no ano passado contei aqui um episódio muito engrassade que se passou num supermercado, no auge da pandemia, por causa do nosso consumo exagerado de água com gás.
nesse post recebi duas sugestões. uma, que a água com gás do aldi era do vimeiro (a minha favorita) e ficava mais barata que no jumbo auchan (obrigada, malaq 👍), e outra, para arranjar uma máquina de meter gás na água (obrigada, cátia 👍). gostei dessa ideia, mas na altura fiz as contas e pareceu-me que entre comprar a máquina, o gás, e água engarrafada (déuzmahlivre de beber água del cano!!! 🤢 ), a coisa saia substancialmente mais cara que comprar água gaseificada.
apercebi-me que se calhar bebia mais água do que julgava, quando o carregamento mensal com o confinamento, mais do que tinha duplicado...
e a quantidade de plástico que se juntava naquilo era medonha, mesmo comprando apenas garrafas de 1,5L. como o auchan tem daquelas máquinas que dá uns cêntimos em troca de garrafas de plástico vazias, guardávamos as garrafas todas para largar lá.
mas às tantas aquilo começou a ser muito penoso. não só as cargas frequentes de água que fazíamos, como também o espaço que as garrafas vazias ocupavam, e o tempo que se demorava a enfia-las na máquina de reciclagem... e eis que a sugestão da máquina de meter gás na água voltou à baila.
fizemos uma primeira tentativa para mandar vir uma sodastream da amazon, mas tava tão complicado que às tantas já parecia o universo a mandar-nos uma daquelas mensagens subliminares tipo, é melhor parares de insistir porque vais gastar guito para nada 😐
semanas mais tarde, em conversa com uns amigos, ficamos a saber que eles tinham uma dessas máquinas, e que a água até ficava com uma carbonatação decente, e o pedaço de informação mais importante — que as garrafas de gás vazias podem ser devolvidas, e em vez de 35€ passavam a custar 15€ hummmm... 🤔
apesar das máquinas ainda serem caras, isto mudava completamente o cenário.
entretanto descobrimos um modelo mais básico à venda no ECI, mas que tinha um preço mais em conta que o do modelo que estávamos a considerar comprar... e que por acaso estavam com desconto de 20%... e que utilizando um desconto da repsol, a máquina saiu pouco mais cara que uma garrafa de CO2. se a coisa falhasse, ao menos o investimento não tinha sido nada por aí além. porque, yah.. eu estava-me a preparar para um falhanço total, por razões várias.
só que contra todas as expectativas, a coisa funcionou bem logo às primeiras tentativas. o segredo era mesmo acertar na quantidade de de gás — bastante, no nosso caso. mesmo que a garrafa de CO2 durasse menos do que o anunciado (cerca de 60L de água).
comecei por usar um jarro de vidro para manter água (sem gás) fresca no frigorífico, e ia fazendo refill à garrafa de 870ml da máquina. mas isto não era nada prático... tão, para agilizar o processo, acabamos por comprar mais duas garrafas. qualquer coisa com 2,6L de água fresca sempre à disposição.
o problema parecia estar resolvido, e a história podia ter acabado por aqui.
...só que não!
na realidade o problema dos carregamentos de água não estava resolvido, apenas substituímos as garrafas de 1,5L por garrafões de 6L... e ir ao supermercado a cada 10 dias acartar com 6 garrafões de 6L, era mais do mesmo.
em tempos normais consumíamos um garrafão de 6L por semana. mas em casa a tempo inteiro, a dar-lhe no gás, rebentávamos um garrafão dia sim, dia não.
contas feitas, 18 garrafões de água + os 2 cilindros de CO2 que estávamos a gastar por mês, a coisa ficava mais cara do que comprar água com gás engarrafada.. e continuava a fazer lixo em plástico!
porque a minha cabeça não consegue parar enquanto não resolve as merdas, dei comigo a considerar os jarros da brita, que filtram a água da torneira, e (dizem eles) que melhoram o sabor da água. andei um par de meses indecisa se fazia o investimento ou não, até que o homem começou a queixar-se que "isto de andar a carregar garrafões com tanta frequência não tá com nada"... e eu sugeri o jarro.
no inicio do ano fomos comprá-lo, também no ECI, que os vales de desconto da repsol não se gastam sozinhos. a primeira experiência com água da torneira não correu bem. sabia-me ao mesmo filtrada ou saída directamente da torneira. e também parecia que ficava com mais sede ainda... mas não baixei os braços. como ainda tinha um garrafão de 6L, arranjei um truque para tentar enganar o cérebro:
então, tinha 3 garrafas. enchia uma com água engarrafada, e duas com água filtrada, depois baralhava as garrafas. nunca sabia o que ia calhar na rifa.
fiz isto até se acabar o garrafão, e... GREAT SUCCESS!! nos entretantos deixei praticamente de notar a diferença, e não voltamos a comprar água engarrafada.
e nisto já lá vão três oito meses. para além de já andar a comprar caixas de filtros às 12 unidades, já deu para chegar a umas quantas conclusões:
a principal é que eu bebo mesmo *muita* água! todas as noites antes de me ir deitar, costumo a encher as 3 garrafas de água filtrada + o jarro. ao longo do dia seguinte, as três garrafas vão à vida nas calmas, é quase sempre preciso fazer refill a uma delas — 3 litros, portanto. sendo que eu bebo praí o 3x mais do que o homem bebe, à vontade.
ou seja, cerca de 120L de água por mês, que para os quais gasto:
— 1 filtro do jarro diz que filtra 100L de água (ando ali uns dias com ele a piscar o led vermelho muhahaha)
— 2 cilindros de CO2 fazem cerca de 120L de água com gás (e que é o anunciado pela marca, anyway)
trocando as garrafas e comprando os filtros com desconto (~4.6€ na amazon), esta história da água com gás sai-me a 35€ por mês. continuava a ser mais barato se fosse ao aldi buscar packs de 4x1,5L (~31€). mas, o que gasto em combustível + a energia para carregar e arrumar as garrafas + o tempo todo que se perde no processo + o desperdício de plástico, acho que nem vale a pena considerar sequer essa opção.
again, obrigada cátia 🙏😘