Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

lost in wonderland

lost in wonderland

Lost in... Jordânia

Outubro 09, 2024

faz hoje um ano que nos metemos a caminho de lá, e porque eu tou com umas saudades horrorosas daquele sítio, vou aproveitar o espírito para fazer o que já devia ter feito há meses: registar a viagem em detalhe, para memória futura.

para quem cresceu fã das aventuras do indiana jones, petra está no topo dos locais míticos a visitar pelo menos uma vez na vida. já o mar morto sempre me fascinou pelas características peculiares daquele lago de água salgadíssima, onde se flutua sem qualquer dificuldade, situado a umas quantas centenas de metros abaixo do nível do mar (uma coisa um bocado estranha de conceber). e mais recentemente, o wadi rum, um deserto que tem servido de sucedâneo para marte e outros mundos alienígenas. cada vez que via aquelas paisagens no ecrã, toda a minha alma gritava, “TENS QUE IR ALI!!!” ou “QUANDO É QUE VAIS ALI??”

mas tinha cá para mim que era uma viagem complicada de concretizar, que provavelmente só alinhando numa daquelas excursões organizadas chapa 5, caríssimas e com o roteiro fechado. para não falar na localização do país, o médio oriente é uma zona do globo que não inspira lá muita confiança, devido ao risco de ataques terroristas, diferenças culturais, religião, e what not...

até que em meados do ano passado, a conversar com um colega, puto novito, diz-me que já lá tinha estado, por conta própria, e que tinha sido super tranquilo. e aquilo ficou-me ali a fazer cócegas na cabeça.

chega setembro e sucede que tenho que adiar das férias que tinha marcadas no inicio do mês, que estavam estrategicamente reservadas para aproveitar os últimos dias de praia do ano. tão e agora, onde é que raio vou fazer férias em outubro? e foi então que tive ideia brilhante,

“e se fossemos à jordânia?”

em poucas horas de chafurdanço nas internets chego à conclusão que sim, é uma viagem bastante fazível. apesar da vizinhança problemática, a economia da jordânia depende muito do turismo, o que o torna o pais seguro e mais relaxado a nível de liberdades, e a malta é bem recebida mesmo não sabendo uma única palavra de árabe. era tudo o que precisava de saber para começar a alinhavar a viagem. ainda por cima, diz que outubro é das melhores alturas do ano para ir lá, pois já não esta muito calor e o frio ainda não chegou. tipo, TAVA NAS CARTAS, cacete!!

nas duas semanas seguintes tratei de planear uma roadtrip que se adivinhava épica. sabia muito bem os sítios que queria visitar, só tinha que os conciliar com o tempo que tínhamos disponível, e decidir onde dormir, para ir logo com isso tudo marcado. é que uma coisa é viajar à balda pela europa, outra é ir prás arábias...

como de costume, viagens planeadas em cima da hora acabam por sair sempre mais caras. porque os bilhetes de avião vão aumentando de preço à medida que a data se aproxima (e porque às vezes as pessoas fazem asneiras tipo comprar os voos com as datas erradas), e os alojamentos mais fixes e/ou baratos vão esgotando, etc etc. ainda assim, não saiu mais cara do que comprar uma das tais viagens de grupo numa agência.

tão o nosso destino ficou traçado da seguinte forma: 2 noites no mar morto (em sítios diferentes), 2 noites em petra, e 4 noites em wadi rum (em 2 sítios diferentes). houve sítios populares que ficaram de fora tipo amman (lol ya), jerash e aqaba, mas o tempo é finito e temos que definir as nossas prioridades. e o que eu mais queria ir lá fazer, era mesmo passear-me no deserto. 

e porque as coisas não têm piada quando correm como esperado, o universo decidiu armar-se em parvo... a dois dias da partida, o hamas decidiu atacar israel e armou-se uma situação complicada mesmo ali ao lado... opá!

e agora, o que fazemos? vamos? não vamos? 

nem era bem pela pipa de massa que já tínhamos enterrado, até porque faço sempre o seguro de viagem com cancelamento incluído, era mais pelas expectativas que iam pelo cano abaixo... mas eu não atiro a toalha ao chão assim com tanta facilidade, e fui perguntar a quem vive lá como é que estávamos a nível de situação.

