do negócio. percebi logo porque é que só funcionam com marcação, são apenas dois mecânicos, e o espaço é realmente pequeno, só cabe um carro lá dentro. ainda assim, parece cuidado, nada a ver com aquela oficinas escuras e gordurosas, e cheias de tralha que até assusta entrar.

nisto, o senhor mais velho vem ter comigo, assumindo que sou a marcação das nove e meia. confirmo. sem mais conversas, tira-me o carro e leva-o para a pequena garagem.

fiquei à porta. entretanto uma senhora já duma certa idade vem ter comigo, a pedir-me para ir lá dentro dar umas informações para o seguro dos pneus. dou dois passos até ao pequeno cubículo que funcionava como escritório, onde estava uma rapariga mais nova, e começo a responder às perguntas. a azafama em redor do carro era intensa, e muito bem orquestrada.

pela familiaridade do trato entre os funcionários, apercebo-me que as duas pessoas mais velhas são marido e mulher, e a rapariga que estava de volta da papelada era a filha. só não apanhei se o homem mais novo era filho ou genro. ah.. got it, é um negocio familiar! que giro, pensei que este tipo de negócios já não existia em família, pelo menos em lisboa... mas... não parecia que estava em lisboa, mas sim numa terrinha qualquer. é o encanto dos bairros, perdemos a percepção que estamos numa grande cidade. pairava naquela desafogada praceta um sossego desconcertante. ouvia-se tão bem a passarada a chilrear, que enchia a alma. fechava os olhos, a absorver os raios de sol que conseguiam furar pelas nuvens, enquanto me deliciava com a melodia das aves.

enquanto esperei pelo serviço, a oficina recebeu várias visitas, mas nenhuma delas humana. primeiro apareceram dois cãezitos, daqueles que cabem num bolso (pequinês, i'm thinking), sem dono à vista. pararam à porta, com ar muito sisudo e atento, de quem estava ali certificar-se se ninguém metia a pata na poça. uns minutos depois piraram-se sem prestar cavaco a ninguém.

pouco depois aparece um segundo cão, de porte médio e pêlo raso, muito elegante, e muito mais simpático que o par anterior, também sem dono à vista. meteu-se com o mecânico sénior, que fez uma grande festa quando o viu, e mandou-o ir ao pequeno escritório cumprimentar o resto das pessoas. bem mandado, o canito contornou o carro e foi lá ter. mal entrou foi tratado como realeza, todo apaparicado. pouco depois, também bateu retirada. provavelmente tinha outras quintas para ir visitar naquela manhã.

logo de seguida entra pela oficina a dentro, como quem é rei e senhor do pedaço, um gato laranja, de pêlo curto e esguio. sabia exactamente onde tinha que se dirigir - ao pequeno escritório, onde foi recebido de forma bastante efusiva. deu e recebeu mimos, e andava por lá como se aquilo fosse tudo dele, como é apanágio dos gatos. entretanto decorreu um debate ente os funcionários, sobre se o bicho havia de receber ração ou saqueta. depois de comer, ali ficou, no escritório, enfiado dentro de uma caixa.

nenhum destes animais pertencia à família, mas eram recebidos como família e tratados com requintes de realeza. estas coisas dão-me apertos no coração.

o serviço demorou cerca de meia-hora, e foi absolutamente eficiente e profissional. e o preço foi muito em conta. saí de lá com um sorriso rasgado, e não foi só porque parecia que vinha a conduzir um carro novo (pneus novos é como ténis novos, é uma sensação de leveza do caraças). foi tudo o resto. do ambiente, às pessoas, aos visitantes de 4 patas, ao serviço, e ao preço.

also, espero que a nossa opção de pneus tenha sido feliz.

Dia 5 // de Castelo Melhor a Longroiva

Abril 21, 2018

acordar com uma paisagem daquelas a entrar-nos pelo quarto a dentro é qualquer coisa.. e a calma daquele lugar? ficava na boa uma manhã (ou a tarde) inteira sentada na varanda, ou no sofá ao lado da janela, a ler um livro ou simplesmente a perder o olhar na paisagem.

douro

mas o melhor de acordar ali ainda estava para vir: o pequeno-almoço.. zomg.. clássico brunch de instagram, totalmente obsceno.. e delicioso!! enfardei até ao limite do estômago.. e mesmo assim sobrou mais de metade daquele banquete. podia não ser buffet, mas não faltava ali nada, o que não estava na mesa vinha da cozinha a pedido, e feito na hora (ovos, bacon, etc).

pequeno almoço banquete

aproveitamos o quarto até à hora de check-out e depois fomos dar um longo passeio pela quinta, até à beira do douro, depois pelas vinhas. a ventania era de tal forma potente que o rio parecia correr ao contrário. seria um dia impecável, se não fosse pelo vento..

casa do riodouro douro
quinta do vallado quinta do vallado
linha

a casa do rio é um daqueles sítios que não vou dizer "temos que lá voltar", vou dizer "vamos mesmo lá voltar", aquilo é um paraíso!

este é aquele dia das férias que deixo sempre em aberto, para dar margem a improvisos e surpresas. ou seja, não sabia onde e como iria acabar, se em casa, se num ponto qualquer ao calhas no mapa. opções eram mais que muitas, que ganhasse a melhor ideia!

ainda assim, queria passar por uns quantos sítios. portanto deixamos a casa do rio com destino a barca d'alva, logo ali ao lado, e pelo caminho mais curto. ainda parei para mirar o castelo de castelo melhor, mas para visitá-lo iria precisar de pelo menos uma hora, então deixei-o para a próxima visita... daquelas decisões que na hora parecem bem, mas depois uma pessoa arrepende-se e já é tarde demais, oh well..

