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lost in wonderland

lost in wonderland

Nem a dormir dou sossego ao homem

Setembro 17, 2021

desde há uns anos para cá, que tenho sonhos (e pesadelos também) fantásticos, acho que se conseguisse traduzi-los em guiões para filmes, tava a nadar em guito. a porra toda é que passado umas horas já não me lembro de quase nada... 

anyway, para além de bastante criativos nas temáticas e intrincados nos detalhes, alguns são tão realistas que às vezes só sei que estou a sonhar, pelo ridículo das situações em que me encontro. além disso, não só tenho consciência que estou a sonhar, como tenho algum controlo, e muitas vezes consigo acordar ou passar a sonhar com outra merda qualquer. eles não gostam muito quando são descobertos muhahahah

apesar de muitas vezes acordar cansada, e ter a sensação que passei horas a fio a sonhar, adoro este efeito secundário das drogas da ansiedade. já o meu homem não acha tanta piada... é que para além de assustá-lo, porque mandei um berro e ele acorda em sobressalto, às vezes a coisa tende a tornar-se violenta...

como aconteceu há umas noites atrás...

já não me lembro do motivo que me levou àquela situação no sonho, mas a dada altura estamos a ser ameaçados por javalis. então, para não atrair a atenção dos bichos, tínhamos que nos movimentar de mansinho, e não fazer barulho. entretanto, parte do grupo separa-se, e eu fico para trás. nisto, alguém lá à frente grita que vai um javali a correr na minha direcção. e eu vejo o bicho. parecia um touro, grande, furioso, e desgovernado. vinha tão rápido que eu não tinha tempo para fugir... então, o que é que eu decido naquela fracção de segundo? não me mexer, e assim que ele se aproximou, dei um salto e mandei-lhe um valente pontapé na cabeça.

acordei no momento seguinte, com o homem agarrado a uma perna, a queixar-se que lhe tinha dado uma granda patada 😬 depois apercebi-me que também devo ter mandado uma joelhada em mim própria, porque me doia o joelho de uma perna, e a parte de trás do joelho da outra 😐

vá lá que tenho seguro de acidentes pessoais...

Há vinte anos atrás

Setembro 11, 2021

o mundo mudou. em NY as torres caiam, e em LX uma nova etapa na vida de uma jovenzinha começava.

hoje faz 20 anos que me mudei cá "pra cima", de armas e bagagens, sem intenções de regressar ao sítio onde nasci e cresci. lá bem no fundo, sempre senti que era aqui que pertencia, e não lá. foi a decisão mais importante que tomei na minha vida, e também a melhor. não faria nada diferente. 

Follow Up III

Setembro 11, 2021

março já costumava ser um mês agitado porque a sis (e agora o sobrinho também) fazem anos, porque começa a primavera, porque a hora muda, porque gosto de fazer férias nesta altura, e por aí em diante. só que por causa das coisas, desde há uns anos para cá passou a ser ainda mais agitado — é a altura em que faço os exames de rotina anuais, para nos certificarmos que a fruta não criou bicho outra vez, e se a terapia hormonal não faz mais do que é suposto. 

mas este ano consegui elevar a coisa a outro nível. basicamente, tirei o mês de março para sofrer.

em fevereiro, na consulta semestral de higiene oral, levei nas orelhas pela terceira vez consecutiva, porque o siso que eu já devia ter tirado por ter uma cárie muito difícil de alcançar, ainda ali estava, e provavelmente já a afectar o dente do lado. desta vez decidi dar ouvidos à higienista porque desde há um par de meses que andava com sensibilidade naquela zona, e podia ser essa a causa. tão saí do consultório com a extracção do siso marcada.. para março!

se é para sofrer, sofre-se tudo de uma só vez, né?

eis que chega março, e cá estou eu novamente recostada na cadeira de dentista. ainda a médica não tinha começado o processo, já me estava a dar uma novidade. ao observar o RX panorâmico que eu tinha acabado de tirar, apercebeu-se de uma mancha que estava ali no lugar vago de um dente (que já saiu há mais de 20 anos), e que tinha que sair, para se perceber o que era.