segundo a malta no reddit, aquele tipo de conflitos eram comuns (ainda não se conseguia prever que ia durar mais de um ano e escalar como escalou 😑), mas nem por isso afectavam a jordânia, que preza muito a sua segurança. quanto muito podia haver um aumento de controlo policial nas estradas, por motivos de segurança, ou protestos em cidades maiores...

bom, por mim SIGA!!

e foi tão... TÃO fixe. as diferenças — OMG as diferenças — do que estamos habituados, a geografia, a cultura, a língua. a sensação de estarmos completamente fora do nosso elemento, as cidades, as pessoas, os hábitos, a comida. aquele nervoso miudinho que vem da excitação da descoberta uma realidade diferente da nossa, de coisas que estamos a ver pela primeira vez ao vivo e a cores. da realização de um sonho.

foi o primeiro dos destinos do meu TOP 5 que visitei, e foi uma uma viagem (e experiência) absolutamente incrível!

aqui fica o resumo dos próximos posts,

Lost in... Sardenha

Novembro 15, 2023

há um par de anos fizemos um teste genético, daqueles para saber da ancestralidade, pré-disposição para doenças e essas merdas. quando os resultados chegaram, ficamos a saber que o homem é 11% sardo 😏.. sardenho, whatever. foi então que a piada começou: 

“temos que ir à sardenha à procura dos teus primos"

e o que ele tinha de sardo, eu tinha de italiano (vale o que vale lol). de repente, a ideia de irmos ao encontro das nossas raízes era engrassada.
não é que nunca tivéssemos considerado ir práquelas bandas, mas os resultados do teste botaram mais peso no processo de decidir onde vamos laurear a pevide a seguir. 

mas claro que em pleno covid, os planos ficaram na gaveta por tempo indeterminado.

por acaso este ano não me estava a apetecer ir ser roubada para o algarve como no ano passado, então comecei entreter a ideia de irmos para fora. desde de 2019 que não saiamos do país, e honestamente tava com vontade de mudar de ares. assim como não quer a coisa, comecei a fazer umas pesquisas sobre as melhores praias da sardenha, e a guardar nos mapas do google os pontos de interesse (POIs) mais fixes, não fosse a coisa materializar-se nas semanas seguintes.

quanto mais fotos de praias via, mais vontade tinha de ir lá. nem que fosse ver com os meus próprios olhos se aquilo era mesmo assim, ou se a malta tende a exagerar nos filtros do instagram.

próximo passo, descobrir quanto é que ficava uma semanita por lá, pois há aquela ideia que é um destino caro.. #soquenao. pelo menos o alojamento parecia ficar mais em conta que a zona de tavira. alugar carro (porque peço sempre com o seguro máximo para não me preocupar com nada) seria o mais caro.

para chegar lá, haviam duas possibilidades: voar ou conduzir.

de avião levariamos uma porrada de horas porque não havia voos directos de lisboa, e já se sabe que quanto mais curtas são as escalas, mais caros são os bilhetes. além disso, teria que alugar carro, o que encarecia BASTANTE a viagem.

de carro teria que conduzir até barcelona, e depois apanhar o ferry para a ilha. os preços do ferry vs avião eram ela por ela, e iria demorar pelo menos o dobro do tempo.. MAS! não precisava de alugar carro. além disso, podíamos levar a tralha de campismo e poupar também no alojamento. e levar a prancha de SUP, e o drone... 

...SIGAAAAAAAA!!!