ia tão fixada na paisagem, que deixei passar o desvio e fui parar à estação ferroviária de almendra. tipo.. de que servia uma estação no meio no nada, a km's e km's da povoação mais próxima? se calhar até se percebe porque é que aquele troço todo de linha férrea está desactivado..

douro douro

voltei para trás e lá encontrei o desvio que queria. não havia indicações, e os meus piores receios iam-se concretizar. através do google maps dava para ver que era um caminho agrícola de terra batida, mas eu tinha esperança que aquelas imagens de satélite tivessem altamente desactualizadas, e que a estrada entretanto tivesse sido asfaltada (a esperança é a ultima a morrer, certo?)... ou o google não me teria metido por lá? ou teria, à luz da minha suspeita que ele conhece o perfil de estradas onde costumo andar?

google, enquanto eu tiver o cascas não me mandes por estradas de terra batida, ouviste??? o bicho já não tem idade para essas farras.

não tinha já tido uma experiência desagradável no dia anterior, querem lá ver.. dispenso outra hoje!! mas a volta que teria que dar, era estupidamente longa e decidi arriscar.. tive sorte que não apanhei muita lama, mas apanhei um susto ou outro com derrocadas e uns ramos derrubados das árvores pelo vento. a puta da estrada parecia interminável, quando voltei a ver o asfalto agradeci ao universo por não me ter pregado nenhuma partida. puf!!

o cais de vega de terron estava bastante pacato, mas o dia não estava grande coisa, acabamos por não ficar lá muito tempo.

despedimo-nos do douro internacional, com um até muito breve, espero, e seguimos para sul, com a aldeia histórica de castelo rodrigo na mira. fiz umas quantas paragens em miradouros, para ir esticando ao máximo a despedida daquela paisagem que tanto gosto.

trás-os-montes

a parte mais interessante das viagens é notarmos a morfologia da paisagem a mudar lentamente. à medida que íamos deixando a região do douro, fomos gradualmente deixando de subir e descer montes, as curvas atenuaram, a vinhas, as amendoeiras e as oliveiras desaparecem do horizonte. blocos redondos de granito, e vegetação rasteira passa a dominar na paisagem.

não me vou alongar sobre castelo rodrigo, vou deixar isso para mais tarde. só tive pena que a tarde estava limpa, mas realmente desagradável por causa do vento e do frio. podia ter apreciado melhor a aldeia e a paisagem.

seguia-se almeida. idem idem, aspas aspas. mais uma vez fomos sabotados pelo vento, que soprava cada vez com mais força. o carro parado abanava por todos os lados, e não conseguíamos estar na rua mais de 5 minutos, por causa do frio e da ventania..

por aquela altura ainda não sabíamos como ia terminar o dia. o hotel que havíamos tentado umas horas antes estava cheio, e ainda não tínhamos tido oportunidade para abrir o booking e analisar as nossas hipóteses. entretanto, e já que estava perto de vilar formoso, aproveitei para ir atestar o carro (eu não resisto muhahahah) apesar de ainda ter 1/4 do depósito.

tava ali, e tava a começar a ficar seriamente dividida... o que é que me impedia de seguir caminho e ir acabar as férias em salamanca? era só uma horinha.. ou então era uma horinha de volta para a zona das duas aldeias históricas que não conseguimos alcançar naquele dia... decisions, decisions... mas o que é realmente fixe, é ter deixado de existir roaming na união europeia, e nós estarmos ali, no estacionamento da galp de fuentes de oñoro, agarrados aos telemóveis, a decidir se havíamos de seguir para salamanca, ou algures nas redondezas de marialva e trancoso, ou para casa.

porque eu estava com medo de rapar frio em salamanca, apesar da ideia de acabar o dia a comer churros com chocolate quente aquecer-me a alma, e porque o homem apanhou um quartinho no longroiva hotel, um dos alojamentos que por acaso considerei para a 5ª noite (mas descartei porque sou parva e liguei mais às fotos que à descrição do hotel), acabamos por voltar para portugal.

uma hora depois estávamos a chegar a longroiva. diz que havia uma piscina exterior com água naturalmente aquecida à nossa espera. e não era mentira, não senhora. eram 8 da noite, cá fora estavam 5ºC, lá dentro 38ºC. que meia hora tão maravilhosa. não há palavras...

o cenário era mais ou menos este,

snow monkey

(macacos da neve a banharem-se em fontes termais a 40ºC, copyright © jigokudani yaen kōen)


já sair da água, com uma diferença de 30 graus para a rua, é que.. FFFUUUUUUU!!!

deram-nos um quartito todo catita, no edifício principal. ficava um bocado afastado da piscina e do restaurante, mas era um preço que não me importei de pagar, pelo charme dos meus aposentos :D. o hotel é composto por um edifício clássico e um anexo ultra moderno, com quartos e bungalows. muito, muito giro, e ainda cheirava a novo. fun fact: o hotel foi desenhado pelo mesmo arquitecto das eco/tree houses do parque das pedras salgadas.

jantamos no restaurante do hotel, comi um polvo à lagareiro impecável. fiquei fã do azeite da quinta vale d'aldeia, cuja produção pertence aos proprietários do hotel.

nessa noite o homem decidiu que queria voltar a fazer geocaching, então passamos o resto da noite a instalar a app e a ver que caches podíamos fazer no dia seguinte. pena não se ter lembrado isto na primeira noite, em melgaço. a quantidade de caches fixes que deixamos escapar, baaaah!

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'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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