oh, que surpresa. tenho uma cena dentro mandíbula 🥱 (srly, nesta altura do campeonato já nada me surpreende)

o siso, esse, coitado... assim que ela lhe cravou o alicate, demorou dois minutos a ser desalojado. e de facto tinha uma cárie um bocado foleira. saí do consultório com menos um dente do que entrei, e uma requisição para fazer um tac à mandíbula.

tanto drama que andei a fazer por causa de ir tirar a merda do siso, não custou nada. bah!

entretanto, aproveitei a desculpa do tac para marcar uma consulta com a minha médica assistente, que é uma querida, e que para além do tac e de um MAPA [monitorização ambulatória da pressão arterial] por causa das queixas que lhe fiz (e do registo das medições que lhe mostrei), sobre a minha pressão arterial andar um bocado abusada, também achou que eu estava há muito tempo sem ter as vísceras inspeccionadas. então mandou-me ir fazer umas ecos e rx. mas isso marquei para o mês seguinte, que neste já tinha areia demais na camioneta. 

como marco os exames de rotina no final ou início do ano, consigo sempre umas datas porreiras. ressonância magnética, mamografia + eco mamária, eco pélvica e análises tudo feito em dois dias seguidos. e tudo dentro da normalidade. por acaso o relatório da RM vinha demasiado denso para o meu gosto, mas parecia estar tudo tranquilo (e só revela o quão minuciosa a médica é). o tac fiz uns dias depois.

deixei o pior para o fim, aquele exame que eu sempre soube que havia de chegar o dia em que teria de o fazer, mas que por acaso não estava a contar com ele tão cedo... uma colonoscopia.

digamos que estava bastante motivada para fazer este exame. no espaço de um ano estávamos com 3 casos de cancro colorrectal na família, e eu até já tinha uma prescrição para fazê-lo desde o primeiro... já diziam os antigos, quem tem cu, tem medo. vai daí, marquei-o também para março, why not?

ao contrário da endoscopia digestiva alta, que sou obrigada a fazê-las sedada porque a minha faringe é por demais sensível, e qualquer coisa que se aproxime remotamente dela desencadeia logo um festival de reflexos de vómito, a endoscopia digestiva onde o sol não brilha era outra história. 

quando marquei este exame fiquei a saber que, por querer fazê-lo consciente, tinha as minhas opções muito limitadas. por alguma razão (que havia de descobrir mais tarde muhahaha) os médicos preferem os pacientes tranquilamente a dormir, enquanto lhes vasculham as entranhas.
bom, desse por onde desse, eu queria MESMO estar acordada durante o exame. não só pela oportunidade única de olhar para dentro do corpo em alta definição, como se tivesse ali alguma cena marada in the making, queria testemunhar em directo o achado e ver o endoscópio em acção. pancadas da minha costela maluca da ciência 🤷‍♀️

descobri também que teria que fazer um teste de covid dois dias antes, ou então não havia colonoscopia para ninguém. epá, já que estamos numa de enfiar cenas, bora lá!

a colonoscopia é um exame muito temido, não só pela sua natureza... delicada, como também pela preparação violenta a que obriga. e eu fiz aquilo que faço sempre quando estou perante um desafio, defini uma estratégia para sobreviver à coisa com menos PTSD possível. iria começar dois dias antes do recomendado, não fosse a coisa correr mal. fui gradualmente deixando de comer alimentos com fibra ao longo de uma semana, para na véspera não ter muito que limpar. tinha os passos todos marcados no calendário.