[spolier alert: demorou cerca de 36 horas entre sair de lisboa e chegar à sardenha]

já que íamos numa de descoberta, decidimos não marcar alojamento e dormir onde calhasse. minto. marquei um parque de campismo que estava numa localização brutal, e fiquei com medo de chegar lá e dar com o nariz no portão.

resumindo e concluindo, uma das roadtrips mais épicas de sempre. estradas fantásticas para conduzir e lavar as vistas ao mesmo tempo. praias do outro mundo. aliás.. acho que arruinei as praias portuguesas para mim, depois de ter estado de molho naquelas águas incríveis. duvido muito que me volte a contentar com o algarve 😅

continua

Lost in… UK

Dezembro 08, 2020

[ no ano passado, por esta altura, estávamos na inglaterra. foi uma viagem *bem* diferente das três anteriores que tínhamos feito por terras de sua majestade, bem mais marada, e é um atentado eu não deixá-la registada. felizmente guardei notas bastante extensas, pois estava a pensar fazer um vídeo sobre isto, mas depois 2020 entrou (quase) a matar, e a minha estreia como iútúbara ficou em águas de bacalhau — provavelmente para o melhor lol ]

— 15 dezembro 2019

algures em setembro, recebi uma newsletter da easyjet, e tive uma daquelas ideias iluminadas muhahhaaha

porque o boris johnson estava determinado em fazer o brexit acontecer a 31 de outubro desse por onde desse, se os gajos saíssem mesmo da união europeia, iríamos precisar de passaporte para a viagem... e nós não temos o passaporte actualizado. expirou em 2015, e há 5 anos que andamos para renová-lo, portanto isto pareceu-me a desculpa mais idiota de sempre perfeita para nos ir obrigar a ir tratar do passaporte 🤩

bom.. a verdade, apesar de ter estado lá em janeiro, apetecia-me voltar outra vez. parece que apanhei finalmente a febre de londres e estou a compensar pelo tempo perdido. podia dar-me para coisas piores, creio 😬

a data escolhida foi dezembro — aquele mês fantástico para passear na rua em londres.. NOT! a não ser que gostem de ver as iluminações de natal, o que não é o meu caso. mas nós não estávamos a contar andar muito pelas ruas de londres anyway.

numa espécie de presságio do que estaria para vir, a coisa começou a prometer logo no momento em que escolhi as datas para comprar os voos e reservar as estadias. deu-se-me uma paragem cerebral ou lá o que foi, pois tava convencida que o feriado era a 10 de dezembro e não a 8, e assim só precisa a de meter um dia de férias, o único que me restava (este ano andámos muito vadios 😆)...

...a minha cara quando me apercebi que o feriado era a 8, e calhava no domingo… tá explicado porque é que os voos tavam com um preço tão porreiro 😐. oh well, what's done it's done.. siga!

esta não seria a nossa típica viagem limitada ao centro de londres. não, desta vez iríamos aventurar-nos pelo countryside inglês, que é como quem diz — EU IA CONDUZIR À DIREITA [fónix, que um ano depois, ainda me dá suores frios só de me lembrar muhahahah]!!!

contando que não me iria matar nas estradas inglesas, o plano era desbundar durante o fim-de-semana, e segunda e terça deixar o carro quieto num parque de estacionamento qualquer, e usar a belíssima rede de transportes públicos londrina. claro que o plano falhou redondamente! claro que não deixei de tentar fazer tudo o que tinha planeado! claro que conduzi quase o dobro do que esperava ter conduzido!

e acreditem quando vos digo, que se estou aqui hoje, é porque aquela malta lá é bastante civilizada ao volante 😅

to be continued...

Lost in... Costa Brava

Outubro 16, 2019

sempre que vamos de férias para algum lado, não consigo evitar de sentir uma certa "angústia" por antecipação (ou qualquer coisa no género).. fico com a sensação que não vão ser daquelas que ficam prá (nossa) história. a barra começa a ficar demasiado alta.. mas o que é certo, é que acaba sempre por subir ainda mais um bocadinho.

a conspiração cósmica esteve fortíssima nestas. começaram a ser épicas ainda antes de entrarmos no avião.

as "férias grandes" de 2019, à parte da semana da praxe em tavira, tinham que incluir uma desbunda qualquer. olhava para o mapa à procura de inspiração, suspirava, fazia "simulações" de voos, suspirava outra vez.. tava mesmo sem ideias. queria compensar a praia que não fiz em agosto (e já agora, aquela que também não fiz na primeira metade de setembro também). pensei nas baleares que nos faltam, mas os voos tavam caríssimos. pensei nos açores, mas tive medo aos furacões, não fosse algum lembrar-se a a passar por lá (e não é que passou mesmo? só errei na semana.. é como os números do euromilhões, saem-me sempre ao lado). ir para muito longe não me apetecia.. então olhei ali para uma zona do mapa em espanha, que reunia aquilo que eu queria, mais uns extras. tipo montanhas, e curvas..

