Lost in... London
Dezembro 07, 2016
o aniversário de namoro, o aniversário dele, o meu aniversário, e o nosso aniversário. a prenda conjunta destas 4 celebrações foram 4 dias em londres, uma cidade que òzanos queria conhecer, nem que fosse para a tirar do sistema.
como já andava para acontecer há bastante tempo, as estrelas iam-se acumulando sobre o mapa. ainda assim, fiz o trabalhinho de casa para saber o que não podia perder. achei que na primeira visita à capital do reino unido devia passar pelas tourist traps todas, para sair da ignorância. de qualquer modo, não ia completamente às escuras, que o homem como já lá tinha ido, ainda que há uma eternidade.
para além das estrelas no mapa, que assinalavam de tudo (locais de interesse, lojas, restaurantes, etc) levei comigo uma to do list com 40 pontos daquilo que não podia mesmo falhar. voltei com apenas cinco por cumprir, e três deles apenas porque já me aborreciam as department stores. vê-se uma, vêm-se todas!
e choquem-se:
não inclui nem um museu ou exposição no roteiro!!
que horror!! sua provinciana ignorante, tacanha, inculta!! AH AH AH lamento, eu não ter pachorra para museus e exposições. para ir a museus tenho que estar ou muito curiosa, ou muito aborrecida. talvez num futuro regresso visite algum, desta vez estava exclusivamente interessada em conhecer a cidade e as suas vistas. queria palmilhar e ficar a conhecer a maior área que me fosse possível.
com excepção de uma reserva antecipada que fiz para um pequeno-almoço, os dias eram livres para escolhermos o que ver e fazer. sem o stress dos programas e whatnot, acordávamos, olhavamos para o mapa, e decidíamos como ia ser o dia.
porque a data da viagem foi fechada com poucas semanas de antecedência, as lowcosts já não compensavam perante a possibilidade de voar para heathrow, e ter a comodidade do metro no aeroporto. e já que o destino era inglaterra, fizemos questão que fosse a british airways a carregar os nossos arses até lá.
ia convencida que íamos apanhar secas brutais nos aeroportos, não fosse o de heathrow um dos mais movimentados do mundo.. só que não, nem um segundo de atraso para fazer justiça à fama.. tanto na ida como no regresso, o avião iniciava o taxi antes da hora da partida, e chegava ao destino antes da hora prevista. impressionante. aposto que da segunda vez que lá ir, vou esperar horrores para equilibrar o karma desta viagem lol
ambos os voos correram muito bem, suaves e tranquilos, em aviões bastante confortáveis. o voo de regresso foi num que ainda cheirava a novo, com 5 aninhos apenas. a única coisa menos fixe foi que o gajo subiu até aos 37 mil pés e quando começou a descer, o homem foi surpreendido por um doloroso episódio de sinusite barotraumática, que o deixou a ganir, agarrado à cabeça.
fiquei com os cabelos em pé ao aperceber-me o quão puta de caro é dormir num hotel em londres.. e foi assim que nos estreamos no airbnb.
escolhemos uma espécie de hostel disfarçado de airbnb, numa townhouse típica londrina, situada na belíssima zona de kensington, em frente ao hyde park. podia ter corrido melhor, se o sitio em questão, apesar de charmoso, não estivesse tão mal cuidado (ou então somos nós que estamos a ficar cada vez mais esquisitinhos com a idade) e o quarto ser mais pequeno do que aquele mostrado nas fotos. mas valeu pela localização, pelas várias carreiras de autocarro a passar à porta, e por estar recheado de snacks e bebidas à borla para os hóspedes.
durante aqueles 4 dias, o smartphone foi o meu melhor amigo. não que precise de mais provas que este pequeno gadget é das melhores invenções de sempre, mas não consigo evitar surpreender-me sempre que o ponho à prova. usei-o para tudo, mal tinha tempo para descansar no bolso:
toda a gestão dos voos (check-ins, boarding passes) foi feita na app da british airways; usei e abusei dos mapas do google: tinha o mapa offline, tinha os pontos de interesse assinalados no mesmo mapa, a sugestão de percursos por transportes públicos funciona genialmente bem, e o GPS que nunca me deixou tomar a direcção errada; o whatsapp dá um jeitaço para manter contacto com a malta, sem pagar roaming à operadora; no google keep levava a to do list e notas importantes, e na dropbox tinha os pdf's com as rotas dos autocarros, metros, e barcos; a app do revolut para gerir o único meio de pagamento que levamos connosco (wait for it); e claro, para tirar fotografias!
mas o telemóvel não foi a única invenção útil que nos acompanhou até terras de sua majestade. a outra foi o revolut, um cartão mastercard contactless pré-pago, gerido através de uma app instalada no telemóvel. carrega-se dinheiro com um cartão de débito (ou por transferência bancária), e tá a andar de mota!
a grande vantagem deste cartão é que faz câmbios sem custos adicionais, logo é perfeito para levar para um país com moeda diferente da nossa. ainda poupámos uns cobres com esta história. e não só, também dá para comprar moeda estrangeira. e eu aproveitei que a libra andava em baixo e comprei uma porrada delas, baratinhas, umas semanas antes da viagem.
e por ser contactless, não foi preciso comprar oysters para usar nos transportes públicos, aquilo servia perfeitamente tanto para pagar tanto deslocações, como compras em lojas e restaurantes, e até para levantar dinheiro. cada um tem o seu, e não utilizámos outros cartões sem ser aquele. ficou aprovadíssimo!
apanhei menos wifi à borla que esperava numa cidade tão desenvolvida (dizem-me que este mal acontece só no centro, não sei).. mas como aviei-me em terra, tinha o essencial em modo offline para me desenrascar e mal dei pela escassez de wifi.
a única parte chata da visita a londres foi o tempo frio, não apetecia passar muito tempo na rua. à noite então nem se fala.. e como nesta altura do ano começa a anoitecer às 4 da tarde, tínhamos que começar o passeio cedo para aproveitar bem a pouca luz do dia. nem tiramos fotos de jeito, que não dava para aguentar muito tempo com os dedos fora das luvas ou dos bolsos.
mas não foi só o frio que sabotou o registo fotográfico, a luz natural de londres é miserável nesta altura do ano. os nossos oneplus até têm cameras decentes, mas não conseguiram fazer milagres naquelas condições. não se aproveita quase nada.
não era capaz de viver lá. é demasiada gente, demasiada confusão, é demasiado fria no inverno, quase nem se vê o sol. não abdico da nossa luz, nem do nosso inverno ameno..
..mas!
gostei muito da cidade. é profundamente multicultural, nas ruas do centro, o inglês era o que menos se ouvia (havia alturas de não se perceber bem onde estávamos realmente), e a maioria dos empregados das lojas e restaurantes não eram nativos; a imensa grandiosidade dos seus monumentos e memoriais (aquela malta tem orgulho na sua história e se têm história!!); os contrastes arquitectónicos entre o ultra-moderno e o medieval; a preservação das fachadas antigas e do vibe old school dos bairros; da organização no meio daquele caos, da segurança que senti sempre nas ruas; entre tantos outros detalhes.
fiquei grande fã do serviço, da comodidade, e da frequência dos double deckers londrinos, ainda fizemos algumas "tours" neles. não achei o metro nada complicado, apesar de não ter termos usado muito. e não nos enganamos uma única vez nos transportes públicos, impressionante!
agora, alguém adivinha qual foi o primeiro sítio que visitamos em londres, mal largamos as malas no quarto?