a pior parte deste processo, é que eu quando tenho fome, sou uma pessoa muito má de aturar…

anyway, o pior ainda estava para vir. 12 horas antes do procedimento, tinha que começar a beber aquela cena intragável que transforma as tripas duma pessoa numa mangueira de alta pressão. as histórias de horror que tenho ouvido sobre estas mistelas 😰

eu estava psicologicamente preparada para aquilo ter um sabor horrível. mas a minha definição de horrível não foi suficiente... aquilo eram vários níveis de horrível. meio litro dum líquido espesso, tão doce, mas tão doce que tava com medo que me desse diabetes. tinha que beber aquilo em meia-hora, e na meia-hora seguinte, tinha que emborcar um litro de água. e depois repetir o procedimento.

se a primeira parte já foi fodida — demorei mais 15mn que o suposto para beber aquela porcaria toda, e lá pro fim tava ver que começava a mandar aquilo fora pela extremidade errada, a segunda parte foi um real suplicio.

o segundo preparado conseguia ser ainda mais horrivelmente doce (como se tal coisa fosse sequer possível!!!), mais espesso, e ainda mais penoso de beber. e não tardou muito a acontecer exactamente aquilo que não era suposto. cada golo que dava, lá vinha o gregório. tentei meter gelo naquilo, não ajudou grande coisa. beber água imediatamente a seguir funcionava um bocadinho melhor. 

em vez de 30mn, estive 3 horas a tentar beber aquilo, e boa parte nem sequer chegava ao destino. 3 horas sentada na sanita a sentir-me miserável, enquanto tentava distrair-me com a miséria alheia, lendo comentários de pessoas a descrever as suas preparações no reddit.

às tantas desisti. já não conseguia beber mais. deixei praí 100ml no shaker, ainda que aquilo já estivesse mais do que diluído na água do gelo, mas eu tinha chegado ao meu limite. a preparação não estava ideal, mas com sorte era o suficiente para não abortarem a missão, e eu ter que passar por aquilo tudo outra vez dali a uns dias.

às 8 da manhã estava finalmente a preparar-me para a acção. o pior já tinha passado, agora vinha a parte fixe da coisa. quando me levaram para a sala do exame, vi 5 copos para amostras alinhados em cima do balcão, e pensei cá para mim, "espero que sejam suficientes". enquanto o enfermeiro e a médica ultimavam os detalhes para iniciar o exame, eu lutava com o monitor cardíaco a ver se conseguia baixar dos 100BPM. coisa complicada naqueles dias.

aaaaand... UP WE GO!!! pensei o procedimento fosse muito mais desconfortável, ok... é um bocado estranho sentir o tubo a remexer lá dentro, mas não doía nada. o único incómodo era quando começava a insuflar, e o corpo em vez de deixar sair o ar, prendia-o, e eu tinha activamente que expulsá-lo... não era nada constrangedor muhhahahah e mesmo assim, eu ainda conseguia tornar a situação pior — cada vez que tinha que executar a manobra, emitia um “aaaaaaahhhhhhhhh” de alivio 🤣🤣🤣

o tubo entrou. o tubo andou às voltas. o tubo saiu... e nem um pedacito de tripa para amostra. nada, nicles.. parecia novinha em folha, tinha um aspecto incrivelmente saudável, rosarinho, resplandecente. por um lado fiquei triste porque sei que a sonda é tipo uma canivete suíço, e eu queria ver aquilo em acção, como vi em vários videos no youtube. por outro, senti muito orgulho de mim e da minha canalização imaculada.

e
apesar de ser bastante invasivo, e de estar acordada durante o processo todo, foi dos exames que mais gostei de fazer. pela tecnologia, pelo profissionalismo e paciência da médica e do enfermeiro. a médica foi impecável, não só ia respondendo às perguntas que eu fazia cada vez que o endoscópio dobrava uma esquina, como ia explicando o exame à medida que ia acontecendo. o enfermeiro assegurava-se que eu estava confortável. tentei não fazer muitas piadas parvas, mas elas acabam por sair assim sem eu ter controle sobre isso 😶, também não senti desconforto nenhum após o exame, nem passei o resto do dia toda grogue.

para ser sincera, a verdadeira tragédia nem foi ter passado uma semana bastante desagradável às contas da colonoscopia... foi ter passado quase uma semana a comer pouquíssimo, e nem a merda de 1kg ter perdido 😡

e pronto. se nos entretantos não acontecer nada que o justifique, é para repetir daqui a 5 anos.