costa brava, aqui vamos nós!!

ainda considerei irmos em modo de roadtrip, para esticar o carrito novo e ver como é que ele se porta nas curvas. mas depois comecei a simular os percursos, e assustei-me com a brutidade de horas ao volante.. se ao menos o homem tivesse carta para partilhar a xaropada de kms comigo (a sério que estava disposta a deixá-lo pegar no carro muhahaha).. tive medo de ficar tão cansada ao fim do dia, que nem conseguia curtir o passeio.. nem me apetecia perder dois dias das férias, só a chegar ao destino e regressar.. e depois já estava a começar a fazer demasiados desvios para ver cenas, precisava do dobro dos dias.. de volta aos sites dos voos.

de lisboa só existem (ou pelo menos foi o que me pareceu) duas companhias a fazer voos directos para barcelona, e a uma semana da data, a tap é quem tinha os voos mais em conta. é desta que experimento a tap, finally! tava a ver que não acontecia.

pena que houve um fuckup qualquer na altura que fiz a reserva.. e no dia seguinte tinha-se esfumado sem deixar rasto.. e entretanto, um dos voos, já estava bastante mais caro. a ideia da roadtrip voltou para cima da mesa. cagamos pró avião, metermo-nos no carro e siga para bingo.. o homem estava confortável com essa opção..

..ou então, apanhávamos um voo da ryanair a partir do porto. mesmo com os bilhetes do expresso, a coisa ficaria muito em conta.. siga!!

alojamento só reservamos a primeira noite. o resto decidimos ir marcando pelo caminho, para não estarmos presos nem a destinos, nem a horários - luxos de fazer férias fora da época alta. 

to be continued...

Lost in... Paris

Junho 10, 2019

vou já tirar aqui uma coisa do caminho - nunca tive grande interesse em conhecer paris, não era uma cidade que me seduzisse, e à parte da torre eiffel, não tinha mesmo curiosidade... mas fomos convidados para participar numa hackathon lá, com todas as despesas pagas. era parva se recusasse.

tão, já que íamos para lá, vamos aproveitar o fim de semana para conhecer um bocadinho da cidade, né?

foram cinco dias, e muita sola gasta. a mi band diz que dei 71 mil passos, qualquer coisa como 46km. mas a verdade é que voltei de lá a pesar 1kg a mais. croissant much? é uma possibilidade 🤔 se bem que os croissants tugas dão 15 a 0 aos franceses!

marquei algumas cenas no mapa, que até fazia questão de ver ou fazer, mas não fiz trabalho de casa nenhum. nem sequer sabia que titulo de transporte era o mais adequado para uma estadia de 5 dias. havia de correr bem. lol

voamos pela transavia, para orly. à chegada não deu para reparar, mas ao regresso deu para perceber porque é que está quase em último lugar na lista dos piores aeroportos do mundo. fora a falta gritante de transportes públicos para lá e as poucas opções para comer, as instalações até são porreiras, mas em termos de organização, fiquei com a impressão que é uma anedota. mas lá chegaremos.

nas duas primeiras noites, ficamos num ibis perto da praça de la bastille, que até não foi mau de todo. para as outras duas em que estávamos por nossa conta, encontramos um hotel engraçado e relativamente "barato", no bairro de pigalle, que tinha muita coisa marcada no mapa naquela zona.

estávamos à espera de um quarto minúsculo, colorido, com uma varanda típica, mas quando nos apresentaram as nossas instalações, no rés de chão e sem varanda, não era bem aquilo que tinhamos em mente... entramos para uma sala de estar, com um sofá em pele enorme; seguia-se o quarto, com as paredes pintadas de escuro, cama king size, e o tecto por cima dela salpicado de leds a imitar estrelas; e por fim a casa de banho, que devia ser maior que os quartos normais do hotel, e tinha uma banheira de SPA (que lhe demos uso, POIS CLARO!!).. a nossa reacção àquele cenário foi, "o..k.. este quarto já viu coisas......." 