Isa experimenta cenas #1

Setembro 07, 2021

se há coisa que não pode faltar cá em casa são produtos com desinfectante para a limpeza da casa e roupa. sou mega-fã da sanytol, e uso praticamente a gama toda da marca.

no ano passado, no início da pandemia, quando tudo o que era álcool e desinfectantes levaram sumiço das prateleiras do supermercado por causa do pânico do corona, também eu entrei em pânico com receio de ficar sem os meus ricos desinfectantes, que isto não se sabe até quando a escassez vai durar né?

é que, se já não haviam muitas opções no mercado, porque até à data, não era um produto que tivesse grande interesse para os consumidores — de um momento para o outro, tornou-se num bem mais apetecível que uma garrafa de água fresca no deserto. 

vai daí comecei a olhar para alternativas de produtos de limpeza mata-bixo. uma dessas alternativas foi o 𝕞𝕚𝕤𝕥𝕠𝕝𝕚𝕟 𝕕𝕖𝕤𝕚𝕟𝕗𝕖𝕔𝕥𝕒𝕟𝕥𝕖, cuja embalagem azul uniforme-de-profissional-de-saúde me chamou a atenção. é que nem quis saber de mais nada, era aquilo que havia, era aquilo que eu trouxe. 

e ali ficou, no armário dos detergentes, à espera do dia em que iria começar a ser requisitado.

fast-forward umas semanas, em que tivemos um problema na canalização do lava-louças e tivemos que vazar o armário. perante da quantidade invejável de produtos de limpeza, mandei um vídeo à minha irmã para ela gozar com a minha pancada maravilhar-se com o meu arsenal de limpeza.

e depois do momento de galhofa que se seguiu, ela diz-me,


um dias destes, ia a limpar a bancada da cozinha e decidi ver se era assim tão mau como ela fez parecer...

era.

tão mau!

paz às minhas células olfactivas... que raio de cheiro mais ofensivo, credo!

mal espichei aquilo por cima da bancada, fui logo a correr tirar com o pano, para ver se aquele pivete não ficava ali a pairar. é difícil de descrever, o cheiro… mas parecia um misto de vomitado com bosta de cavalo ou vaca, sei lá. desconheço se os outros produtos da marca foram abençoados com cheiros mais agradáveis, mas este… jazus.

não voltei a usá-lo. mas também não foi fora, que o homem achou que conseguia dar-lhe uso.

começou a usa-lo para limpar o balde do lixo, que já de si manda um pivete potente. sempre me poupava o sanytol multiusos. a ele o cheiro não lhe fazia confusão, já eu ficava na duvida sobre o que é que cheirava pior, se o desinfectante, se o cheiro que o saco do lixo deixava no caixote. ou se já era uma mistura fedorenta entre lixo e 𝕞𝕚𝕤𝕥𝕠𝕝𝕚𝕟. era dramático. só sei que logo a seguir a usar aquilo, e antes de meter um saco novo no caixote, tinha que suster a respiração caso precisasse de abrir o armário.

e aquela treta durava, durava, e eu sempre com ganas de jogar aquilo fora, ainda que estivesse praticamente cheio. mas reclamei tanto, tanto, cum caneco, que eventualmente o homem desistiu e jogou aquilo fora, a meio, com um ano de utilização. YAY!!!

entretanto também comprei umas toalhitas bem mal-cheirosas da 𝕔𝕚𝕗, mas essas não tive pena delas, foram logo de vela. não percebo como é que caralhes metem produtos com cheiros tão repulsivos no mercado 🤨