tinha 3 TVs - uma na sala, outra no quarto, e outra no wc, voltada para a banheira... um número perturbador de caixas de kleenexes espalhadas pela sala e quarto.. e estava preparado para 4 pessoas... bom, ninguém te mandou escolher um quarto no distrito da luz vermelha lá do sitio LOL
uma diária naquela suite é mais cara que aquilo que pagamos por duas noites. overbooking is a bitch muhahahah

a parte da hackathon foi fixe, estávamos distribuídos por equipas constituídas por pessoas de vários países e valências diferentes, com um objectivo em comum. tudo malta fixe. e duas jantaradas valentes. de resto, aproveitamos todos os minutos livres para desbundar pela cidade, de dia e de noite. mas lá chegaremos. 

fiz umas compritas interessantes. felizmente que espaço livre na mochila era muito limitado e não dava para abusar. e tinha sido TÃO fácil loll

atacamos uma livraria japonesa e foi impossível sair de lá de mãos a abanar. trouxe um livro de kanji assim pró grosso, e tive que invocar o meu mantra de SOS "eu consigo viver sem isto" até às exaustão, para resistir ao artbook do 30º aniversário de dragon ball 😞

batemos as todas lojas geeks, cheias de merchandise de anime e manga perto da avenida da republica lá do sitio, onde há disso porta sim, porta sim. e omg, foi uma experiência TÃO DOLOROSA não sair de lá carregados de figuras e t-shirts e peluches e tantas outras merdelices.

ia perdendo a carteira cabeça na uniqlo (quando é que crls abrem uma loja cá??), ainda vim de lá com uma carga valente, a minha mochila ia rebentando as costuras muhahahah

para além do francês, que já estava bolorento mas sempre ia servindo para comunicar, quem se fartou de dar à língua em japonês foi o homem (montes de japoneses em paris, parece que têm uma pancada pela cidade). não perdia uma oportunidade, e ainda foram umas quantas, entre o restaurante de ramen, a livraria japonesa, e uma rapariga que encontrou num café.
já tinha lido, e testemunhei: só depois de tentarmos arranhar francês e eles/nós não percebermos é que fazem um esforço, fónix.. eu cá nunca faço cara feia quando um cámone fala comigo em inglês 😠

tivemos uma demonstração da cortesia francesa (NOT!!), apesar dos nossos esforços para falar a língua, e ser cordiais. ao comprar um pack de 10 bilhetes de metro, a puta da máquina só deu 8.. e o sacana no fulano que estava no guiché ao lado, a dizer que era impossível, como uns modos como se o estivéssemos a tentar engrupir. grande cabrão. entretanto li outras experiências com este tipo de bilhetes.. não fomos os únicos a ter sarilhos com eles, e com o atendimento humano no metro. pqp...

houve coisas que gostei, e houve coisas que não gostei. não fiquei com particular vontade de voltar lá tão cedo, mas já aprendi que nestas coisas não vale a pena deixar nada escrito na pedra. não me senti particularmente segura em certas zonas. nunca andava com nada à vista e mesmo assim tive receio de ser assaltada. 

mas vá.. correu tudo bem, e não foi mau de todo.

Lost in... Londres III

Janeiro 31, 2019

que é como quem diz, apanhaste-lhe o gosto, agora tás sempre lá metida! lulz vá, é só a terceira vez em três anos 😅

não há escape possível, londres é uma cidade do caraças. já andávamos com vontade de regressar lá havia uns meses, quando apareceu a derradeira desculpa. e como era daquelas coisas que tinha que acontecer, o universo conspirou a favor. consegui uns voos com um preço bastante interessante, vaga no hotel que queria, e bora nessa!

depois apercebi-me que ir para londres no final de janeiro não era lá uma ideia muito brilhante.. se quando tivemos lá em novembro tava um frio cabrão, em janeiro provavelmente nem íamos conseguir sair à rua 😱

...mas desta vez nós tínhamos algo a nosso favor: experiência!!! 