Pôr do sol, pôr do sol, pôr do sol, pôr do soooool

Agosto 26, 2021

não, não estou doente (acabei de tirar a temperatura e tudo 😆)... tou mesmo agarrada à nova série da RTP. até a mim me custa a acreditar, mas aí está 😅

e por acaso até sei como aconteceu. a minha curiosidade foi aguçada pelos tweets ridículos de malta que estava a ver a série, que às tantas tive que ir ver para crer... e aquilo agradou MUITO à minha (i)maturidade mental muhahahaha quer dizer, o meu o cérebro quase que fez curto circuito LOL

é que tem tudo para ser uma novela. só que os dramas das personagens são assim um bocado... ao lado. 

não sei ondé que a malta que escreve o guião vai buscar inspiração para aquelas alarvidades, o nível de nonsense é over 9000! uma pessoa ainda não recuperou duma, e já se está a rir de outra 😂

mas, verdade seja dita, não sei o que é que admiro mais — se as parvoices do guião, se os actores que conseguem dizer aquilo com um ar tão sério e convincente. deve ser uma tarefa incrivelmente difícil.

termino com uma das cenas que (até ao momento) mais vezes tive que voltar para trás e rever, da minha personagem favorita
 

Uma questão de gás

Agosto 23, 2021

no ano passado contei aqui um episódio muito engrassade que se passou num supermercado, no auge da pandemia, por causa do nosso consumo exagerado de água com gás.

nesse post recebi duas sugestões. uma, que a água com gás do aldi era do vimeiro (a minha favorita) e ficava mais barata que no jumbo auchan (obrigada, malaq 👍), e outra, para arranjar uma máquina de meter gás na água (obrigada, cátia 👍). gostei dessa ideia, mas na altura fiz as contas e pareceu-me que entre comprar a máquina, o gás, e água engarrafada (déuzmahlivre de beber água del cano!!! 🤢 ), a coisa saia substancialmente mais cara que comprar água gaseificada.



apercebi-me que se calhar bebia mais água do que julgava, quando o carregamento mensal com o confinamento, mais do que tinha duplicado...

e a quantidade de plástico que se juntava naquilo era medonha, mesmo comprando apenas garrafas de 1,5L. como o auchan tem daquelas máquinas que dá uns cêntimos em troca de garrafas de plástico vazias, guardávamos as garrafas todas para largar lá.

mas às tantas aquilo começou a ser muito penoso. não só as cargas frequentes de água que fazíamos, como também o espaço que as garrafas vazias ocupavam, e o tempo que se demorava a enfia-las na máquina de reciclagem... e eis que a sugestão da máquina de meter gás na água voltou à baila.

fizemos uma primeira tentativa para mandar vir uma sodastream da amazon, mas tava tão complicado que às tantas já parecia o universo a mandar-nos uma daquelas mensagens subliminares tipo, é melhor parares de insistir porque vais gastar guito para nada 😐

semanas mais tarde, em conversa com uns amigos, ficamos a saber que eles tinham uma dessas máquinas, e que a água até ficava com uma carbonatação decente, e o pedaço de informação mais importante — que as garrafas de gás vazias podem ser devolvidas, e em vez de 35€ passavam a custar 15€ hummmm... 🤔

apesar das máquinas ainda serem caras, isto mudava completamente o cenário.

entretanto descobrimos um modelo mais básico à venda no ECI, mas que tinha um preço mais em conta que o do modelo que estávamos a considerar comprar... e que por acaso estavam com desconto de 20%... e que utilizando um desconto da repsol, a máquina saiu pouco mais cara que uma garrafa de CO2. se a coisa falhasse, ao menos o investimento não tinha sido nada por aí além. porque, yah.. eu estava-me a preparar para um falhanço total, por razões várias.

só que contra todas as expectativas, a coisa funcionou bem logo às primeiras tentativas. o segredo era mesmo acertar na quantidade de de gás — bastante, no nosso caso. mesmo que a garrafa de CO2 durasse menos do que o anunciado (cerca de 60L de água).

comecei por usar um jarro de vidro para manter água (sem gás) fresca no frigorífico, e ia fazendo refill à garrafa de 870ml da máquina. mas isto não era nada prático... tão, para agilizar o processo, acabamos por comprar mais duas garrafas. qualquer coisa com 2,6L de água fresca sempre à disposição. 

o problema parecia estar resolvido, e a história podia ter acabado por aqui.