o maior problema é o choque térmico entre o exterior, que está gelado, e o interior de qualquer sítio onde se entre, que dá para estar em manga curta. a solução é camadas.. mas poucas, que nem eu nem ele apreciamos andar enchouriçados em roupa. as duas primeiras camadas seriam térmicas e bastante finas e leves, a terceira seria uma camisola normal, e por cima daquilo tudo, um casaco de penas. depois os acessórios, luvas, gorros, e para o pescoço, o homem sugeriu buffs.

tão e que melhor sitio para ir às compras se não à secção de desportos de neve? oh yeah, não vai haver frio que nos pegue!!

a parte mais gira aconteceu dois dias antes da viagem, quando na call diária de equipa, nós relembramos que íamos tirar os dois últimos dias da semana. e nisto, o outro colega presente diz que também vai tirar os mesmos dias.

“ah e tal, vou aproveitar para ir até londres“
“olha que coincidência tão gira, nós também vamos para lá! vais quando?”
“na quinta, buéda cedo”
“OI? não me digas que também vais no voo das 6:40 da ryanair??”

nesta altura já ia uma granda algazarra na sala, quando ele confirma, apareceu malta de todos os lados a mandar-nos calar muahahah tão fixe!

a menos gira foi praí duas semanas antes da viagem. o homem apanhou uma gripe de caixão à cova, que se fez acompanhar das amigas do coração, as infecções respiratórias oportunistas. ora, se quando ele vai para londres, vem de lá sempre adoentado, ir para lá com maleitas respiratórias não era fixe... tão trata de curar essa merda!

andou a dar-lhe forte e feio nas drogas, e na véspera fez um exame e foi ao médico confirmar que o pior já tinha passado e não havia complicações. se não, ia viajar com tanto stress, que voltava de lá ainda pior.

to be continued...

Lost in... no Alentejo

Abril 30, 2018

provei e comprovei,

não há sitio mais bonito em todo o portugal para apreciar na primavera que pelo alentejo!

o final de abril e início de maio naquelas bandas, é simplesmente mágico. os campos verdes ficam cobertos de branco, amarelo, azul, roxo, cor-de-rosa, vermelho.. ou todas as cores à mistura. a brisa sopra fraca, impregnada com o aroma das flores silvestres.

campos papoilas glossopappus macrotus rosmaninho maior malmequer

o gado deleita-se com a erva viçosa que cobre os pastos, as cegonhas e as aves de rapina deslizam preguiçosamente pelos céus. os insectos andam doidos, os pássaros andam doidos. no silencio puro nas planícies, ou nas águas espelhadas das albufeiras, o tempo parece que pára.

ouguela ouguela albufeira do caia albufeira do caia

queria muito ser capaz de articular palavras que conseguissem descrever a dimensão da sensações que experimento ao perder-me pelo alentejo nesta altura do ano, mas não me é fácil.. não se explica, sente-se.

a felicidade está nas coisas mais simples. na delicadeza das pétalas de um malmequer, numa espiga de trigo embalada pela brisa numa seara infinita, na solitude da idílica paisagem, iluminada pelo sol resplandecente, na harmonia do canto dos pássaros... e nisto somos inundados por uma paz interior arrebatadora, por um calor reconfortante.. fechamos os olhos, inspiramos fundo, e deixamos tudo para trás, para apreciar aquele momento em toda a sua plenitude.

espiga de trigo searas searas olivais

álbum completo no sitio do costume

Lost in... Aldeias Históricas II

Abril 27, 2018

arranjei forma de encaixar as restantes aldeias histórias na rota das últimas férias. quatro delas são "próximas", sendo possível visitá-las num dia, bastava escolher alojamento num sitio estratégico... ou achava eu! cinco aldeias, em dois dias. não há fotos delas que andei muito preguiçosa nestes dias. ficou registado na memória :)

castelo rodrigo ergue-se imponente na paisagem, cravada em penedos de xisto. ao chegar lá em cima, a primeira coisa que sobressai é a vista. a nordeste estende-se até à porta do douro internacional, vê-se perfeitamente o enorme desfiladeiro que nos dá as boas vindas ao parque. a este, os olhos alcançam facilmente espanha.