...só que não!

na realidade o problema dos carregamentos de água não estava resolvido, apenas substituímos as garrafas de 1,5L por garrafões de 6L... e ir ao supermercado a cada 10 dias acartar com 6 garrafões de 6L, era mais do mesmo.

em tempos normais consumíamos um garrafão de 6L por semana. mas em casa a tempo inteiro, a dar-lhe no gás, rebentávamos um garrafão dia sim, dia não.

contas feitas, 18 garrafões de água + os 2 cilindros de CO2 que estávamos a gastar por mês, a coisa ficava mais cara do que comprar água com gás engarrafada.. e continuava a fazer lixo em plástico!

porque a minha cabeça não consegue parar enquanto não resolve as merdas, dei comigo a considerar os jarros da brita, que filtram a água da torneira, e (dizem eles) que melhoram o sabor da água. andei um par de meses indecisa se fazia o investimento ou não, até que o homem começou a queixar-se que "isto de andar a carregar garrafões com tanta frequência não tá com nada"... e eu sugeri o jarro.

no inicio do ano fomos comprá-lo, também no ECI, que os vales de desconto da repsol não se gastam sozinhos. a primeira experiência com água da torneira não correu bem. sabia-me ao mesmo filtrada ou saída directamente da torneira. e também parecia que ficava com mais sede ainda... mas não baixei os braços. como ainda tinha um garrafão de 6L, arranjei um truque para tentar enganar o cérebro:

então, tinha 3 garrafas. enchia uma com água engarrafada, e duas com água filtrada, depois baralhava as garrafas. nunca sabia o que ia calhar na rifa.

fiz isto até se acabar o garrafão, e... GREAT SUCCESS!! nos entretantos deixei praticamente de notar a diferença, e não voltamos a comprar água engarrafada.

e nisto já lá vão três oito meses. para além de já andar a comprar caixas de filtros às 12 unidades, já deu para chegar a umas quantas conclusões:

a principal é que eu bebo mesmo *muita* água! todas as noites antes de me ir deitar, costumo a encher as 3 garrafas de água filtrada + o jarro. ao longo do dia seguinte, as três garrafas vão à vida nas calmas, é quase sempre preciso fazer refill a uma delas — 3 litros, portanto. sendo que eu bebo praí o 3x mais do que o homem bebe, à vontade.

ou seja, cerca de 120L de água por mês, que para os quais gasto:

— 1 filtro do jarro diz que filtra 100L de água (ando ali uns dias com ele a piscar o led vermelho muhahaha)
— 2 cilindros de CO2 fazem cerca de 120L de água com gás (e que é o anunciado pela marca, anyway)

trocando as garrafas e comprando os filtros com desconto (~4.6€ na amazon), esta história da água com gás sai-me a 35€ por mês. continuava a ser mais barato se fosse ao aldi buscar packs de 4x1,5L (~31€). mas, o que gasto em combustível + a energia para carregar e arrumar as garrafas + o tempo todo que se perde no processo + o desperdício de plástico, acho que nem vale a pena considerar sequer essa opção.

again, obrigada cátia 🙏😘

Na calha

Agosto 20, 2021

então, seguindo a “sugestão” do pedro, aqui ficam as coisas que já devia ter postado, mas que, prontos...

graças ao abrandar do tempo provocado pela pandemia, isa começa a lembrar-se de coisas altamente refundidas, tipo… que sempre quis ter um par de patins em linha. só para depois testemunhar em primeira-mão, que tal como é possível uma pessoa esquecer-se de andar de bicicleta (ao contrário da crença popular), também se esquece de como patinar 😑;

o carro novo conseguiu completar um ano de idade sem ter nenhum dissabor, como sucedeu com o mano mais velho… quer dizer, o homem raspou-o no pilar do estacionamento, mas foi só isso. e também que, mais uma vez, o universo dá provas que há males que vem por bem;

resumo de março, ou o mês que tirei para sofrer;

uma semaninha inteira a desbundar pelo alentejo, para matar as saudades dos lugares favoritos e conhecer outros novos;

velocidade furiosa na ria formosa;

3 anos de tamoxifeno e os agradáveis (NOT!!) efeitos secundários da terapia hormonal. bonus rant sobre a falta de um gabinete de gestão de sintomas;

"isa experimenta cenas", uma série de posts que ando para começar aqui no tasco há montes de tempo, e que vai ser inaugurada pelo "pior produto de limpeza que alguma vez comprei", o 𝕞𝕚𝕤𝕥𝕠𝕝𝕚𝕟 𝕕𝕖𝕤𝕚𝕟𝕗𝕖𝕔𝕥𝕒𝕟𝕥𝕖 (tá escrito em unicode que é para os robots espiões não se chibarem e arranjarem-me sarilhos com a marca lol);

trabalhar a partir de casa continua dar pano para escrever, tenho pelo menos dois rascunhos da série “WFH”;

terminar porrada de posts sobre a última visita ao UK, que foi brutal (o mais certo é voltar lá antes de conseguir desunhar os post todos 🤨);

1 ano de pandemia, e os danos colaterais de passar tanto tempo em casa... tipo os gatos ficarem com síndrome de abandono, entre outras coisas potencialmente parvas (provavelmente vai dar série);

a minha inaptidão para manter plantas vivas em casa, que até os cactos consigo deixar falecer 🤭; 

missão (im)possível: fazer a árvore genealógica da família;

acabaram-se os carregamentos de água do supermercado (cujo post segue dentro de momentos);

e o rol de idiotices do costume, que é sempre uma fonte de inspiração.

A visita

Agosto 16, 2021

os nossos vizinhos chineses fizeram-nos uma visita inesperada… e foi uma experiência fascinante!

o…k… o que é que vizinhos irem a casa uns dos outros tem de fascinante mesmo? 🤨

contexto,

um casal chineses já com alguma idade decidiu vir viver para portugal, e compraram um apartamento no nosso prédio. ele já está reformado, ela (ainda) trabalha remotamente para uma empresa japonesa.

o meu homem é o english go-to-guy do porteiro. cada vez que é preciso safar um estrangeiro com alguma coisa relacionada com o prédio, é sempre convocado. (não sei se alguma vez disse isto aqui, mas) o homem é particularmente altruísta e está sempre pronto a ajudar naquilo que pode (e que não pode também).
na primeira interacção que teve com o tal casal, safou-lhes um stress com a companhia da electrecidade, e deu-lhes umas dicas para como navegar na burocracia (e espertice) das empresas tugas. e disponibilizou-se para ajudar naquilo que eles precisassem — long story short, criou-se ali uma relação engraçada. e volta e meia aparece-me em casa com chocolates e vinhaça.

outro facto relevante para este episódio é que não é habitual recebermos visitas cá em casa. se tivermos visitas 2 ou 3x por ano, é muito.

por fim, porque eu tenho andado feita troll das cavernas e não tiro o cú de casa, ainda não os tinha conhecido pessoalmente, apesar do homem andar sempre a dizer que eles andavam doidos para me conhecer. é verdade que já podia ter ido à casa deles montes de vezes, quando o homem lá vai, mas eu não sou essa pessoa lol

hoje foi o dia.

mas por acaso, não foi o melhor dia...

passo a descrever o cenário em que os recebi,

o homem tem estado de volta dum projecto DYI prometido à séculos, carinhosamente apelidado d’“a gaveta do lixo”, que vai servir para melhorar a organização do armário onde estão os baldes do lixo e reciclagem, assim como a minha vasta colecção de produtos de limpeza.

então, para além de caixas do ikea, umas por abrir e outras já abertas, sacalhões com o conteúdo do armário em questão, e ferramentas espalhadas por todo o lado, a casa tava… bom… uma pocilga!