tal como todas as outras aldeias, a sua história perde-se no tempo. vários povos ali viveram desde a idade média, e cujos vestígios estão inscritos em detalhes que conseguiram resistir ao seu passado tumultuoso. o castelo fazia parte da primeira linha defensiva dos limites do reino e foi palco de inúmeras invasões e batalhas. ainda assim, sobrevive até aos dias de hoje, como se de um único e grande monumento se tratasse, para manter a memória viva.

a traça medieval da aldeia está bem preservada, tem poucas ruínas a pedir restauro, e as ruas estão impecavelmente cuidadas e limpas. à parte das hordas de visitantes que chegam de autocarro, é um sítio muito pacato. talvez por não ter muitos habitantes, acaba por tornar-se algo impessoal, sem aquele feeling castiço das aldeias portuguesas.

almeida não está tão elevada no horizonte, mas está rodeada por uma fortaleza com um formato pouco habitual, em estrela de doze pontas. nunca tinha visto tal coisa. e a sua arquitectura é algo que mais facilmente encontramos no litoral, que no interior. era um impressionante sistema defensivo, a sua proximidade a espanha assim o exigia.

resguardada dentro das muralhas, a vila não tem um ar antigo. a fachada das casas é relativamente moderna, e são poucas as casas com paredes de pedra nua. não deixa de ser um sitio muito agradável para passear.

marialva debruça-se altaneira sobre o planalto. tal como as outras, as suas raízes vêm desde a pré-história, mas quase que se perdeu no tempo. a aldeia cresceu fora das muralhas, e nos últimos anos, as casas têm sido recuperadas. passaram a fazer parte de um núcleo turístico que está aos poucos a tomar conta do sitio, mantendo-o fiel às suas origens medievais, e preservando a sua história.

a única coisa que não achei piada aqui, foi a entrada no castelo ser paga. até agora ainda não tinha visitado uma aldeia histórica que cobrasse o acesso ao castelo. e muito sinceramente, não me apeteceu a pagar para ver ruínas - por muita história que tenham para contar, quando há tanto disso para ver gratuitamente por portugal fora..

gostava de ter gostado mais de trancoso como aldeia histórica, mas não achei nada de especial. é uma vila que cresceu para fora das muralhas, e dentro delas, os edifícios novos fundem-se com os antigos. não tem aquele charme medieval das aldeias mais isoladas, mas sim de típica aldeia portuguesa. o castelo está bem preservado, e a sul, a vista é interrompida pela cordilheira da serra da estrela, coberta de neve nesta altura do ano.

apesar passar sempre por belmonte quando vou para a serra da estrela, nunca me deu para parar. confesso que a vila não me despertava muito interesse. desta vez parei para riscar a última das aldeias históricas da lista.

pode ter sido muito importante para a nossa história, não duvido nem por um segundo, mas não cai na mesma categoria da aldeias outras que compõem a selecção. diria que é mais uma vila histórica, não se percebe bem onde começa e termina o centro histórico e não tem o charme de aldeia-monumento, a resistir estoicamente à eons no topo de um monte, isolada da civilização.

*

e assim dou por terminado o circuito das aldeias históricas de portugal. a parte I está aqui, piodão aqui, e linhares da beira algures por aqui. o que começou como curiosidade, tornou-se num desafio, que não descansei enquanto não ficou concluído, por aquilo que estas aldeias significam, e por aquilo que aprendi ao pesquisar sobre elas.

hoje podem parecer apenas ruínas abandonadas à sua sorte no topo dos montes, nos cantos mais recônditos de portugal, resquícios dos tempos de batalhas e conquistas que já ninguém vivo testemunhou, mas estão imbuídas de uma história incrível. daquela que determinou as nossas fronteiras, e demonstrou a coragem e determinação do nosso povo. recomendo *vivamente* conhece-las.

como as aldeias históricas se estendem por uma área considerável, e algumas em sítios bastante remotos, como é o caso de piodão, a melhor forma de visitar as aldeias é dividi-las por etapas, agrupado-as por proximidade, por exemplo,

- marialva / trancoso / linhares da beira
- castelo rodrigo / almeida / castelo mendo
- sortelha / belmonte
- castelo novo / idanha-a-velha / monsanto
- piodão