a bancada da cozinha estava num estado caótico, o lava-loiças a transbordar de loiça suja, a mesa cheia de tralha, a sala toda desarrumada, roupa por cima do sofá, restos do pacote de uma encomenda que tinha acabado de chegar espalhados pelo chão, um monte de sapatos no tapete da entrada, e até os sacos do lixo da reciclagem… 😬

vinham em missão. entregar uma oferenda que tinham trazido do passeio matinal, e provavelmente conhecer-me muhahaha. bela primeira impressão 😆

“I’m SO SORRY for the mess” o homem anda a fazer obras e tal, desculpei-me, lívida de vergonha.

mas eles não pareciam minimamente incomodados com aquele caos.

mal entraram, sem perguntar, descalçaram-se e juntaram os sapatos deles à montanha de sapatos que já estava à porta. entraram-me pela casa adentro, descalços, e com uma naturalidade desconcertante, como se aquilo fosse habitual. normalmente as pessoas quando vêm cá a casa, parece que até têm medo de tocar nas paredes (se calhar até têm, porque se tocam o homem manda-lhes logo um mau-olhado) lol

VÁ LÁ que o chão não estava muito labrego!

andavam dum lado pro outro, sem se importar com a bagunça, curiosos com o que o homem estava a fazer, com os terraços dos apartamentos de baixo, com as gatas, com o estore (que está avariado no apartamento deles), com a "instalação" do AC portátil... basicamente, tudo o que lhes despertasse a curiosidade metiam o bedelho e faziam perguntas lol. e sempre numa animada algazarra entre inglês, chinês e japonês. ele fala pouco inglês, ela acaba por ter que traduzir muita coisa, mas aquilo que me deixou mais impressionada foi a fluência do japonês dela, parece nativa. cada vez que começava a falar, lá ia eu apanhar o queixo do chão.

são adoráveis, os nossos vizinhos chineses 😍

...mas espero que o timing da próxima visita seja melhor 😆

O sister, where art thou?

Agosto 15, 2021

ok, admito que esta ausência prolongada é simplesmente imperdoável 😞

a desculpa é aquela do costume, que o tempo que não chega para tudo... embora o mais certo seja sofrer de algum problema crónico que não me deixa parar quieta 😆

mas para começar, sou capaz de andar um bocadinho viciada no trabalho. sucede que o projecto tem tanto de desafiante como de gratificante, e não há um momento monótono. also, o ambiente é impecável, apesar de estarmos todos remote.

depois, para além daquele hábito medonho que tenho de consumir toneladas de informação sobre vários assuntos só porque sim, também ando sempre a arranjar hobbies novos para derreter o pouco tempo livre que resta. tipo, ando desde março a fazer a árvore genealógica da minha família, até à 6ª geração. já não falta tudo, mas a 6ª geração tá a ser um pincel. tenho desenterrado factos tão geniais, que ando com ganas de me ir enfiar nas bibliotecas locais para cavar ainda mais fundo. antes disso andava a praticar caligrafia japonesa, e antes disso, outra merda qualquer. é tanta coisa que às tantas torna-se difícil de acompanhar. 

não temos saído muito. para além das idas à terrinha, passamos uma semana de férias brutal no alentejo, e outra lá prós lados de santa luzia. gostava de escrever posts sobre isso, porque tiveram momentos que gostava de deixar registados para memória futura.

por falar em registar memória futura, arranjei uns gadgets muito porreiros para fazer vídeo... mas depois não arranjo tempo para editar fotos, quanto mais vídeos.

também temos arranjado muitos motivos para não sermos tão sedentários, mas continuamos a falhar espectacularmente nessa missão 😬

tenho uma to-do list com 20 e muitos posts que quero escrever, alguns dos quais já estão completamente passados da validade, mas que ainda assim, gostava de escrever.

o universo tem andado um bocado desarranjado em alguns departamentos, mas vamos lidando com as coisas da melhor forma que conseguimos.

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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