IMHO, três aldeias por dia é o cenário mais razoável. perdemos sempre muito tempo a visitar e fotografar todos os recantos, e a conduzir entre elas, e a parar noutros sítios pelo caminho, que nos agucem a curiosidade.

aqui fica o mapa, para terem uma noção da coisa,

 

Lost in... Minho, Trás-os-Montes e Beira Alta

Março 30, 2018

FINALMENTE FÉRIAS!! desde julho que não sabia o que isso era FFFUUUUUU... já estava a desesperar por uns diazinhos de desbunda, para meter as ideias de molho!

com o tempo armado em parvo, e com pouca vontade de sair do país, o programa de festas inspirou-se em lugares por onde já passamos, e que nos deixaram mortos de saudades mesmo antes de partir. assim como lugares que ficaram por visitar na mesma rota, e já agora porque não, descobrir locais novos onde coleccionar mais um camadão de saudades.

basicamente, revisitar lugares, reviver experiências, e sobretudo (tentar) descansar.

...embora descansar seja relativo quando conduzia uma média de 3 horas e meia por estradas que aumentam substancialmente as colónias de cabelos brancos que uma pessoa tem na cabeça... mas hey, se assim não fosse, deixava de reconhecer a minha pessoa muhahah

resultado: yet another epic road trip, que desta vez começaria lá bem no topo de portugal, contornaria o parque nacional da peneda-gerês, atravessaria trás-os-montes e o douro internacional, e circularia a beira alta. com etapas de condução planeadas para permitir passeios sem pressas e paragens imprevistas, e ainda assim, chegar a horas decentes aos destinos. contabilidade feita,

7 dias em viagem, 1795km percorridos, 24 horas ao volante

não havia de ter ficado com dores nos braços, e nas pernas, e nos joelhos, e nas costas, e no pescoço, e nos artelhos lol o caruncho que se instala com a idade é tramado -_-'

perdi alguns anos de vida em algumas "estradas", recuperei-os nos cenários incríveis por onde passamos, nos sítios fantásticos onde dormimos, na comida deliciosa que comemos, e na simpatia das pessoas com quem nos cruzámos.

ainda assim não fomos a todos os lugares que gostaríamos.. para isso seria preciso quase outra semana. o tempo ter andado manhoso foi o menos fixe, que eu tenho alergia ao frio, ao vento, à chuva. além disso, comprometeu o registo fotográfico do passeio. dias cinzentões não dão boas recordações (if it rhymes, it must be true :D), bah!

 

seguir para o dia 0 >

Lost in... Pedralva

Outubro 12, 2017

no fim-de-semana passado estive na terrinha e para aproveitar a tarde fantástica de domingo, peguei no homem e fomos ver as modas até às praias da carrapateira.

quis ir pelo caminho mais pitoresco, que é como quem diz, aquele que se faz por estradas de terra batida pelo meio dos montes, para fazer uma paragem na pedralva. já lá tinha passado há uns anos, mas foi ao início da noite e não deu para ver grande coisa desta pequena aldeia perdida na serra algarvia, recuperada há uns anos para se tornar numa espécie de complexo turístico.

de um monte de ruínas abandonadas, nasceu um conjunto de casinhas rústicas, muito castiças, e muito branquinhas. vista ao de longe, parece um oásis resplandecente na encosta do monte. para compor o retrato bucólico, não faltam gatos nem animais de quinta.

pedralva pedralva pedralvapedralva pedralva pedralvamedronhosvasogato

diria que para ser ainda mais charmosa, só lhe falta mesmo ruas mais floridas.

deu para perceber que é um sítio muito calmo, onde se vive muito devagar. a localização é brutal, ali paredes-meias com o parque natural do sudoeste alentejano e costa vicentina, e praias incríveis na vizinhança, que serviram de inspiração para o nome das casas. é atravessada com alguma frequência por forasteiros que andam a percorrer o caminho histórico da rota vicentina, e que encantados, acabam por abrandar para apreciar o casario :)

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
#12   #11   #10   #9   #8   #6   #5   #4

seguir nos blogs do SAPO

email: [email protected]

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

'Le Archive

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2008
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2007
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2006
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2005
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2004
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2003
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D